História de José Borges da Costa (1º do nome - Comendador)


26-9-1811 - Fontes . 8-9-1871 [idade: 60 anos]

   NOTAS


Livro: Queiroz, Borges da Costa, Machado & Palhares - Genealogia e Histórias

- Notas de José Borges da Costa [2º do nome] sobre seu pai: Meu pai, José Borges da Costa [1º do nome], faleceu em 8 de setembro de 1871 em Portugal com a idade de 60 anos que completaria a 26 daquele mês. Foi depositado no Porto, no jazigo de Eduardo da Costa Correia Leite. O seu corpo foi embarcado no mês de dezembro de 1872 na barca Go.. Adelaide, saiu a barca do Porto a 4 de fevereiro de 1873, chegou à Corte a 30 de março de 1873 e desembarcou em 18 de abril e a 19 foi feito o funeral na igreja Nossa Senhora da Candelária havendo missa de corpo presente e seguiu para o cemitério de São João Batista onde foi sepultado no carneiro 263A. Em abril de 1878 foi exumado e seus restos mortais transferidos para o jazigo 24A. 

- O comendador José Borges da Costa mandou construir a casa do Cosme Velho, hoje conhecida como o Solar dos Abacaxis, que foi comprada por Marcos e Anna Amélia Carneiro de Mendonça em 1943/1944, reformada e para onde se mudaram em 1946. é tradição na família que o autor do projeto foi José Maria Jacintho Rebelo, discípulo de Grandjean de Montigny, atribuição justificável pela semelhança com outras obras do mesmo arquiteto como o palácio do Itamaraty no Rio de Janeiro e o palácio Imperial em Petrópolis.

- As filhas mulheres foram educadas no Colégio de Meninas de Mme. Tanière, na rua do Catete, 175, autorizada por seus diplomas da Universidade da França e da Prefeitura do Sena, tendo já dirigido em Paris por nove anos, um colégio de meninas.

-  A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro - Terras e Fatos, 2004:

* Estrada do Cosme Velho (1836 / 1866) Terreno de 87,5 braças de frente pela estrada do Cosme Velho, no trecho que se chamou de caminho do Peixoto. Esse terreno, desmembrado em 1836 da antiga chácara dos Moinhos, aparece em 1844 como tendo sido comprado por Antônio Peixoto do Vale, pela quantia de 1:600$, de Rosa Maria do Nascimento, viúva e herdeira de João da Costa Freitas, antigo dono da dita chácara.  Era nesse a chamada Fortaleza, casa residencial de sólida construção de pedra e cal, aparentando uma fortaleza medieval e na qual residiu Peixoto do Vale. Em 1866 foi vendida pela viúva Peixoto do Vale, Bernardina Clara, já casada com José Antônio Cardoso dos Santos, quem por cabeça de casal aparece em quase todas as transações de bens da referida senhora.  Cardoso dos Santos foi um marido liquidatário. Na verdade ele aparece liquidando quase todos os bens da rica viúva.  Era casado pelo regime de comunhão de bens, ele que pouco tinha, como deixa crer a documentação que atentamente examinamos.  A Fortaleza foi comprada por José Borges da Costa, grande proprietário no Cosme Velho, onde possuiu para mais de vinte prédios. Deixou fortuna e descendência distinta no Rio de Janeiro e em Niterói.  Os seus descendentes domiciliados em Niterói, ao fim do século passado, já estavam pobres.  O ricaço Borges, que era homem seguro nos negócios que fazia e um tanto avarento, possuiu na antiga estrada do Cosme Velho além da Fortaleza, n. 73 e da chácara, n. 75, os bons prédios n. 63E, 63F, 63G, 63H, 65A a 65E e do lado par para mais de seis.  Quando vendia os prédios, retinha sempre o domínio útil do terreno, ficando assim o comprador obrigado a pagar-lhe o foro do terreno e também o laudêmio, no caso de transferência.  As vendas que fazia eram concernentes às benfeitorias apenas.  Criou um verdadeiro feudo.  Encontramos depois da sua morte, antigos feudatários seus a questionar em juízo para reivindicação de direitos sobre a posse útil de terrenos, pretendida pelos herdeiros de Borges da Costa.

* Estrada do Cosme Velho (1838 / 1872) Terreno de 100 braças de testada pela margem do rio Carioca e cortado pela estrada do Cosme Velho, tendo 80 braças de fundo. Em consequência de corte, o aforamento compreendeu um lado e outro da estrada do Cosme Velho e ainda pelo caminho do Inglês, onde também fazia outra frente.  Esse terreno foi legado ao padre Manoel de Queiroz Paiva pelo antigo posseiro Domingos Alves de Azevedo e em  1838 vendido pelo dito sacerdote, por 4:000$ ao barão da Glória, Antônio José Leite Guimarães. O  barão, comprando o terreno todo ele montanhoso, ainda muito agreste e fechado por cerca viva, logo o  dividiu e construiu vários prédios , dos quais cinco no lado direito da referida estrada, vendidos pelo mesmo titular em 1863 a José Borges da Costa, a quem pertenciam ainda em 1870 e figuravam no Rol das Décimas com os n. 50, 52, 54, 56 e 58.

- Relatório do Encarregado do Tombamento das Terras da Ilustre Câmara Municipal do Rio de Janeiro em 1872:

1. Rua do Cosme Velho

* n. 50 - José Borges da Costa, pagou laudêmio em 18 de março 1863 por comprar esta casa e as que se seguem até n. 58, ao barão da Glória, que teve carta no L. 10 fl. 184 v., por haver comprado 100 braças de frente pelo rio Carioca, com 80 de fundo, ao padre  Manoel de Queiroz Paiva, herdeiro de Domingos Alves de Azevedo. Como a estrada atual atravessa estas terras, tem o barão da Glória terrenos, tanto do lado par, como do ímpar, pertencentes à mesma origem, que se achará melhor desenvolvida no lado ímpar (n. 63E). 4$800. Pagou em 1863.

* n. 52 - José Borges da Costa. Paga foro pelo n. 63E. Vide n. 50.

* n. 54 - José Borges da Costa. Paga foro pelo n. 63E. Vide n. 50.

* n. 56 - José Borges da Costa. Paga foro pelo n. 63E. Vide n. 50.

* n. 58 - José Borges da Costa. Paga foro pelo n. 63E. Vide n. 50.

* n. 63E - José Borges da Costa, pagou laudêmio em 18 de março de 1863, por comprar ao barão da Glória (Antônio José Leite Guimarães) que teve carta no L. 10 fl.184 v, de 100 braças de frente pelo rio Carioca, com 80 de fundos que houve por compra do Padre Manuel de Queiroz Paiva, herdeiro de Domingos Alves de Azevedo.  Sendo a testada no rio e a rua passando nesse lugar a quem do mesmo rio, ficam terrenos do lado par, que pertencem a este aforamento e que pagam o foro por este lado, e no qual existe este terreno, que também faz frente pelo caminho do Inglês, e estão edificados os prédios de números 63C a 65E, compreendidos nesta compra. 4$800. Pagou em 1867.  Os números que vão de 57A a 63D pertencem ao Caminho do Inglês, por onde serão descritos.

* n. 63F - José Borges da Costa. Pago foro pelo n. 63E.

* n. 63G - José Borges da Costa. Pago foro pelo n. 63E.

* n. 65 - José Borges da Costa. Pago foro pelo n. 63E.

* n. 65A - José Borges da Costa. Pago foro pelo n. 63E.

* n. 65B - José Borges da Costa. Pago foro pelo n. 63E.

* n. 65C - José Borges da Costa. Pago foro pelo n. 63E.

* n. 65D - José Borges da Costa. Pago foro pelo n. 63E.

* n. 65E - José Borges da Costa. Pago foro pelo n. 63E.

* n. 73 - José Borges da Costa pagou laudêmio em 14 de dezembro de 1866 por comprar a José Antônio dos Santos Cardoso, casado com D. Bernardina Clara Peixoto do Valle, a qual houve em meação no inventário de seu marido Antônio Peixoto do Valle, que teve carta no L. 11 fl. 184, por haver comprado à D. Rosa Maria do Nascimento, viúva de João da Costa Freitas, pai.  Era a antiga casa chamada Fortaleza e tinha todo o terreno 87 1/2 braças e 2 palmos de frente do Caminho, que hoje se chama de Peixoto e antigamente era a continuação do Cosme Velho, dividindo-se pelo lado debaixo com terras da mesma vendedora e pelo de cima com terras do comprador, compradas em 1830 a João da Costa Freitas, pai. 640. Pagou em 1866.

* n. 74 José Borges da Costa. Paga foro pelo n. 63E.

* n. 75 - José Borges da Costa pagou laudêmio em 14 de dezembro de 1866, por comprar à José Antônio dos Santos Cardoso, casado com D. Bernardina Clara Peixoto do Valle, que houve em meação no inventário de seu marido Antônio Peixoto do Valle, que pagou laudêmio em 20 de outubro de 1848 por haver comprado 12 braças de frente e 22 de fundo à D. Rosa Maria do Nascimento e sua filha D. Joanna Rosa da Costa Freitas, herdeira de João da Costa Freitas, pai. 640. Pagou em 1866.

* n. 76 José Borges da Costa. Paga foro pelo n. 63E.

* n. 77 - José Borges da Costa (vide n. 75).

* n. 78 José Borges da Costa. Paga foro pelo n. 63E.

* n. 79 - José Borges da Costa (vide n. 75)

* n. 79A - José Borges da Costa (vide n. 75)

* n. 80 José Borges da Costa. Paga foro pelo n. 63E.

* n. 82 José Borges da Costa. Paga foro pelo n. 63E.

* n. 84 José Borges da Costa. Paga foro pelo n. 63E.

* n. 86 José Borges da Costa. Paga foro pelo n. 63E.

* n. 88 José Borges da Costa. Paga foro pelo n. 63E.

2. Caminho do Inglês

O caminho do Inglês, assim chamado porque vai terminar na chácara que foi do inglês Jorge Britaim, começa na estrada da rua do Cosme Velho em frente à chácara de Luiz Mendes Ribeiro e vai terminar no portão da chácara que hoje pertence à Fazenda Nacional e que antigamente pertenceu ao inglês Jorge Britaim. Sua direção é sempre ascendente e formada em três lançantes ao rumo de sudeste, mais ou menos.  Todo o caminho do Inglês é foreiro à Câmara, porque suas margens são lados ou testadas de todos que eram foreiros, como se verá dos auxiliares complementares e do detalhe em que se vai entrar.

Lado par, terreno, José Borges da Costa. Paga foro pelo n. 63E da rua do Cosme Velho.

3. Caminho do Peixoto

O caminho do Peixoto começa na rua do Cosme Velho em frente às terras de Patrício Ricardo Freire e vai terminar nos Canos da Carioca.  é por ora a única saída que a rua do Cosme Velho tem verdadeiramente para os Canos da Carioca.  Sua direção é hoje muito irregular, mas sempre ascendente.  Todo este caminho é foreiro à Câmara porque atravessa todo ele terras foreiras que foram de João da Costa Freitas, pai, hoje quase todas em poder de Antônio Peixoto do Valle. 

* Terreno

(a) lado da chácara dos herdeiros de Dejot. Pagam foro pela rua do Cosme Velho n...

(b) José Borges da Costa - pagou laudêmio em 14 de dezembro de 1866 por comprar à José Antônio dos Santos Cardoso casado com D. Bernardina Clara Peixoto do Valle que teve carta no L. 9 fl. 3 de uma chácara que comprou à João da Costa Freitas, pai, e sua mulher a qual chácara dividia com o rio da Carioca e Luiz Moutinho, com fundos até as vertentes e por outro lado dividia com terras do vendedor que hoje são também do mesmo Peixoto. Neste lugar está o portão que dá entrada para a chácara.

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- Em 21 abr 1849 [Correio Mercantil] Secretaria do Arsenal de Guerra da Corte, 19 abr 1849: Tendo-se efetuado à vista de propostas e amostras a compra dos objetos abaixo declarados, podem as pessoas que os venderam, entrarem com eles para o almoxarifado deste arsenal, a saber: entre outros, Sr. José Borges da Costa - 12 grosas de botões grandes de duraque preto a 1$000 a grosa e 14 ditas de ditos pequenos, a 560 réis a grosa. 

- Em 28 jun 1849 [Diário do Rio de Janeiro] Ministério da Guerra, expediente de 19 jun ao inspetor da pagadoria das tropas mandando pagar a, entre outros, José Borges da Costa 354$140 réis, importância de gêneros que vendeu para o arsenal. 

- Em 5 jan 1850 [Diário do Rio de Janeiro] Ministério da Guerra, expediente de 13 jan ao inspetor da pagadoria das tropas mandando pagar a, entre outros, José Borges da Costa 267$300 réis, importância de gêneros que vendeu para o arsenal. 

- Em 4 mar 1850 [Diário do Rio de Janeiro] Ministério da Guerra, expediente ao inspetor da pagadoria das tropas mandando pagar a, entre outros, José Borges da Costa 76$600 réis, importância de gêneros que vendeu para o arsenal. 

- Em 5 set 1850 [Correio da Manhã] Entradas no porto no dia 4, de Santa Catarina, patacho Natividade, passageiros, entre outros, José Borges da Costa.

- Em 23 set 1850 [Diário do Rio de Janeiro] Ao diretor do arsenal de guerra mandando pagar a José Borges da Costa a quantia de 16$840 réis de botões que vendeu para o dito arsenal.

- Desde 1851 possuía um estabelecimento de objetos de armarinho e ferragens por atacado.

- 1851 [Relatório do Ministério da Guerra] Relação dos botões de metal grandes e pequenos entrados para o almoxarifado deste Arsenal desde o 1 jul 1851 até a presente data comprados a José Borges da Costa: 5 jul, livro 1, fls 2 - 70 grosas de botões pretos de osso - 14$000; 26 ago - livro 1, fls 25v - 6 ditas de ditos de cinco furos - 1$200; 60 ditas de ditos pretos de osso - 12$000; 19 set, livro 1 fls 36v 131 grosas e 3 dúzias de botões de metal amarelo, grandes - 577$500; 90 ditas e 40 botões de metal dito, dito - 397$220; 97 ditas e 32 botões de dito, dito, dito - 427$770; 22 set livro 1, fls 37v - 60 ditas de dito de cinco furos - 12$000; 18 out, livro 1, fls 50 - 195 ditas de ditos de dita - 49$200; 20 out, livro 1, fls 51 - 14 ditas de ditos de dito - 2$800.

- Em 1853 e 1855 [Almanak Laemmert] Negociantes, armarinhos e lojas de diversas miudezas, quinquilharias: José Borges da Costa, rua da Candelária 24, esquina da rua das Violas. Por atacado e a varejo. Também ferragens. 

- Em 1856 [O Auxiliador da Administração do Correio da Corte] José Borges da Costa, Candelária, 24.

- Em 5 jan 1856 [Diário do Rio de Janeiro] Edital 84 - Pela inspeção da alfândega da Corte se faz público que à porta e lugar do costume, no dia 4 do corrente à 1 hora da tarde, se hão de arrematar livres de direito, as seguintes mercadorias, vindas de Southampton no vapor Tamar, e descarregados em 8 de novembro do próximo passado: 60 dúzias de chapéus de sol de paninho para crianças, descarregados na dita data e abandonados por José Borges da Costa.

- Em 1857 [Almanak Laemmert] Armarinhos: José Borges da Costa, rua da Candelária 24, esquina da rua das Violas. Por atacado e a varejo. Também ferragens. 

- Em 3 jan 1858 era Mordomo da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, rua Conde de Bonfim 1033, Tijuca, RJ.

- Em 9, 10 e 11 fev 1858 [Correio Mercantil] Mudança de firma: José Borges da Costa faz ciente a esta praça que o seu estabelecimento de objetos de armarinho e ferragens por atacado, na rua da Candelária, 24, esquina das Violas, passou a girar, a contar de 1 de janeiro do corrente ano, sob a razão social José Borges da Costa e Comp. da qual faz parte o Dr. Francisco José Alves Leite Filho, que já era sócio desde 1 de janeiro de 1851.

- Em 27 jun 1858 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] Câmara municipal: A ilustríssima câmara municipal desta corte nomeou aos abaixo assinados para em comissão encarregarem-se de pedir aos residentes e proprietários  da freguesia de Nossa Senhora da Glória  o contribuírem para a demolição das carinhas térreas no largo da Glória em frente à nova praça do mercado, o que não só serve para aformosear aquele bairro, como aumenta os seus logradouros públicos. A comissão publicando os nomes daqueles senhores e as quantias com que generosamente contribuíram, prevalece-se da ocasião para lhes dirigir os seus votos cordiais de agradecimento. Rio de Janeiro, 25 jun 1858, Dr. I. B. Vieira Cajueiro, Leopoldo A. de Cama Lima e João Carlos Palhares

João Carlos Palhares - 100$000

José Maria Palhares - 50$000

José Borges da Costa - 25$000

- Em 1860 [Almanak Laemmert] Negociantes, lojas de ferragens, drogas, tintas, miudezas e mais gêneros pertencentes a este negócio: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24; e armarinhos e lojas de diversas miudezas, quinquilharias, etc.: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24, esquina da rua das Violas, por atacado e a varejo (também ferragens).

- Em 1 mar 1860 [Correio Mercantil] Dissolução de sociedade - Tendo findado em 31 de dezembro do ano próximo passado a sociedade que existia nesta praça com o negócio de armarinho e ferragens à rua da Candelária, 24, esquina da das Violas, sob a firma de José Borges da Costa e Comp., da qual eram sócios José Borges da Costa e Francisco José Alves Leite Filho, acham-se as transações pendentes do ativo em liquidação por conta de ambos, a cargo do sócio José Borges da Costa, o qual continua com o dito estabelecimento debaixo da mesma firma e sua única responsabilidade, retirando-se o sócio Alves Leite Filho, desonerado de qualquer responsabilidade por nada dever até esta data à extinta sociedade. Rio de Janeiro, 29 de fevereiro de 1860, José Borges da Costa e Francisco José Alves Leite Filho.

- Em 1861 [Almanak Laemmert] Armarinhos e lojas de diversas miudezas, quinquilharias, etc.: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24m esquina da rua das Violas, por atacado e a varejo (também ferragens); e negociantes, lojas de ferragens, drogas, tintas, miudezas e mais gêneros pertencentes a este negócio: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24;

- Em 9 abr 1861 [Diário do Rio de Janeiro] Importação: barca portuguesa Carolina: capachos, 2 volumes a José Borges da Costa; palitos 2 caixas a José Borges da Costa.

- Em 19 abr 1861 [Diário do Rio de Janeiro] Importação: paquete francês Estremadure: fazendas, 1 volume a José Borges da Costa.

- Em 1 jun 1861 [Diário do Rio de Janeiro] Importação: brigue belga Ortelins, de Antuérpia: objetos de armarinho, 1 volume a José Borges da Costa.

- Em 29 jun 1861 [Diário do Rio de Janeiro] Importação: galera francesa Paulista, do Havre: objetos de armarinho, 3 volumes a José Borges da Costa.

- Em 23 nov 1861 [Correio Mercantil] Ministério dos negócios da Fazenda, Rio de Janeiro 8 nov 1861, Comunico em resposta ao ofício da inspetoria da alfândega que fica aprovada a proposta para os processos de arbitragem que tiverem lugar nessa alfândega: relação dos negociantes, entre outros, José Borges da Costa, armarinho.

- Em 1862 [Almanak Laemmert] Negociantes, lojas de ferragens, drogas, tintas, miudezas e mais gêneros pertencentes a este negócio: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24

- Em 18 mar 1862 [Diário do Rio de Janeiro] aparece o registro da firma que estabelece com Manoel Godinho da Costa Negraes e Ernesto Cesar Carpinette, com capital de 60:000$ (sessenta contos de réis).

- Em 27 mar 1862 [Diário do Rio de Janeiro] Importação, galera portuguesa Europa, do Porto: cordas: 5 volumes a José Borges da Costa.

- Em 23 maio 1862 [Diário do Rio de Janeiro] Importação, galera portuguesa Castro II, do Porto, vinho: 1 a José Borges da Costa.

- Em 1863 [Almanak Laemmert] Negociantes, lojas de ferragens, drogas, tintas, miudezas e mais gêneros pertencentes a este negócio: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24; e armarinhos e lojas de diversas miudezas, quinquilharias, etc.: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24, esquina da rua das Violas, por atacado e a varejo (também ferragens).

- ??? Em 1863 José Borges da Costa comprou do Barão da Glória, Antônio José Leite Guimarães, 5 prédios do lado direito da estrada do Cosme Velho, em terrenos desmembrados do terreno de 100 braças de testada pela margem do rio Carioca e cortado pela estrada do Cosme Velho, tendo 80 braças de fundo, originalmente legados ao Padre Manoel de Queiroz Paiva pelo antigo posseiro Domingos Alves de Azevedo e por esse vendido por 4:000$ ao barão da Glória. Pagou laudêmio por essa compra em 18 mar 1863.

Terreno de 87.5 braças de frente pela estrada do Cosme Velho, no trecho que se chamou de caminho do Peixoto. Era nesse terreno a chamada Fortaleza, casa residencial de sólida construção de pedra e cal, aparentando fortaleza medieval na qual residiu Peixoto do Vale e que em 1966 foi vendida por sua viúva (já casada com José Antônio Cardoso dos Santos) para José Borges da Costa, grande proprietário no Cosme Velho, onde possui para mais de vinte prédios. O ricaço Borges, que era homem seguro nos negócios que fazia e um tanto avarento, possui na antiga estrada do Cosme Velho, além da Fortaleza n. 73 e da chácara n. 75, os bons prédios n. 63E, 63F, 63G, 63H, 65A e 65E e do lado par, para mais de seis. Quando vendia os prédios, retinha sempre domínio útil do terreno, ficando assim o comprador obrigado a pagar-lhe o foro do terreno e também o laudêmio no caso de transferência.  As vendas que fazia eram concernentes às benfeitorias apenas. Criou um verdadeiro feudo. Encontramos depois de sua morte, antigos feudatários seus a questionar em juízo para reivindicação de direitos sobre a posse útil de terrenos, pretendida pelos herdeiros de Borges da Costa. José Borges da Costa pagou laudêmio da compra da Fortaleza e da chácara em 14 dez 1866.

- Em 1 mar 1863 [Correio Mercantil] Dissolução amigável em 31 de dezembro próximo passado da sociedade que tinham no estabelecimento de armarinho e ferragens, José Fernandes Pedroso e José Borges da Costa.

- Em 1864 [Almanak Laemmert] Negociantes, lojas de ferragens, drogas, tintas, miudezas e mais gêneros pertencentes a este negócio: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24.

- Em 8 nov 1864 [Correio Mercantil] Continuação da relação dos credores quirografários [credor de uma empresa falida que não possui qualquer tipo de garantia para receber seus créditos] da massa falida de Gomes & Filhos, mandada publicar pela comissão respectiva: José Borges da Costa, 6:000$000, 80:000$000, 14:400$000, 7:500$000 e 4:000$000 e José Borges da Costa e Comp. 224$560, 4:200$000, 6:800$000.

- Em 10 nov 1864 [Diário do Rio de Janeiro] Continuação da relação dos credores quirografários da massa falida de Gomes & Filhos, mandada publicar pela comissão respectiva: José Borges da Costa 3:200$000 e 1:200$000.

- Em 11 nov 1864 [Diário do Rio de Janeiro] Continuação da relação dos credores quirografários da massa falida de Gomes & Filhos, mandada publicar pela comissão respectiva: José Borges da Costa e Comp. 1:600$000.

- Em 1865 [Almanak Laemmert] Negociantes, lojas de ferragens, drogas, tintas, miudezas e mais gêneros pertencentes a este negócio: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24; e armarinhos e lojas de diversas miudezas, quinquilharias, etc.: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24, esquina da rua das Violas, por atacado e a varejo (também ferragens).

- Em 5 ago 1865 [Correio Mercantil] Reuniram-se ontem em assembleia geral os acionistas do banco Rural e Hipotecário, para a eleição de 7 suplentes e foram eleitos os senhores: entre outros, com 265 votos, José Borges da Costa.

- Em 1866 [Almanak Laemmert] Negociantes, lojas de ferragens, drogas, tintas, miudezas e mais gêneros pertencentes a este negócio: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24; e Armarinhos e lojas de diversas miudezas, quinquilharias, etc.: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24, esquina da rua das Violas, por atacado e a varejo (também ferragens).

- Em 28 jan 1866 [Correio Mercantil] Corria ontem na praça que alguns capitalistas e negociantes nacionais e estrangeiros, tratam de organizar um novo banco que se denominará banco Comercial do Rio de Janeiro, e que à frente desta ideia acham-se os Srs., entre outros, José Borges da Costa.

- Em 11 maio 1866 [Diário do Rio de Janeiro] figura na lista dos 60 maiores acionistas do recém criado Banco Comercial do Rio de Janeiro. 

- Em 15 jun 1866 [Gazeta de Notícias] a escrava Josefina, de José Borges da Costa (herança), rua Cosme Velho 63, figura na lista dos libertos por se tornarem sexagenários.

- Em 1867 [Almanak Laemmert] Negociantes, lojas de ferragens, drogas, tintas, miudezas e mais gêneros pertencentes a este negócio: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24.

- Em 3 ago 1867 [Diário do Rio de Janeiro] Aparece novamente na relação dos 60 maiores acionistas que atualmente formam a assembleia geral do banco Comercial do Rio de Janeiro, com 500 ações.

- Em 9 ago 1867 [Diário do Rio de Janeiro] José Borges da Costa, entre outros, em 21 jul 1867, assina  pela Comissão Fiscal do banco Comercial do Rio de Janeiro: é pois a comissão de parecer em vista do que acaba de vos relatar, que aproveis as contas apresentadas pela diretoria.

- Em 5 out 1867 [Correio Mercantil] José Borges da Costa e Comp. compraram por ordem e conta do Sr. Bonifácio José Vilela, de Ponta Grossa, um meio bilhete de n. 5970 da 38a. loteria a benefício do Monte Pio Geral dos servidores do estado, cujo bilhete fica em poder dos anunciantes.

- Em 1868 [Almanak Laemmert] Negociantes, lojas de ferragens, drogas, tintas, miudezas e mais gêneros pertencentes a este negócio: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24; e armarinhos e lojas de diversas miudezas, quinquilharias, etc.: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24, esquina da rua das Violas, por atacado e a varejo (também ferragens).

- Em 1869 [Almanak Laemmert] Negociantes, lojas de ferragens, drogas, tintas, miudezas e mais gêneros pertencentes a este negócio: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24; e armarinhos e lojas de diversas miudezas, quinquilharias, etc.: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24, esquina da rua das Violas, por atacado e a varejo (também ferragens).

- Em 5 ago 1869 [Diário do Rio de Janeiro] continua como um dos 60 maiores acionistas do banco. 

- Em 1870 [Almanak Laemmert] Negociantes, lojas de ferragens, drogas, tintas, miudezas e mais gêneros pertencentes a este negócio: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24; e armarinhos e lojas de diversas miudezas, quinquilharias, etc.: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24, esquina da rua das Violas, por atacado e a varejo (também ferragens).

- Em 30 jan 1870 [Diário do Rio de Janeiro] banco do Brasil, convocação para a assembleia geral dos acionistas no dia 8 de fevereiro, ao meio dia, e lista dos 200 maiores acionistas, entre outros, José Borges da Costa, com 350 ações. 

- 23 fev 1870 [Diário do Rio de Janeiro] Exportação de valores no dia 22 fev 1870, vapor inglês Douro para Southampton: José Borges da Costa & C. (ouro em barras) 3:424$256 réis.

- Em 26 abr 1870 [Diário do Rio de Janeiro] Arquivados no tribunal do comércio o contrato da dissolução da sociedade dos Srs. José Borges da Costa, Manoel Godinho da Costa Negraes e Ernesto Cezar Carpinetti, firma Manoel Godinho da Costa Negraes & C.

- Em 1 nov 1870 [Diário do Rio de Janeiro] aparece participando de evento e em lista de cidadãos portugueses.

- Em 1871 [Almanak Laemmert] Negociantes, lojas de ferragens, drogas, tintas, miudezas e mais gêneros pertencentes a este negócio: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24; e armarinhos e lojas de diversas miudezas, quinquilharias, etc.: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24, esquina da rua das Violas, por atacado e a varejo (também ferragens).

- Em 25 jan 1871 [Diário do Rio de Janeiro] José Borges da Costa, entre outros, reeleito para a comissão de exame de contas da Companhia de Seguro contra o Fogo Argos Fluminense.

- Em 8 ago 1871 [Diário do Rio de Janeiro] Assembleia geral do banco Comercial do Rio de Janeiro: Substituições, tem de ser substituído no fiscal, o Sr.  José Borges da Costa, atualmente ausente, por antiguidade. 

- Em 5 out 1871 [Diário do Rio de Janeiro] A família do finado José Borges da Costa, tendo recebido a infausta notícia do seu falecimento em Portugal, faz celebrar uma missa por sufrágio de sua alma, no sábado 7 do corrente, às 8 1/2 horas na igreja de São Francisco de Paula, para a qual convida aos seus parentes e amigos, assim como aos do mesmo falecido, para assistir a esse ato de caridade e religião e desde já se confessam sumamente gratos.

- Em 7 out 1871 [Diário do Rio de Janeiro] Missa por sua alma na igreja de São Francisco de Paula.

- Em14 out 1871 [Diário do Rio de Janeiro] Exterior -  Correspondência: Já na minha carta anterior mandei das disposições testamentarias com que faleceu o negociante que foi ali no Brasil, José Borges da Costa, a parte que se refere a legados pios para o Império.  Como porém, nas instruções que recebi ao tomar conta desta correspondência, se diz que me não arreceie de ser minucioso, aditarei as outras particulares, das quais uma parte, a maior talvez, se refere a pessoas que aí vivem. Instituiu por herdeiros das duas terças partes da sua herança a seus filhos José Borges da Costa Junior; Manoel Borges da Costa; Leopoldina Borges da Silva que faleceu deixando dois filhos de seu marido Tristão Ramos da Silva que são Rodolpho e Arthur;  Angélica Borges da Costa casada com Manoel Alves da Conceição, residente no Rio Grande do Sul; Amélia Borges da Costa casada com José Joaquim de Queiroz residente no Rio de Janeiro; Maria Elisa, Julia, João, Antônio e Carlos, alguns destes ainda menores de 21 anos. Da sua terça dispõe o seguinte: 

Aquele de seus testamenteiros que exercer a testamentaria, 10:000$ em gratificação de seu trabalho.

à D. Feliciana Rosa da Costa toda a mobília, baixela de prata, utensílios e mais objetos se serviço e adorno existentes no Rio de Janeiro, bem como quatro escravos à sua escolha e o usufruto vitalício do seu prédio de sobrado n. 93 à rua Primeiro de Março, passando por sua morte o usufruto a seus filhos, declarando que se ao tempo do seu falecimento não possuir esse prédio, será este substituído por 60 apólices de 1:000$ cada uma.

à D. Isabel da Gama Machado o usufruto de quinze apólices de 1:000$ cada uma, e por sua morte passará este usufruto à sua filha D. Isabel, casada.

à seu irmão João da Costa Oliveira, 10 apólices e o usufruto dos bens que possui na vila de Fontes, de onde era natural em Portugal, passando por sua morte à sua filha Luiza.

à sua sobrinha Luiza duas apólices, bem como uma a cada um dos filhos dela.

à seu irmão Narciso da Costa Oliveira 10 apólices, outras 10 a sua irmã Maria e outras 10 a sua irmã Joanna.

  A cada um dos filhos destas suas irmãs uma apólice de 1:000$000.

à seu sobrinho José Maria da Costa Mano, 6:000$000.

à sua afilhada, filha de seu compadro José Vieira de Faria, residente em Porto Alegre, duas apólices e uma dita a cada uma das outras filhas.

à sua afilhada Leopoldina, filha de seu compadre Manoel José Fernandes Lima, morador em Pelotas no Brasil, uma apólice.

à seu afilhado filho de seu compadre Alexandre Francisco da Costa, uma apólice.

Dois contos de réis para construção de um cemitério na freguesia em que nasceu em Portugal.

Um conto de réis para ser dado aos pobres da freguesia em que nasceu.

Dois contos de réis para reparos da igreja em que foi batizado.

Dois contos de réis para reparos da igreja de Nossa Senhora do Viso do lugar em que nasceu.

Nomeou para testamenteiros e tutores de seus filhos menores a seu filho José Borges da Costa Junior, a seu genro José Joaquim de Queiroz, a seu amigo Claudio José da Silva e a seu genro Manoel Alves da Conceição, uns na falta dos outros e na ordem em que vão nomeados.

- Em 18 out 1871 [Diário do Rio de Janeiro] Companhia de Seguros Garantia: no dia 25 do corrente, pelas 11 horas da manhã, no escritório desta companhia serão vendidas em hasta pública, divididas em lotes de cinco cada um, 20 ações da mesma companhia, vagas por falecimento do acionista Sr. José Borges da Costa. 

- Em 23 out 1871 [Diário do Rio de Janeiro] A diretoria da Sociedade Portuguesa de Beneficência, em extremo sentida com o falecimento em Portugal do seu conselheiro, mordomo e benfeitor o Sr. José Borges da Costa, manda sufragar sua alma com uma missa rezada na capela de São João de Deus, no hospital da sociedade, à rua de Santo Amaro do Catete, segunda feira, 30 do corrente às 8 horas da manhã, trigésimo dia da chegada à esta corte da notícia de seu passamento; por isso convida aos parentes e amigos do finado e a todos os seus consócios e mais pessoas a assistir a este ato de religião e caridade.

- Em 1872  até 1875 (quando entrou em liquidação) [Almanak Laemmert] Negociantes, lojas de ferragens, drogas, tintas, miudezas e mais gêneros pertencentes a este negócio: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24; e armarinhos e lojas de diversas miudezas, quinquilharias, etc.: José Borges da Costa & C., rua da Candelária 24, esquina da rua das Violas, por atacado e a varejo (também ferragens).

- Em 21 set 1872 [Correio do Brazil] A Sociedade Portuguesa de Beneficência comemora o 14 aniversário da inauguração do seu hospital, domingo 22 do corrente. (...) Em seguida, será inaugurado na galeria do hospital o retrato do sócio benemérito e conselheiro-mordomo, o finado José Borges da Costa.

 

 INCLUIR RETRATO QUADRO

 

- Em 29 jul 1874 [Diário do Rio de Janeiro] Tendo sido em vida benfeitor da Venerável Congregação de Santa Tereza de Jesus, nesta data por testamento e contribuiu com uma apólice no valor de 1:000$000. Seu legado foi recebido sem o menor dispêndio da instituição, visto como o filho do testador, o Sr. comendador José Borges da Costa Junior, além de fazer todas as despesas para cumprir essa verba testamentária, ainda lhe adicionou generosamente a quantia de 64$ a fim de a converter em uma apólice que inscreveu em nome da instituição.

Existem manifestos de importação de: Portugal (capachos, cordas, palitos, livros e vinho tinto), Franca (tecidos), Bélgica e França (objetos de armarinho). 

Anexos


José Borges da Costa

1882 - certidões do inventário de José Borges da Costa

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