História de Gentil José de Castro (Coronel)


1848 . 8-3-1897 - Rio de Janeiro [idade: 49 anos]

   NOTAS


Livro: Os Carneiro de Mendonça

Livro: Queiroz, Borges da Costa, Machado & Palhares - Genealogia e Histórias

- Em 7 mar 1886 [Folhinha Laemmert para o Anno de 1886, Contendo a Chronica Nacional e Universal e informações uteis e interessantes. Rio de Janeiro - Livraria Universal de Laemmert - pag. 281] é concedida remissão a Gentil José de Castro para explorar carvão de pedra na comarca de Ilhéus (Bahia).

- Em 8 mar 1897, o coronel Gentil José de Castro foi assassinado por ser monarquista.  No artigo O assassinato do cel. Gentil de Castro - um mártir da causa monarquista no Brasil, Jerônimo Ferreira Alves Netto esclarece: ..."O maior problema enfrentado pelo governo de Prudente de Morais, foi a rebelião de Canudos, no interior da Bahia, liderada pelo beato Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido como Antônio Conselheiro. Este movimento, de caráter nitidamente social, foi interpretado pelos florianistas como estando sendo financiado e apoiado pelos "sebastianistas", designação pejorativa dos que, no Brasil, continuavam monarquistas após a proclamação da república. O insucesso de forças regulares do Exército contra os sertanejos, levou os florianistas a culparem a orientação política do Prudente de Morais de reduzir a participação militar no orçamento, impedindo assim o Exército de cumprir sua atribuição constitucional de manter a ordem interna. O fracasso da expedição comandada pelo cel. Moreira César provocou enorme comoção no Rio de Janeiro , "sendo interpretada pelos florianistas como um violento golpe na própria República, os quais foram tomados por violenta sede de vingança". Ninguém procurou compreender ou explicar o insucesso das operações militares contra o Arraial de Canudos. A absoluta falta de apoio logístico, a falta de reconhecimento dos sertões inóspitos em que a campanha se desenrolou, bem como o excesso de confiança e a imprudência de alguns chefes militares é que foram, na verdade, os fatores responsáveis pelos maus resultados obtidos.  O coronel Gentil José de Castro, proprietário dos jornais monarquistas Gazeta da Tarde e Gazeta da Liberdade, foi acusado de cumplicidade com os fanáticos de Canudos. Gentil de Castro resolveu processar o jornal A República, no qual foi publicado um artigo do jornalista Alcindo Guanabara, acusando-o de ter feito "remessas de armas a Antônio Conselheiro, bem como assim de munições, via Sete Lagoas e Curvelo". A verdade é que as notícias do desastre de Canudos foram utilizadas por alguns políticos brasileiros para mobilizar a opinião do povo contra os monarquistas. Em consequência, a 7 mar 1897, um grupo de manifestantes invadiu a redação dos jornais Gazeta da Liberdade e Gazeta da Tarde, destruindo todo o material das redações e tipografias dos mesmos. Não satisfeitos, os manifestantes dirigiram-se à rua do Passeio, onde apedrejaram a residência do coronel Gentil de Castro. Em Petrópolis, cidade onde Gentil de Castro possuía residência de verão, a exemplo do visconde de Ouro Preto e seu filho o conde Afonso Celso e outros ilustres monarquistas, a Gazeta de Petrópolis comentou os acontecimentos, dizendo a certa altura: ... Mas o povo, é soberano, não se detém quando uma forte dor o magoa. Eis porque reunido em massa, penetrou nos edifícios da Gazeta da Tarde, da Gazeta da Liberdade e do Apóstolo, órgãos monarquistas, empastelando-os todos e ateando fogo por fim ao material, transportado para a rua. Não satisfeito com isso, o povo ainda marchou para a casa do coronel Gentil de Castro, proprietário dos jornais monarquistas e, segundo se diz, fornecedor de armas e dinheiro a Antônio Conselheiro, apedrejando-a e insultando o cacique do Sebastianismo, que a estas horas deve estar bem escondido". No Rio de Janeiro, o jornal Gazeta de Notícias, comentava: "...Não há quem a esta hora não compreenda que o monarquismo revolucionário quer destruir com a República a unidade do Brasil".  No dia 8 de março de 1897, contrariando as recomendações dos amigos, o coronel Gentil de Castro que se encontrava em sua residência no Alto da Serra, em Petrópolis, desceu de trem ao Rio de Janeiro para avaliar os estragos do dia anterior. Segundo o depoimento de pessoas amigas, teria passado o dia conversando com os empregados dos jornais, tomando providências para o recolhimento dos destroços dos mesmos e encarregando Alberto de Castro da guarda de sua residência situada à rua do Passeio. à tarde, ao tomar o trem na estação de São Francisco Xavier, para retornar a Petrópolis, foi morto a tiros por alguns indivíduos que o interpelaram. O atentado, diga-se de passagem, visava também ao conde Afonso Celso e ao visconde de Ouro Preto, que se encontravam no mesmo trem e que a custa de muito sacrifício conseguiram sair do vagão em que se achavam e buscaram refúgio numa casinha de um cortiço próximo, de onde conseguiram embarcar num trem para Petrópolis. ..."

 

 

- Em 5 jul 1888 [Cidade do Rio], o então tenente coronel Gentil de Castro foi vítima de uma tentativa de assassinato em Ilhéus, BA. Um facínora do lugar conhecido por José Honório vidrou-lhe uma punhalada que felizmente não lhe produziu ferimentos graves.

- Em 13 abr 1891 [O País] o coronel Gentil de Castro era residente em São Carlos do Pinhal, SP, onde comprou um palacete do visconde da Cunha Bueno, para nele hospedar o visconde de Ouro Preto que assim que chegar da Europa irá passar alguns meses em São Carlos do Pinhal.

- Em 8 mar 1897 [Cidade do Rio] Subindo a rua do Ouvidor numeroso grupo atacou o edifício da Gazeta da Tarde, onde também funcionava o Liberdade e conduzindo móveis e mais objetos que ali encontraram para o largo de São Francisco e lhes ateou fogo.  Igual ataque sofreu O Apóstolo, na rua da Assembleia e mais tarde a residência do coronel Gentil de Castro, na rua do Passeio. às 10 e 1/2, também foi inutilizada a oficina da Travessa do Ouvidor, 27, que pertenceu em tempo à Gazeta da Tarde.  

Anexos


Gentil José de Castro

O ASSASSINATO DO CEL GENTIL JOSÉ DE CASTRO por Affonso Celso

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