Árvore genealógica de Hortense (...)


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Hortense (...)
 † ca 27-04-1872 - Rio de Janeiro (RJ) (Brasil)
 
CÔNJUGE(s)
Domingos Eugênio Gudin
 †  ca 07-07-1875

FILHO(s) de Hortense (...) e Domingos Eugênio Gudin
Manuel Eugênio Gudin
19-07-1853 . † 01-10-1935 - Rio de Janeiro (RJ) (Brasil) [idade: 82 anos]
m- Helena Gudin
m- Mauricio Gudin
m- Eugenio Gudin Filho

   NOTAS


Livro: Os Carneiro de Mendonça

- Em 17 dez 1850 [Correio da Tarde]

Mme. Gudin e a polícia

Sr, Redator - Rogo-lhe queira inserir em seu jornal o ofício que ontem digiri à S. Excia. o Sr. Chefe de Polícia e o requerimento que Eugênio Gudin lhe havia feito.

Com esta publicação muito obrigará ao seu & c. Dr. Antonio José Gonçalves Fontes.

Ilmo. e Exmo. Sr. - Tratava eu de tomar conhecimento do fato constante do requerimento de Eugênio Gudin, dirigido a V. Excia., e que me foi remetido em seu ofício de 4 do corrente, quando li no Jornal do Comércio de hoje uma correspondência em que sou acre e injustamente censurado referindo-se acontecimentos e circunstancias que se não deram; e por isso entendi conveniente dirigir-me a V. Excia. para inteirá-lo do que há de real nesse fato tão sensivelmente adulterado.

Eugênio Gudin, casado com Mme. Gudin com casa de costureira da Rua do Ouvidor n. 77, se queixou a V. Excia. nesse requerimento de um insulto que diz recebera sua mulher no dia 2 de dezembro do corrente ano. Dos termos desta petição de que inclusa remeto a V. Excia. uma cópia, se vê que três oficiais de Polícia, armados, pediram à mulher do dito Gudin um vestido, e por que ela o não entregasse, a arrastaram, entendendo Gudin que a estes oficiais deveram ser impostas as penas do art. 139 do Código Criminal.

Continuando (como disse a princípio) nas diligências necessárias para proceder contra os ditos oficiais quando culpados e não tendo chegado ainda ao termo delas, importa dar explicações acerca do referido acontecimento a que a imprensa vai dando vulto e que em si é complicadíssimo.

Informado de que não teria lugar no dia 2 de dezembro o espetáculo anunciado para solenidade dos anos de S.M.I., por falta de um vestido com que se devia apresentar a prima dona da Companhia Lírica Italiana do Teatro de S. Pedro, procurei como me cumpria na qualidade de Juiz Inspetor do mesmo teatro, remover os obstáculos que se opusessem à apresentação e davam lugar a que um fato semelhante se passasse na Capital do Império - o de deixar de haver esta demonstração de regozijo - em dia tão solene, pela recusa da costureira em entregar um vestido sem que lho pagassem e todas suas contas atrasadas.  Então não como Subdelegado, mas como Juiz Inspetor do teatro, que de inteligência com a administração do mesmo tratava de fazer liquidar contas de diversos, mandei à casa de Mme. Gudin, não chamá-la, não intimá-la por ordem ou mandado por escrito, mas pedir-lhe que se apresentasse com suas contas para serem atendidas, assim como o estavam sendo as dos artistas que também reclamavam o pagamento do que se lhes devia.  Não conhecia então Mme. Gudin, não sabia se ela estava doente e com moléstia que a impedisse de sair à rua para não atender ao meu pedido e de passagem notarei que ela na casa de minha residência nem se me queixou de enfermidade, nem de mau tratamento por parte da pessoa que lá foi, declarando-me apenas que naquela ocasião acabava de entregar o vestido e acrescentando estar efetivamente embolsada da importância do mesmo, de que dera recibo ao Teatro naquele mesmo dia.  Tratei a Mme. Gudin com toda a urbanidade e nada mais se passou, retirando-se ela com seu marido que a acompanhou.

Desta breve narração se compreende que não houve contra Mme. Gudin ato algum de minha parte do qual ela se possa razoavelmente queixar; que apenas procurei com a liquidação de suas contas como na da de outros, concorrer quanto a mim estava para que coisas tão pequeninas não dessem lugar a que se conservasse fechado o Teatro de S. Pedro d'Alcântara na noite do dia 2 de dezembro; e tanto estou convencido que me houve regularmente e tanto estavam disto persuadidos Gudin e sua mulher, que no requerimento a que me tenho referido nenhuma linha se escreve contra mim, fazendo-se apenas menção  do comportamento de oficiais desta sub-delegacia, a qual prossegue nas indagações necessárias para fazer punir a quem quer que seja que abusou de minha autoridade para praticar atos repreensíveis logo que me sejam presentes pelos meios competentes as provas de criminalidade desses agentes de que fala a petição.

Logo que as indagações a que estou procedendo estejam concluídas, imediatamente levarei tudo ao conhecimento de V. Excia.

Deus guarde a V. Excia Sub-delegacia do Sacramento, 15 de dezembro de 1850.

Ilmo. e Exm. Sr. Dr. Francisco Diogo Pereira de Vasconcellos, digno Chefe de Polícia da Corte.

Dr, Antônio José Gonçalves Fontes

- Em 1 maio 1872 [Jormal do Comercio] Niterói - Domingos Eugenio Gudin, D. Maria Julia Gudin Goulart, Henrique Gudin (ausente), Eugenio Gudin e Ignacio Ferreira Goulart agradecem cordialmente às pessoas que acompanharam os restos mortais de sua prezada esposa, mãe e sogra D. Hortence Gudin e de no lhes rogão para assistir às missas de sétimo dia que mandam celebrar pelo descanso eterno de sua alma, amanhã, 3 do corrente, às 8 1/2 horas nas matrizes de S. João Baptista e de S. Gonçalo.

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