História de Craig Russell Prentiss


8-10-1966 - New Haven

   NOTAS




My great-great grandfather, Benjamin Franklin Phinney, enlisted in the Ohio Voluntary Infantry in 1861 at the age of 17 without his parents' consent. He fought at Cumberland Gap, Chickasaw Bluff, Champion Hill, and Vicksburg. After occupying Plaquemine, Louisiana for nearly a year with the 42nd, he returned to Lorain County, Ohio. His mother had died in his absence, and his father remarried a much younger woman. Only months into their marriage, Benjamin's father (Benjamin Phinney, Sr.) died in a mysterious rat poisoning incident. His new wife was charged with the murder and the trail was publicized in newspapers as far away as California. The testimony detailed in these newspapers gives the most vivid insight into the daily lives of any of my ancestors. The new young wife was acquitted and the death was never explained. Benjamin went on to marry Ava Barnum and had a career as a local merchant, postmaster, and real estate broker. He was active in the Republican Party and the Grand Army of the Republic veterans organization for Union soldiers. Benjamin and Ava's daughter, Alice May, married Frederick L. Prentiss in 1900, etc., etc.

 

Meu tataravô, Benjamin Franklin Phinney, alistou-se na Infantaria Voluntária de Ohio em 1861 aos 17 anos sem o consentimento de seus pais. Lutou em Cumberland Gap, Chickasaw Bluff, Champion Hill e Vicksburg. Depois de ocupar Plaquemine, Louisiana, por quase um ano com o 42º, ele retornou ao Condado de Lorain, Ohio. Sua mãe morreu em sua ausência, e seu pai se casou novamente com uma mulher muito mais jovem. Apenas alguns meses após o casamento, o pai de Benjamin (Benjamin Phinney, Sr.) morreu em um misterioso incidente de envenenamento por rato. Sua nova esposa foi acusada do assassinato e a pista foi divulgada em jornais de lugares distantes como a Califórnia. O testemunho detalhado nesses jornais oferece a visão mais vívida da vida cotidiana de qualquer um de meus ancestrais. A nova jovem esposa foi absolvida e a morte nunca foi explicada. Benjamin casou-se com Ava Barnum e fez carreira como comerciante local, agente do correio e corretor de imóveis. Ele era ativo no Partido Republicano e na organização de veteranos do Grande Exército da República para soldados da União. A filha de Benjamin e Ava, Alice May, casou-se com Frederick L. Prentiss em 1900, etc., etc     

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11 de maio de 2014

O Globo – Barbara Heliodora

 

Livro mostra uma dramaturgia desconhecida

 

Particularmente impactante é o grupo de obras centradas nos linchamentos promovidos pela nefanda Ku-Klux-Klan

Com o curioso título de “Staging faith — Religion and African American theater from the Harlem Renaissance to World War II” (Encenando a Fé — Religião e teatro afro-americano da Renascença do Harlem à Segunda Guerra, NYU Press), Craig R. Prentiss, professor da Rockhurst University, na Cidade do Kansas, publica um livro atraente, que fala de uma dramaturgia totalmente desconhecida entre nós: aquela escrita por e para afro-descendentes americanos. O autor, professor de estudos religiosos, deixa de lado todas as peças de puro entretenimento para se concentrar num universo, mais numeroso, de uma centena e meia de textos mais sérios, voltados para o mesmo público. De início, fica apresentada a importância do universo particular das igrejas que, a par de serem espaços religiosos específicos, eram centros de convívio social e atividades culturais, prestando imensos serviços à fixação da identidade e do autorrespeito da comunidade negra.

Tratando da dramaturgia escrita dos primeiros anos do século XX ao início da Segunda Guerra Mundial, em 1939, Prentiss prepara o terreno para sua análise falando dos abalos e mudanças que tiveram lugar nas primeiras décadas do século, quando uma vasta população negra, fugindo dos horrores da humilhação e do terror dos preconceituosos estados do Sul dos Estados Unidos, virtualmente invadiu o Norte, afetando toda uma população afro-descendente que já havia alcançado um considerável nível de educação e de sucesso econômico e social. A igreja destes últimos tinha pastores formados em teologia, e era muito semelhante à dos brancos, enquanto que os “invasores” eram passionais, com ofícios constituídos principalmente de cantos, e com base em uma total e absoluta dependência do Lawd (Lord), o Senhor, que deveria resolver todos os problemas e proteger todos os fracos e vulneráveis.

Entre as quase 150 peças que Prentiss examinou, cerca da metade trata da presença da igreja na vida da comunidade negra. Mas é naquelas escritas nos anos 1920, época do movimento cultural, artístico e social conhecido como a Renascença do Harlem, que se pode observar uma mudança de paradigma. Ao lado dos problemas inerentes ao preconceito racial, agravados pela desilusão geral provocada pela Primeira Guerra Mundial, fica claramente ilustrada uma nova postura. Os mais novos e mais bem informados se dão conta da inutilidade da religião tal como era praticada pelos mais velhos e mais ignorantes, que jamais reagiam contra seus sofrimentos e humilhações, confiantes num Deus que, com o passar do tempo, vai ser cada vez mais, na cena teatral, acusado de estar distante, ultrapassado ou surdo ante os apelos e sofrimentos desses crentes totalmente acríticos.

Particularmente impactante é o grupo de obras centradas nos linchamentos dos negros promovidos pela nefanda organização racista Ku-Klux-Klan. “Rachel” (1916), de Angelina Weld Grimké (1880-1958), fala da negação da maternidade, até mesmo por meio do aborto, como única opção à postura de aceitação resignada de todo aquele horror pela igreja, como uma prova de obediência a Deus. A inutilidade da igreja é tema de “A bill to be passed” (“Uma lei a ser aprovada”, 1938), de Georgia Douglas Johnson (1877-1966), em que pastores só recomendam que todos rezem, em lugar de pressionar pela aprovação da lei contra linchamentos que devia estar sendo votada. Só aos poucos é que aparecem ações individuais, e eventualmente de grupos, para contestar os crimes do racismo.

A autenticidade dessa dramaturgia é atestada pelo surgimento, finalmente, de peças de afro-descendentes esclarecendo que fé e organização das igrejas não são bem a mesma coisa, e que é no aprimoramento do indivíduo, no respeito por sua própria identidade, que os problemas podem encontrar solução, mesmo em relação às comunidades brancas com as quais é preciso conviver. “Staging faith” é uma incursão por um mundo desconhecido, mas revelador e estimulante.

 

 

 

 

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