Livro: Os Carneiro de Mendonça
José Maria Pinto Peixoto e sua mulher Henriqueta estão sepultador no jazigo 6284 do Cemitério de São Francisco Xavier, Rio de Janeiro, RJ
Carta do Almirante Fernando Mendonça da Costa Freitas de 28 junho 1995
Notas sobre JOSé MARIA PINTO PEIXOTO, pai de Laureana Emília, cônjuge de MELCHIOR CARNEIRO DE MENDONçA
José Maria Peixoto nasceu em Lisboa, Portugal, num dos primeiros anos do último quartel do século XVIII.
Alistou-se no Exército de Portugal em 1795, sendo promovido a Alferes para servir no Esquadrão de Goiases, por ato de 15 de janeiro de 1799. Um decreto de 13 de janeiro de 1809 promoveu-o ao posto de Tenente para servir no Esquadrão de Angola e a 24 de junho de 1810 foi promovido a Capitão, no mesmo esquadrão.
Por Carta Régia de 9 de abril de 1811, foi designado para ação de Sargento-mor, agregado ao quadro até ocupar vaga no posto efetivo, o que teve lugar a 16 de janeiro de 1816.
Pinto Peixoto foi designado por decreto de 13 de maio de 1819 para servir como instrutor do Regimento de Cavalaria de Linha, estacionado em Villa Rica (atual Ouro Preto), então capital da Província de Minas Gerais. Nesta comissão é promovido ao posto de Tenente-coronel por decreto de 13 de agosto de 1820.
Na época perturbada da Regência de Pedro I, com a Revolução Republicana de 1820 em Portugal e os movimentos de independência no Brasil, a revolta que ocorreu em Minas não mostrava objetivos políticos claramente definidos. Era financiada por comerciantes portugueses que queriam a Província obediente a Portugal e desligada da Corte do Rio de Janeiro. A Corte do Rio de Janeiro desejava, naturalmente, manter-se fiel à Monarquia portuguesa, sem aceitar a Constituição promulgada pela Revolução Republicana.
E nesta situação de contornos pouco distintos, o Tenente-coronel Pinto Peixoto pensou estabelecer em Minas uma república portuguesa. De comum acordo com o Juiz de Fora de Vila Rica, Cassiano Esperidião de Melo Matos, puseram-se à frente de números grupos de facciosos e decidiram formar um governo provisório, com atribuições ilimitadas; nomearam juízes, promoveram oficiais do exército, criaram corpos de tropas regulares e outros serviços. Pinto Peixoto foi aclamado Brigadeiro pelo povo e tropa.
Ao ter conhecimento dos movimentos de rebeldia, o Príncipe Regeste D. Pedro viajou para Minas Gerais, sem armas e acompanhado de pequena comitiva de autoridades da Corte. A cerca de 2 léguas de Vila Rica, o Regente expediu diversas ordens, entre elas que lhe fosse apresentado preso o Brigadeiro Pinto Peixoto.
Ouvidas as explicações de Pinto Peixoto, D. Pedro determinou-lhe que regressasse em liberdade a Vila Rica, sem as divisas de Brigadeiro, e atribuiu-lhe a responsabilidade de assegurar a boa ordem na capital, preparando-a para a chegada do Regente, o que foi fielmente cumprido.
Normalizada a situação na capital de Minas, o Príncipe recebeu a visita do Tenente-coronel Pinto Peixoto e determinou que fosse lavrado decreto de 12 de abril de 1822, estabelecendo que "Pelas razões que apresentou em memorial que dirigiu ao governo, é promovido a Brigadeiro Graduado do Exército Nacional o Tenente-coronel José Maria Pinto Peixoto."
E por decreto de 18 de maio de 1822, o Brigadeiro Pinto Peixoto for transferido para o 1º Regimento de Cavalaria da Corte, no Rio de Janeiro. Neste cargo, coube-lhe também o comando da Primeira Brigada que compunha o grande préstito militar reunido no Campo de Sant`Anna, a 12 de agosto de 1822, para conferir grande solenidade à aclamação do Sr. D. Pedro I, como Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil.
Efetivado o posto de Brigadeiro por decreto de 29 de agosto de 1828 foi reformado no posto de Marechal-de-campo Graduado, por contar mais de 30 anos de serviço.
Em 1830 é eleito Deputado à Assembleia Geral Legislativa, representando a Província do Rio de Janeiro.
Mesmo depois de reformado, Pinto Peixoto continuou prestando relevantes serviços à sua pátria adotiva. Em 1831 e 1832 comandou ações militares para neutralizar movimentos de indisciplina e rebeldia surgidos no Rio de Janeiro e Ouro Preto.
O Tenente-coronel José Maria Pinto Peixoto faleceu no Rio de Janeiro em 5 de maio de 1861 sendo sepultado no Cemitério de São Francisco Xavier.
Bibliografia
1. Magalhães, Basílio de. (Instituto Histórico e Geográfico)> Caxias, Pacificador de São Paulo e Minas, em 1842. Anuário Militar do Brasil, 1941, p. 174-175
2. Rocha Pombo. História do Brasil. Volume IV. A Independência. Nova Edição ilustrada. N.M. Jackson Uns Editores, Rio de Janeiro, São Palo, Porto Alegre, 1959.
3. SOUSA, Octávio Tarquínio de. A Vida de D. Pedro I. Tomo I. Biblioteca do Exército e Livraria José Olympio Editores. Rio de Janeiro, 1972, p. 316,,317 e 318.
4. Carneiro de Mendonça, Luiz Melchior. Pesquisas sobre as Origens da Família (não publicadas). Rio de Janeiro, 1960(?).
5. Maciel da Silva, Alfredo Pretextato. Os Generais do Exército Brasileiro. De 1822 a 1889 (Traços Biográficos). Primeiro Volume 2ª edição. Companhia Editora Americana SA, Biblioteca Militar Volume XXXI. Rio de Janeiro, p. 220 a 229.