Livro: Os Carneiro de Mendonça
Livro: Queiroz, Borges da Costa, Machado & Palhares - Genealogia e Histórias
- Escritora, diretora e crítica teatral, estudiosa do teatro e em especial da obra de William Shakespeare. Cresceu na rua Marquês de Abrantes, 189, onde morava com os pais e irmãos, avó materna e tias avós. Por volta de seus 12 anos, ganhou de sua mãe, as obras completas de William Shakespeare. Foi esse primeiro contato, que lhe despertou o interesse pelo teatro. Graduou-se Bachelor of Arts, no Connecticut College for Women, (hoje Connecticut College), New London, CT, EUA, 1943, onde consolidou o interesse por esta arte, com a orientação da professora Dorothy Bethurum Loomis, "basicamente medievalista, ela era uma shakespeariana excelente e tinha a capacidade excepcional de professor, a de tornar o estudo excitante e desafiador". Convidada por Fred Litto a ensinar na Universidade de São Paulo, foi por insistência dele que defendeu a tese de Doutor em Artes, A expressão dramática do homem político em Shakespeare, na própria USP, em 1975. Sua carreira de professora e conferencista é extensa e a relação de aulas e conferências encontra-se no site: www.barbaraheliodora.com. O livro Barbara Heliodora, Escritos sobre teatro, organizado por Claudia Braga, Ed Perspectiva, 2007, é uma ótima reunião de artigos e críticas, publicados em jornais, de 1944 a 1994. Considerada crítica severa, começou sua carreira a convite de Carlos Lacerda, então proprietário do jornal Tribuna da Imprensa em 1958.
Crônica do Rio, A grande oradora, Genolino Amado [entre set 1943 e abr 1944]: Diante de banqueiros, escritores, homens do governo, diplomatas, a mocinha ergueu-se para fazer o seu discurso, um dos últimos na longa série de eloquências nacionais mobilizadas por Assis Chateaubriand para celebrar aspecto da vida americana durante o almoço oferecido a Walter Donnelly. A esbelta figura, em que a naturalidade sorria para a inteligência, desde logo produziu encantamento geral. A voz bem clara, em tom de conversa, sem líricos tremores de peroração, era de extraordinária musicalidade, como um canto jovem. E crescera o enlevo quando começou a adolescente a falar das suas experiências universitárias nos Estados Unidos. Ao ouví-la, depois de tantos e tantos oradores, como que a atenção fatigada se renovava num frescor de impressões retemperantes. Ainda mesmo sem a graça recente da personalidade, sem a dicção límpida e serena, as palavras que lhe vinham tão fáceis a todos interessariam, tal a sua importância educativa, tal o seu valor humano.
Contudo, Barbara Heliodora dizia as coisas mais simples deste mundo. Contava apenas o que vira, o que aprendera, não só nos livros e nas aulas, mas também no próprio ambiente das escolas, que já constitue a melhor das lições. Histórias de exames, convívio de professores com os discípulos, a sabedoria de velhos mestres que nunca se acanham de confessar o seu desconhecimento de qualquer assunto sobre que sejam consultados, o sentimento de honra entre os alunos e o espírito democrático de suas relações com os lentes mais ilustres, o culto da responsabilidade a afirmar-se entre os moços não por vagas formulas enfáticas de instrução moral, mas por lhes estimular praticamente o brio em mostras de confiança, tudo isso passou, em exemplos frisantes, pela narração daquela criatura que pensava tão a sério no seu ar convincente e no seu jeito sem pose, em que ainda havia muito de menina. Era todo um programa pedagógico a esboçar-se na prosa leve de cinco minutos. Foi de certo, no juizo unânime, a oração maior daquela tarde.
Impressionou-me, principalmente, o senso objetivo que a moça revelou em seu rápido estudo. Cada frase era um depoimento, a enunciação de um fato observado, uma realidade que se apresentava na sua força viva. Em nunhum momento cedeu ao convencionalismo das referências românticas sobre o papel da escola na sociedade, não procurou fazer poesia nem idealizações sentimentais da juventude, como é de praxe em quase todos os discursos brasileiros sobre coisas de ensino. O seu entusiasmo, que realmente comovia, que era em verdade poético, voltava-se para a eficiência dos processos didáticos para a dignidade atribuída pelos educadores americanos ao estudante, que em votações livres e calorosas traça o próprio destino dos companheiros, influe na organização geral, é solidário com a sorte da universidade porque também a determina.
Não quero crer que Barbara Heliodora seja um caso singular, fora do comum. Prefiro compreendê-la como um exemplo, entre muitos, da nova inteligência que vai aparecendo em todo o país, inteligência que sendo tão nova, é mais experimentada talvez do que a dos homens velhos, porque se está formando num tempo em que as realidades se sobrepõem às fórmulas, inteligência que busca na própria vida e não em miragens de sonho os seus motivos inspiradores. Votada ao conhecimento exato, com a paixão de ver o que de fato existe e acontece, essa inteligência há de encontrar de certo o seu caminho em meio do nevoeiro moderno. E não adianta lançar-se cortinas de fumaça para desviá-la. Os moços de hoje são conduzidos em seu espírito por uma admirável intuição que é da própria História, a grande mestra guiadora.
Discurso de Flavio de Campos, professor de Literatura Dramática e Dramaturgia, na entrega do título de Professora Emérita na Universidade do Rio de Janeiro, UniRio, em 26 de abril de 1992
Magnífico Reitor, Sr. Decano, Srs. Professores, Alunos, funcionários desta Universidade do Rio de Janeiro, amigos,
Esta é uma festa que há muito tempo pedia para acontecer, que tinha de acontecer. Precisávamos marcar, reverenciar o que a vida e o teatro já reverenciam: o fato de Barbara Heliodora Carneiro de Mendonça hospedar e distribuir tão vasto e tão agudo conhecer do teatro e da vida: o fato de Barbara Heliodora Carneiro de Mendonça ser insigne, sábia, emérita. Na verdade, esta é a lição mais importante que aprendemos com Barbara: a constatação de que a festa da vida e o espetáculo de teatro nos transcendem. E Barbara faz uso de múltiplas atividades para transmitir o que, em essência, a isto se resume. Ela é professora de teatro, ensaísta, crítica, tradutora, diretora, eficientíssima administradora e promotora cultural, conhecedora de música e artes plásticas, leitora voraz, estupendo papo e melhor amiga. Barbara formou-se Bachelor of Arts no Connecticut College em New London, estado de Connecticut, EEUU. Doutorou-se em Artes pela Universidade de São Paulo. Foi Diretor do Serviço Nacional de Teatro, de maio de 1964 a março de 1967. Foi crítica de teatro no jornal Tribuna da Imprensa de outubro de 1957 a fevereiro de 1958; no Jornal do Brasil de junho de 1961 a maio de 1964; na Revista Visão; na Revista Desfile; e graças a Dionísio, agora é crítica de teatro do jornal O Globo. Sócia-fundadora do Círculo Independente dos Críticos Teatrais e Presidente do Círculo no biênio 58-59 e em 1964. Membro de tantos e tantos júris de teatro, dentre eles o do SNT e o Molière. Participou de congressos em Edimburgo, Caracas, Santiago, Nova York, Vancouver, Stratford-upon-Avon, Strafford-Ontario, Manchester... Sua carreira de professora começou em 1965 no Conservatório Nacional de Teatro que deu origem ao Centro de Letras e Artes desta Universidade do Rio de Janeiro. Aqui, Barbara deu aulas até 1985, quando se aposentou. Foram aulas de Literatura Dramática, História do Teatro, Dramaturgia, inúmeros cursos avulsos - a maior parte deles sobre Shakespeare, que os maiores se atraem... Foi Decana deste Centro de Letras e Artes. Como diretora, encenou de Pluft, o fantasminha do medieval Todomundo, de Hamlet a Senhorita Julia, de A Inquebrável, de Wanda Fabian a O Hóspede Inesperado, da Agatha Christie. A lista das traduções é extensa ao ponto de não caber aqui. Pinçamos algumas preciosidades. As deliciosas Loot / O olho azul da falecida e What the Butler Saw / Quanto mais louco melhor, ambas de Joe Orton; a magnífica Oh, que belos dias de Samuel Beckett; as clássicas O casamento de Fígaro, de Beaumarchais e O cerejal, de Chekov e, sim, claro, falta pouco para ela nos oferecer todo o Shakespeare traduzido.... Barbara é pessoa intensa, inteira, incondicional, que não circunstanciaria sentimentos nem valores. E é nesta sintonia que ela manifesta a sua paixão pela vida e - por via de consequência - esta paixão pelo teatro. Que a mão - aprendemos com Barbara - é subalterna ao gesto, que o gesto é subalterno à expressão, que a cena é subalterna à cena. Assim - aprendemos - o teatro, a ideia dramática, a cena torna subalternos todos e tudo o que sob ela se articulam. Assim, nos reunimos aqui menos para festejar uma pessoa; festejamos o rigor, a retidão, a capacidade de trabalho, o saber, a generosidade que Barbara Heliodora Carneiro de Mendonça acolheu e dá trânsito. Barbara, você é emérita por um mérito que, como esta festa transcende a você e a todos nós. Você é mérito pelo que de você emana: um prumo, um rumo que nos põe em contato com as melhores coisas da vida.
Atividades profissionais
- Crítica de teatro da Tribuna da Imprensa, out 1957-fev 1958
- Crítica de teatro do Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, mar 1958-jun 1961
- Sócia fundadora do Círculo Independente de Críticos Teatrais do Rio de Janeiro (CICT), do qual foi presidente em 1958/59 e reeleita em 1964, abandonou a presidência para aassumir a direção do SNT.
- Crítica de teatro do Jornal do Brasil, jun 1961-maio 1064 (afastou-se para assumir a direção do SNT)
- Presidente do Grupo Interministerial de Trabalho, que elaborou o Projeto de Regulamentação da lei 4641, 1965
- Presidente do Instituto Latino Americano de Teatro, filiado ao Instituto Internacional de Teatro da UNESCO, 1965/67
- Diretora do Serviço Nacional de Teatro, SNT, maio 1964-mar 1967
- Crítica de teatro da revista Visão, mar 1986-1990
- Crítica de teatro da revista Desfile, 1986
- Crítica de teatro do O Globo, desde 1990
- Lecionou cursos regulares, a partir de 1965, no antigo Conservatório Nacional de Teatro; na Escola de Teatro da FEFIEG, depois FEFIERJ e depois UNIRIO, onde foi professor titular; na ECA/USP, onde foi Professor Assistente Doutor; Universidade Federal Fluminense; no Instituto de Artes da FIAM, on foi professor titular.
Livros Publicados
- O teatro explicado aos meus filhos, Ed Agir, out 2008
- Por que ler Shakespeare, Ed Globo, 2008
- Brasil: palco e paixão - Um século de teatro, Barbara Heliodora, Flavio Marinho, Leonel Katz, Sábato Magaldi e Tania Brandão, Aprazível Edições, 2005
- Reflexões Shakespeareanas, Lacerda Editores, 2004
- Martins Pena, uma introdução, Coleção Afranio Peixoto da Academia Brasileira de Letras, Rio de Janeiro, 2000
- Falando de Shakespeare, Ed Perspectiva, 1997
- A expressão dramática do homem político em Shakespeare, Ed Paz e Terra, 1978 - Ed Agir, 2005
Traduções
- Teatro Completo Volume 2 - Comédias e Romances, de William Shakespeare, Ed Nova Aguilar, abr 2009
- Teatro Completo Volume 1 - Tragédias e Comédias Sombrias, de William Shakespeare, Ed Nova Aguilar, dez 2006
- Henrique V, de William Shakespeare, Lacerda Editores, RJ, 2006
- Pensamentos para uma vida feliz - Calendário da sabedoria, de Leon Tolstoi, Ediouro, RJ, 2005
- Indecência Clamorosa - Os três julgamentos de Oscar Wilde, de Moises Koufman, indicação do prêmio Shell de tradução, 2004
- Macbeth, de William Shakespeare, Lacerda Editores, RJ, 2004
- Romeu e Julieta, de William Shakespeare, Lacerda Editores, RJ, 2004
- Titus Andronicus, de William Shakespeare, Lacerda Editores, RJ, 2003
- Timon de Atenas, de William Shakespeare, Lacerda Editores, RJ, 2003
- Call Back Yesterday, A small book of poems, Alice Eleanor Kopp, Ed A Book by Beck, Kent, Ohio, EUA, 2003
- As bodas de Fígaro, de Beaumarchais, Edusp, Ed da Universidade de São Paulo, 2001
- O cerejal, de A.P. Tchékhov, Edusp, Ed da Universidade de São Paulo, 2001
- Julio César, de William Shakespeare, Lacerda Editores, RJ, 2001
- Antônio e Cleópatra, de William Shakespeare, Lacerda Editores, RJ, 2000
- Henrique IV - peça II, de William Shakespeare, Lacerda Editores, RJ, 2000
- Henrique IV - peça I, de William Shakespeare, Lacerda Editores, RJ, 2000
- A gaivota, de A.P. Tchékhov, Edusp, Ed da Universidade de São Paulo, 2000
- Poemas de amor, de William Shakespeare, Ediouro, RJ, 2000
- A comédia dos erros, de William Shakespeare, Lacerda Editores, RJ, 1999
- A tempestade, de William Shakespeare, Lacerda Editores, RJ, 1999
- O mercador de Veneza, de William Shakespeare, Lacerda Editores, RJ, 1999
- Otelo, O mouro de Veneza, de William Shakespeare, Lacerda Editores, RJ, 1999
- A megera domada, de William Shakespeare, Lacerda Editores, RJ, 1998
- Rei Lear, de William Shakespeare, Lacerda Editores, RJ, 1998
- Romeu & Julieta, de William Shakespeare, Ed Nova Fronteira, RJ, 1997
- Medida por medida, de William Shakespeare, Nova Fonteira, RJ, 1995
- Coriolano, de William Shakespeare, Nova Fronteira, RJ, 1995
- Macbeth, de William Shakespeare, Nova Fronteira, RJ, 1995
- Contos, de Oscar Wilde, Ed Nova Fronteira, 1994
- Ricardo III e Henrique V, de William Shakespeare, Ed Nova Fronteira, RJ, 1993
- Histórias de fadas, de Oscar Wilde, Ed Nova Fronteira, RJ, 1992
- O romance americano moderno, de Malcolm Bradbury, Jorge Zahar Editor, RJ, 1991
- Sonho de uma noite de verão e Noite de Reis, de William Shakespeare, Ed Nova Fronteira, RJ, 1991
- A comédia dos erros e O mercador de Veneza, de William Shakespeare, Ed Nova Fronteira, RJ, 1990
- Vidas Literárias: Shakespeare, de F.E. Halliday, Jorge Zahar Editor, RJ, 1990
- A terceira guerra mundial, de Gen Sir John Hackett, Ed Melhoramentos, RJ, 1985
- A Leoa e seu filhote, de William G. Atwood, Zahar Editores, RJ, 1982
- O mistério do trem azul, de Agatha Christie, Ed Nova Fronteira, RJ
- A ratoeira e outras peças, de Agatha Christie, Ed Nova Fronteira, RJ, 1980
- Testemunha de acusação e outras peças, de Agatha Christie, Ed Nova Fronteira, RJ, 1980
- À Sombra do Sol, Françoise Chandernagor e Jean-Claude Idée (adaptação de L'Allee du roi de Françoise Chandernagor)
Artigos e atividades no exterior
- Seminário Shakespearean Translation no II Congresso Internacional de Shakespeare, promovido pela International Shakespeare Association em Stratford-upon-Avon, Inglaterra, 1981
- Seminário Shakespearean Tragedy, conduzido pelo Prof Dr. Patrick Swinden, da Universidade de Manchester, com apresentação do trabalho Levels of Language in Antony and Cleopatra, 1980
- Convidada do Conselho Britânico para visitar escolas de teatro na Inglaterra, 1976
- Seminários Shakespeareanos, realizados durante o Festival anual de Stratford, Ontário, Canadá. Conferencista (Lorenzaccio e a tradição da tragédia de vingança) e membro do painel de debates sobre King Lear, As you like it, Lorenzaccio e She Stoops to Conquer. A convite da Universidade de McMaster, promotora dos Seminários, 1972
- Primeiro Congresso Mundial de Shakespeare, Vancouver, Canadá. Debatedora do tema Shakespeare do século XX - teatro e cinema. A convite da Universidade de Simon Fraser, promotora do congresso, 1971
- Theatre in Rio de Janeiro, 1968, in Latin American Theatre Review, Center of Latin American Studies, University of Kansas, fall 1969
- Delegada do Centro Brasileiro de Teatro, XII Congresso do Instituto Internacional de Teatro. Nova York, EUA, 1967
- Congresso de Cultura Latino-Americano, Santiago, Chile, a convite do governo chileno, 1966
- Delegada do Centro Brasileiro de Teatro, Conferência do Instituto Latino Americano de Teatro, Caracas, Venezuela, 1965
- Convidada do Departamento de Estado dos EUA, "Leader's Program" para visitar teatros e escolas dramáticas, 1964
- Convidada do Conselho Britânico em visita à Inglaterra e Escócia, 1963
- The influence of Gorboduc on King Lear, in Shakespeare Survey, n. 13, 1960
Peças: principais direções, traduções ou adaptações
- A Inquebrável, de Wanda Fabian. Leitura dramatizada, no Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro
- A Russia de Tchekov, espetáculo de formatura dos alunos do Centro das Artes de Laranjeiras (CAL) - textos de Anton Tchekov tradução adaptação e direção geral Barbara Heliodora
- Um homem chamado Shakespeare, texto e direção de Barbara Heliodora
- Hamlet, tradução de Anna Amelia Carneiro de Mendonça, direção de leitura no O Tablado.
- As idades do Homem, de William Shakespeare, tradução e texto de Barbara Heliodora
- Comédia de todo mundo, de Eudnyr Fraga, tradução, adaptação e direção geral de Barbara Heliodora
- ppp@WllmShkspr.br, de Jess Borgeson, Adam Long e Daniel Singer, tradução de Barbara Heliodora, 1998
- Um passeio no bosque, de Lee Blessing, tradução de Barbara Heliodora, Teatro Alfa, São Paulo
- A Filha de Lúcifer, de William Luce, tradução Barbara Heliodora, Rio de Janeiro e São Paulo
- Do mundo nada se leva, de Moss Hart e Geroge Kaufman, no clube Monte Líbano em São Paulo
- Lingua presa e olho vivo, de Peter Shaffer, tradução de Barbara Heliodora, Teatro Miguel Lemos, Rio de Janeiro
- Comédia dos erros, de William Shakespeare, Teatro da Praça, Rio de Janeiro
- A mais sólida mansão, de Eugene O'Neill, tradução Barbara Heliodora, Teatro Glória, 1976
- O hóspede inesperado, de Agatha Christie, no clube Monte Líbano, em São Paulo
- Os filhos de Eduardo, de M.C. Sauvajeon, no clube Monte Líbano, em São Paulo
- Pluft, o fantasminha, de Maria Clara Machado, no Colégio Sacré Coeur de Jesus, Rio de Janeiro
- Senhorita Júlia, de August Strindberg, tradução de João Marschner, no Teatro Marília (Belo Horizonte ) e Teatro Nacional de Comédia ( São Paulo )
- Todomundo, texto anônimo inglês do sec. XV, traduzido por Anna Amélia de Queiroz Carneiro de Mendonça. Na Igreja de Nossa Senhora da Glória, Rio de Janeiro
Prêmios e condecorações
- Agraciada pela República Francesa com a Ordre des Arts et des Lettres, no grau de Oficial, República Francesa, 1968
- Sócia Benemérita da Casa dos Artistas do Rio de Janeiro
- Connecticur College Medal, 1995
- Incluída, a partir de 1976 no The World Who's Who of Women, Melrose Press, Cambridge, Inglaterra
- Premio Jabuti de Tradução, Contos de Fada, de Oscar Wilde
- Premio IBEU Tradução, Um passeio no bosque, de Lee Blessing
- Premio IBEU Tradução, Os efeitos dos raios gama sobre as margaridas do campo, de Paul Zindel
- Premio IBEU Tradução, A mais sólida mansão, de Eugene O'Neill
- Premio IBEU Tradução, A filha de Lúcifer, de William Luce
- Premio IBEU Tradução, Meu querido mentiroso, de George Bernard Shaw
- Premio Alejandro Jose Calabassa - União Brasileira dos Escritores
- Premio São Sebastião de Cultura 2003 - destaque Cultura
- Premio Mulher do Ano 2001 - destaque Artes
- Medalha João Ribeiro, ABL, nov 2005
Membro de Juri
Participou como membro do juri dos seguintes prêmios Molière do Rio de Janeir; IBEU de Teatro, Rio de Janeiro; Premios Estaduais de Teatro do Estado da Gaunabara, 1971; Desfile das Escolas de Samba, carnaval 1972; Concurso Nacional de Peça do SNT, 1976.
Membro do Conselho de Teatro do Museu da Imagem e do Som da Guanabara; do Conselho Culsultivo do Centro Cultural LUME (até 1974); do Conselho Consultivo da Escolinha de Arte Brasil; da Comissão de Estudo e Treinamento nos Estados Unidos (CETEU), encarregada da seleção de candidatos brasileiros a bolsas de estudo em universidades americanas em 1976; da Comissào de Consultores da CAPES/MEC na área de Artes, Comunicação, Biblioteconomia e Ciência da Informação, a partir de 1978.
William Shakespeare
Soneto XCII
Tradução: Barbara Heliodora
Faz teu pior pra de mim te afastares,
Enquanto eu viva tu és sempre meu,
Não há mais vida se tu não ficares,
Pois ela vive desse amor que é teu.
Por que hei de temer grande traição
Se tem fim minha vida com a menor;
De vida abençoada eu sou, então,
Por não ‘star preso ao teu cruel humor.
Tua mente inconstante não me afeta,
Minha vida é ligada à tua sorte;
Como é feliz o fato que decreta
Que sou feliz no amor, feliz na morte!
Porém que graça escapa de temer?
Podes ser falso e eu sequer saber.
But do thy worst to steal thyself away,
For term of life thou art assured mine,
And life no longer than thy love will stay,
For it depends upon that love of thine.
Then need I not to fear the worst of wrongs,
When in the least of them my life hath end.
I see a better state to me belongs
Than that which on thy humor doth depend;
Thou canst not vex me with inconstant mind,
Since that my life on thy revolt doth lie.
O, what a happy title do I find,
Happy to have thy love, happy to die!
But what's so blessed-fair that fears no blot?
Thou mayst be false, and yet I know it not.