História de Maria Eugenia de Toledo Figueiredo (Maria Eugenia Celso)


19-4-1886 - São João Del Rey . 6-9-1963 - Rio de Janeiro [idade: 77 anos]

   NOTAS


Livro: Os Carneiro de Mendonça

- Em 1920 iniciou carreira jornalística, escrevendo uma coluna diária para o Jornal do Brasil e sob o psudônimo de Baby-Flirt, poesia para as publicações Revista da Semana, O Galo e Fon-Fon. Escreveu, produziu e apresentou nas rádios Nacional, Sociedade e Jornal do Brasil o programa Quartos de Hora Literária. Foi funcionária de carreira do Ministério da Educação e Cultura. Participou ativamente do Movimento Feminista, em favor da emancipação política e social da mulher, dedicou-se ao assistencialismo junto às Damas da Cruz Verde, aparecendo como uma das lideranças que criaram a maternidade Pro-Matre, do Rio de Janeiro. Integrou o quadro da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, da qual foi vice-presidente na década de 1930, junto com Bertha Lutz, e trabalhando ativamente junto às organizações Cruz Vermelha, Cruzada Nacional Contra a Tuberculose, Beneficência dos Lázaros e Liga dos Cegos do Brasil. Em 1931 foi nomeada representante do governo brasileiro no II Congresso Internacional Feminista. Do seu documento final apresentado ao governo brasileiro, foi conquistado o voto universal para as mulheres, no Código Eleitoral de 1932, a partir de 10 fev 1933. Literata, de fina cultura, foi autora dos hinos da Federação Feminista e da Escola de Enfermagem Ana Nery. Publicou em poesia: Em Pleno Sonho (poemas de amor), Vicentinho, Fantasias e Matutadas, Desdobramento, Alma Vária, Jeunesse, O Solar Perdido e Poemas Completos (1955); o romance: Diário de Ana Lúcia; crônicas no livro De Relance; uma peça de teatro Ruflos de Asas; e a biografia: Síntese Biográfica da Princesa Isabel. Integrou os quadros da Associação Brasileira de Imprensa, Pen Clube do Brasil, Instituto Brasileiro de Cultura, Instituto Histórico de Ouro Preto e as entidades assistenciais já citadas. Ingressou como efetiva na Academia Petropolitana de Letras, em 1936, ocupando a cadeira 31, cujo patrono era seu avô Visconde de Ouro Preto. Colaborou com a Revista da Academia nº 3 em jul 1936 (poema Pousada por uma Noite); nº 4 em dez 1936 (poema A Figura Velada); e nº 5 em jun 1937 (poema As árvores da Praça). Transferindo-se para o Rio de Janeiro, renunciou à cadeira da Academia Petropolitana, sendo substituida em 2 fev 1945 pelo historiador Lourenço Luiz Lacombe.  Em 1961 residia na Av Calógeras, no Rio de Janeiro. Em dez 1936 a revista O Malho promoveu uma enquete, para seus leitores apontarem a mulher literata que mereceria integrar o quadro titular da Academia Brasileira de Letras, a qual, na época, não as admitia. O resultado foi em 1º) Maria Eugênia Celso; 2º) Gilka Machado; 3º) Alba Canizares do Nascimento; 4º) Ana Amélia de Queiroz Carneiro Mendonça; e 5º) Henriqueta Lisboa. As vencedoras foram homenageadas em solenidade na Associação Brasileira de Imprensa. A cada uma das vencedoras O Malho ofereceu um medalhão em bronze, contendo no verso e reverso as inscrições: Plebiscito promovido pelo O Malho e Levemos a Mulher à Academia de Letras - 1936.

Ascendência

- seu pai, Conde de Afonso Celso (*31 mar 1860 Ouro Preto, MG †11 jul 1938 Rio de Janeiro, RJ), político, professor, historiador e escritor, um dos membros fundadores da Academia Brasileira de Letras, cadeira 36, cujo patrono é o poeta Teófilo Dias de Mesquita, sobrinho de Gonçalves Dias, e seu presidente em duas oportunidades (1925/1935). Desde cedo mostrou-se inclinado pela literatura e, aos 15 anos, publicou os Prelúdios, reunindo uma pequena coleção de poesias de conteúdo romântico. Com o título papal de conde, recebido em 1905, colou grau na Faculdade de Direito de São Paulo (1 nov 1880) defendendo a tese Direito da Revolução e recebeu o grau de doutor no ano seguinte. Ingressou na política, e foi eleito e aos 21 anos (1881) deputado federal imperial por Minas Gerais e reeleito mais três vezes. Participou ativamente das campanhas abolicionista e republicana, mas, solidário com o pai, com a proclamação da República em 1889, foi exilado como a família imperial para Portugal. Logo depois da implantação do regime republicano, voltou com seus pais para o Brasil e dedicou-se ao magistério e ao jornalismo, tendo colaborado com seus artigos durante mais de 30 anos no Jornal do Brasil, do qual é um dos fundadores, e vários outros órgãos da imprensa. Ingressou no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1892) como sócio efetivo e, com a morte do Barão do Rio Branco (1912), foi eleito presidente perpétuo da instituição (1912-1938). Posteriormente seria sócio honorário (1913) e grande benemérito (1917). Professor catedrático, no magistério também manteve atuação destacada, tendo exercido a Cátedra de Economia Política na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro, da qual foi diretor por alguns anos e reitor da Universidade do Rio de Janeiro. Foi de sua autoria o famoso livro Por que me ufano de meu país (1900), editado e traduzido por décadas, que lançou o neologismo ufanismo e uma espécie de culto de amor à pátria, o que provocou grande celeuma. Faleceu na cidade do Rio de Janeiro, aos 78 anos. Publicou entre outros: Vultos e fatos (1892), O imperador no exílio (1893), a novela Lupe (1894), O assassinato do coronel Gentil de Castro, subsídios para a história do regime republicano no Brazil (1897), Oito anos de Parlamento (1898) e O visconde de Ouro Preto (1935).

- np. Afonso Celso de Assis Figueiredo, primeiro do nome, Visconde de Ouro Preto, com grandeza por decreto de 13 jun 1888 (*21 fev 1836 Ouro Preto, MG †21 fev 1912 Petrópolis, RJ) c. 6 jan 1859 São Paulo, SP c. Francisca de Paula de Martins de Toledo (*11 fev 1839 São Paulo, SP †22 abr 1916 Rio de Janeiro, RJ). Afonso Celso de Assis Figueiredo, formou-se em direito pela faculdade de São Paulo em 1858. Ainda estudante começou a exercer a advocacia. Exerceu o cargo de oficial de gabinete dos presidentes Diogo de Vasconcellos e Fernandes Torres. Foi político e professor de Direito Civil e Comercial da Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro. Eleito senador pela província de Minas Gerais, tomou posse em 26 abr 1879. Também ocupou os cargos de secretário de Polícia, inspetor da Tesouraria Provincial e Procurador da Fazenda. Foi deputado provincial em dois mandatos e deputado geral por Minas Gerais por quatro vezes. Foi ministro da Marinha e da Fazenda e membro do Conselho de Estado. Presidiu o último Conselho de Ministros do Império, tendo sido preso em 15 nov 1889, com todo o Ministério, e exilado. Por ser monarquista convicto, abraçou a causa abolicionista. Quando senador em janeiro de 1880, criou um imposto de 20 réis sobre o preço das passagens de bonde, fato que gerou grande agitação no Rio de Janeiro e ficou conhecido como a "Revolta do Vintém". Publicou, entre outras obras: A esquadra e a oposição parlamentar e Advento da ditadura militar. Escreveu uma obra de história sobre os dez primeiros anos da república.

- bpp. João Antonio Afonso e Maria Madalena de Figueiredo.

- bpm. Conselheiro Tenente Coronel Joaquim Floriano de Toledo e Ana Margarida da Graça Martins.

- nm. Carlos Batista de Castro, Barão de Itaipé, por decreto de 3 ago 1889 (*1832 †20 maio 1916 Rio de Janeiro, RJ) c. 22 nov 1884 c. Maria Jose.

 

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