Queiroz, Borges da Costa, Machado e Palhares. Genealogia e histórias


por Priscilla Bueno

INTRODUÇÃO

As figuras centrais da presente pesquisa, são os quatro avós da minha avó Anna Amelia, e suas duas irmãs, Laura Margarida [Laly] e Maria José [Jujuca].

 

Os avós paternos, José Joaquim de Queiroz, que veio menino de Figueiró de Santiago, perto da Lixa, na região de Amarante, Portugal e aqui se casou com Amelia Borges da Costa, e os avós maternos, Luiz Alves Pereira Machado, nascido no Rio Grande do Sul, e que aqui se casou com Anna Xavier Palhares, de família vinda de Portugal.

 

Como muitas vezes acontece, a pesquisa toma rumos mais abrangentes e se alarga trazendo à tona informações curiosas e interessantes.

 

Por especial gentileza de meus queridos amigos Lívia de Azevedo e Nuno Tavares, em 27 de junho de 2011 fui a Amarante, de onde saí de taxi com o Sr. Peixoto, que não acreditou no êxito do meu intento. Seguindo o caminho com a descrição de minha avó Anna Amélia, que lá estivera em 1935, não tenho como expressar a emoção de encontrar, na mesma estrada sinuosa, a seta de indicação - Figueiró - e no pequeno vilarejo os vestígios dos Queiroz, e descendentes do irmão do meu trisavô.

 

Os Borges da Costa, cujo patriarca José mandou construir a casa da rua Cosme Velho, onde passei minha infância, juventude e parte da vida adulta, tem nos seus descendentes próximos ou distantes, amigos queridos e chegados. José Mario de Oliveira Ramos me deu acesso a um diário escrito por seu antepassado José Borges da Costa Junior, que esclareceu e deu vida aos Borges da Costa. José Francisco de Andrade Neves Meirelles, bisneto de Angélica Borges da Costa, foi fonte de informações preciosas sobre sua bisavó e o Barão de Alves da Conceição, que vem a ser pais também, do tio Jayme Conceição, que sendo nosso vizinho na rua Cosme Velho, fez parte da nossa história. Por fim, Amelia Borges da Costa, quinta filha do patriarca, casou-se com o Queiroz que veio lá de Portugal.

 

José Pougy, seu livro O Bairro das Águas Férreas e nossas conversas por emails, me abriram o caminho para a descoberta e identificação da vasta lista de propriedades dos Borges da Costa no Cosme Velho.

 

Luiz Alves Pereira Machado, veio do Sul. Possivelmente de Pelotas, porém os arquivos dessa cidade continuavam encaixotados nas duas vezes que tentei usá-los para pesquisa, com a agravante do bispo local não permitir que o projeto do FamilySearch digitalize suas informações. Guarda-livros com uma caligrafia impecável foi um avô muito chegado das três netas, minha avó e suas irmãs.

 

Os Palhares, dos quais eu sabia pouquíssimo, cujo patriarca era um ouvires de renome, revelaram-se também ativos comerciantes de materiais para o Arsenal de Guerra e outros.

 

Uma nova opção disponível para pesquisa que revolucionou o acesso à informação de periódicos é a Hemeroteca da Biblioteca Nacional. Se eu pudesse ter dedicado todo o tempo da minha vida à leitura desses periódicos, não teria tido tempo de encontrar a quantidade de notícias relativas aos grupos familiares às quais tive acesso através dessa ferramenta.

 

Outra fonte inesgotável de informações foi o conjunto de cartas, grande parte delas trocadas entre meus bisavós José Joaquim de Queiroz Junior e Laura Machado. No início de seu casamento o casal mudou-se para a Usina Esperança, em Minas Gerais, local de acesso através da Estrada de Ferro Central do Brasil, distante 4 quilômetros da então Itabira do Campo, hoje Itabirito. Em diversas ocasiões um e outro precisaram viajar. Queiroz Junior ir a trabalho a Belo Horizonte ou ao Rio e Laura, com as filhas, ao Rio, visitar sua família, passar férias, ou ir ao dentista . Desde cedo combinaram que se escreveriam diariamente, sempre que estivessem afastados, por isso, uma ida a Belo Horizonte por 2 dias, rendia 4 cartas; uma ida ao Rio por 15 dias, rendia 30 cartas... de tal forma que existem 998 cartas escritas por Queiroz Jr para Laura, 859 de Laura para ele, e mais inúmeras entre seus pais, irmãos, irmãs, filhas, etc., que foram cuidadosamente guardadas, por eles, e depois por meus avós Anna Amelia e Marcos.

 

O livro está dividido em quatro partes, uma para cada um dos avós, QUEIROZ, BORGES DA COSTA, MACHADO e PALHARES, como indicado no Sumário. Como a descendência das três irmãs, minha avó Anna Amelia, Laly e Jujuca apareceria em todas elas, para não ser repetitiva, essa informação aparece somente no QUEIROZ.

 

Não posso deixar de mencionar as conversas com Antonio Candido que sempre me dão a dimensão da importância da preservação da história da família, e Edgardo Pires Ferreira, Roberto Menezes de Moraes e Eliana de Moura Castro, interlocutores atentos, sempre prontos a ouvir e discutir.


 


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