História de Joaquim José de Queiroz (Padre)


11-11-1890 - Santiago de Figueiró, Amarante . 18-7-1960 - Santiago de Figueiró, Amarante [idade: 70 anos]

   NOTAS


- Padre.

- Em carta de 19 abr 1924 [de Laly para sua tia América) Mais 4 dias e devemos partir para a aldeia. Vamos ver como nos recebem os parentes.

- Em carta de 26 abr 1924 [Laura Machado para Anna Amelia) Quarta feira vamos para Figueiró conhecer os parentes.  Continuo a gostar muito da viagem.

- Em carta de 29 abr 1924 [Laura Machado para Anna Amelia) Partimos amanhã cedinho para Figueiró. 

- Em carta de 10 Maio 1924 [Laura Machado para Anna Amelia) Estivemos 9 dias na Aldeia, com os parentes, de quem ficamos gostando sinceramente; todos nos agradaram muitíssimo. Levo esplendida impressão de Portugal.

- Em 22 maio 1926 deixou de ser pároco da freguesia de Jugueiros, Felgueiras (nos arredores de Guimarães) e assumiu a paróquia de Figueiró-Santiago

- Em 17 de julho 1929 (diário de viagem de Maria José de Queiroz, Jujuca, viajando com sua mãe Laura) Almoço com a família Costa; partida com eles de automóvel para Figueiró da Lixa; visita à prima Maria, à tia Bernardina que estava doente, ao primo padre Joaquim na capelinha de Figueiró, onde ele é pároco (séc. XVII); fomos depois ao cemitério. 

- Em carta de 13 jul 1935 [Laura para Anna Amélia) Se passarem de auto pela estrada que ladeia a E.F. onde ha a estação de Cabide, parem na Serrinha e procurem os primos de teu Pai.  O primo Joaquim José de Queiroz é vigário de Figueiró da Lixa.  É muito agradável e inteligente.

- Em 30 jul 1935 (in Quatro pedaços do planeta no tempo do Zeppelin, p. 319, Anna Amélia de Queiroz Carneiro de Mendonça)

 Penafiel - Cidade muito típica, cheia de azulejos e casas brancas. Segue-se por um bom trecho de estrada subindo bastante em direção ao Alto de Lixa. Pinheiros de ambos os lados. Casas de pedra, todas de pedra e aspecto secular. Chegamos à zona da aldeia. O clima aqui deve ser formidável.  A neblina é cada vez mais forte. Tomamos o desvio de Figueiró, ao chegar ao alto de Lixa. 

Uma mulher conduz um rebanho de cabras, outras conversam na estrada, uma tem um porquinho ao braço. Um letreiro preto indica, finalmente, o caminho de Figueiró a 2800 metros.

Lá chegamos depressa, e encontramos a Casa do Padre Joaquim José de Queiroz, primo irmão de meu pai. Recebe-nos a prima Maria Alice, uma das mais moças das filhas da prima Maria, falecida há quatro anos. São sete: Maria Alzira, José (médico), Maria Irene, Maria Aurora, Maria Laura, Maria Alice, Maria Clotilde.  Vivem as três mais velhas com o irmão, que clinica em Serrinha, e as três mais moças com o tio.  Chega o Padre Joaquim José.  É grisalho, bonito homem, muito simpático e agradável.

As outras duas meninas também chegam e conversamos uns dois minutos com todos. Mamãe, Laly e Jujuca, que aqui estiveram, são recordadas sempre. É uma visita rápida mas agradável.  Para mim esta vinda ao longínquo recanto de Figueiró da Lixa é uma  homenagem aos velhos membros da família: a vovô Queiroz que aqui esteve, o papai, que veio pequenino e aqui quase morreu, havendo no cemitério uma capela erguida pela família, onde está hoje um crucifixo que mamãe trouxe da Itália.  Infelizmente estamos tão apressados que quando pergunto pelo cemitério, já estamos longe e só podemos fotografá-lo à distância.  O primo vigário e as meninas acompanham-nos até o automóvel; oferecem-nos lenços, bordados aqui mesmo.  Despedidas afetuosas.  E mais uma doce lembrança do velho Portugal, pai do Brasil.

- Em 28 jun 2011, 76 anos após a meus avós terem estado lá, parti de taxi de Amarante no norte de Portugal, para Figueiró, que é perto da Lixa, atualmente Figueiró-Santiago (em homenagem a San Tiago seu padroeiro).

O taxista, Sr. Peixoto, não acreditava que eu pudesse ter sucesso na minha empreitada. Ao entrarmos na aldeia vimos logo uma senhora lavando roupa numa fonte pública. Pedi para Sr. Peixoto parar o carro e fui falar com ela, mas ela logo disse que não via e não ouvia e sugeriu que fossemos à igreja, "mais abaixo, perto do cemitério".

Passamos pelo cemitério aberto e logo vimos uma mulher na plantação de videiras e uma casa com o portão aberto. Paramos novamente e começamos a chamar por alguém no portão, mas só ouvimos ferozes latidos. Eu me dirigi à igreja e o Sr. Peixoto foi falar com a mulher, que sugeriu que fossemos à Junta. Constatei que a igreja estava fechada e descemos mais alguns metros até a Junta. Quando entrei encontrei duas mulheres conversando. Uma bem jovem e outra de seus 45 anos, Emília Macedo e Lourdes Teixeira.

Ambas foram muito gentis, mas a Sra. Lourdes abraçou a minha causa. O padre Antônio Carvalho Oliveira, atual pároco e que substituiu desde 1960 o padre Queiroz, está de férias. Com certeza poderá dar informações. Anotei os endereços, deixei os meus, agradeci e fui para o cemitério. Sr.  Peixoto ficou agradecido de eu não me importar de entrar no cemitério sozinha. Me dirigi logo para a parte mais antiga do cemitério e a primeira capela/jazigo dos 3 existentes, já era a do padre Joaquim José de Queiroz, *11 nov 1890 †18 jul 1960 ambos em Figueiró. Era antes pároco em Jugueiros, Felgueiras e em 22 maio 1926 assumiu a paróquia de Figueiró. Fotografei a capela e  dentro da mesma, vi uma fotografia do padre. Imediatamente voltei à Junta para perguntar à Sra. Lourdes quem poderia ter a chave do jazigo para eu poder ver a foto mais de perto. Ela começou a telefonar para a mãe e outras pessoas e descobriu quem tinha a chave. Disse que iria me levar à casa da pessoa e lá fomos nós, porém sem sucesso pois a casa estava trancada, sem ninguém, mas paramos  pois havia um casal na casa em frente e a Sra. Lourdes foi conversar com eles. Ficamos sabendo que os moradores da casa que procurávamos estavam de férias, mas o senhor logo disse que no salão da igreja havia fotos de todos os padres que serviram na cidade.  Novos telefonemas e lá fomos nós buscar a senhora que cuida da igreja, que imediatamente veio conosco, abriu o salão e tirou da parede a fotografia do padre Queiroz, abrindo também a igreja para uma rápida visita. A seguir a Sra. Lourdes se prontificou a me acompanhar até a Lixa para me apresentar ao sobrinho neto do padre, Antônio Carlos Queirós Moreira, e assim fomos até a sua loja de ferragens Macedo & Moreira. Antônio Carlos se lembra muito bem do tio padre.

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