História de Sylvia Almeida Magalhães (Tivinha)


3-12-1902 . 14-8-1997 - Rio de Janeiro [idade: 95 anos]

   NOTAS


Livro: Os Carneiro de Mendonça

Tivemos muito contato a vida toda. Era inteligente e uma poetisa sensível. A última vez que a visitei em dez 1996, estava com 94 anos, lúcida e bem disposta. Nas palavras do Padre Pedro Guimarães Ferreira, seu sobrinho: "shakespeareana entusiasmada, a quem se referia como o "Shake", também vibrava com Beethoven, que ela alcunhava de "B". Melhor gosto, é difícil...".

 

Eternamente (1950/60)

Não adianta à sorte ser contrária

A um afeto que aumenta dia a dia

E, passando do efêmero ao eterno,

O desgaste do tempo desafia

 

Mesmo que entre nós interpuzessem

O ar sem azas e o mar sem velas

Restaria a lembrança de um passado

Reavivado ao brilho das estrelas

 

Nem fôra de supor que um sentimento

Vazado na mais pura essência humana

Viesse de algum modo a esmorecer

 

E, a vê-lo sujeito ao contingente,

Antes quizera nunca ter sentido

O que hoje é a razão de meu viver

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