Árvore genealógica de Nelson do Rego Maranhão


avós
paternos
José do Rêgo Trigueiro Junior + Flora Francelina do Rêgo Maranhão
PAI
João do Rêgo Maranhão
01-09-1859 - Quixeramobim (CE) (Brasil)
 †  08-12-1940 - Carolina (MA) (Brasil)
avós
maternos
Raimundo Nonato de Albuquerque Maranhão + Ana Joaquina da Fonseca
MÃE
Cândida Cavalcante de Albuquerque Maranhão (Vovó Candinha)
28-11-1866 - Iracema (CE) (Brasil)
 †  19-10-1945 - Carolina (MA) (Brasil)

IRMÃO(s)
Nelson do Rego Maranhão
1886

Nelson do Rego Maranhão
02-01-1886 - Carolina (MA) (Brasil)
 † 15-05-1969 - Goiânia (GO) (Brasil)
(idade: 83 anos)
 
CÔNJUGE(s)
Hermínia Aquino Pereira
1940
 †  1940


   NOTAS


Livro: Os descendentes de José do Rêgo Trigueiro e Flora Francelina do Rêgo Maranhão - Genealogia e Histórias

- Escritor, poeta, músico, do Grêmio Brasileiro de Trovadores.
- Patrono da cadeira 15 da Academia Imperatrizense de Letras.

- Em 1991 na publicação de Musa Antiga Versos [Nelson Maranhão, 1991, Carolina, MA]

Meus Ascendentes
Meu pai - João do Rego Maranhão - nasceu no município do Quixeramobim, estado do Ceará, a 1 de dezembro de 1859 e faleceu nesta cidade (Carolina, MA) a 8 de dezembro de 1940.
Era filho legítimo de José do Rego Trigueiro Junior e Flora Francelina do Rego Maranhão, também cearenses.
Neto, pelo lado paterno de José do Rego Trigueiro, de origem portuguesa e Leonor Gomes de Andrade.
Neto pelo materno de Jerônimo de Albuquerque Maranhão, pernambucano e Rita de Moura Maranhão.
Em agosto de 1877, em consequência da terrível seca, saiu de Quixeramobim em companhia de seus pais e irmãos com destino a Carolina ponde contava a família com alguns parentes.
Embarcaram no Acarahú depois de muitas demoras no Tamboril a 14 de março de 1878 e chegaram a esta cidade (Carolina, MA) a 16 de agosto do mesmo ano.
A 5 de junho de 1884 casou-se nesta cidade com minha mãe, Cândida Cavalcante Maranhão, sua parenta, nascida na vila de Iracema, CE a 28 de novembro de 1866, tendo falecido nesta cidade a 19 de outubro de 1945.
Era filha legítima de Raimundo Nonato de Albuquerque Maranhão e Ana Joaquina da Fonseca Maranhão, cearenses.
Neta paterna de Vicente de Albuquerque Maranhão (irmão de Flora Francelina do Rego Maranhão) e Cândida Guilhermina de Freitas.
Neta materna de José Vitoriano da Fonseca e Maria Tavares da Fonseca.
Minha mãe com seus pais e irmãos vieram ter a esta cidade obrigados também pela referida seca e aqui chegaram a 16 de janeiro de 1880.
Meu pai chegou aqui aos 18 anos, analfabeto e em estado de pobreza. Teve quatro meses de escola com um professor particular e saiu com os pais e irmãos para serem vaqueiros em uma fazenda distante daqui 8 léguas.
Não tendo se dado bem com a profissão regressou para cá, casou-se e começou a cavar a vida como pedreiro, depois como negociante ambulante até que por fim conseguiu estabelecer-se na cidade com uma pequena casa de comércio.
Adquiriu crédito em São Luís e depois chegou a ser elemento de prol no meio social de Carolina.
Muito inteligente e dotado de uma memória feliz não se descuidava de ler, dedicando-se especialmente ao estudo da geografia e corografia do Brasil para o qual tinha um gosto admirável.
Conhecia a fundo a corografia física e política do nosso amado país. Pois bem, além de comerciante ainda chegou a ocupar nesta cidade os cargos de delegado de polícia, vereador municipal, promotor e juiz de direito interino por várias vezes numa época em que raramente vinha um juiz togado para o sertão.
Meu avô materno Raimundo Maranhão, era irmão de Vicente Maranhão, pai do poeta Maranhão Sobrinho.
Minha avó Flora Maranhão dizia que seu avô paterno era bisneto do célebre olindense Jerônimo de Albuquerque Maranhão, filho do português Jerônimo de Albuquerque e da índia Muyra Ubi, sua esposa, batizada depois por Maria do Espírito Santo Arcoverde.
O poeta Raul Maranhão escreveu uma poesia sob o título "Os Maranhões", na qual considera como tronco da família apenas os norte-riograndenses Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, Alberto Maranhão, Augusto Severo e Amaro Barreto. Estes, segundo penso, são um ramo da numerosa família que se espalhou por quase todos os estados do Brasil.
Tenho uma relação de cento e tantos parentes colaterais conhecidos, descendentes de minha avó paterna e de seus irmãos e de meu avô materno e de seus irmãos, espalhados por Carolina, Barra do Corda, Caxias, São Luís, Imperatriz e Belém do Pará, onde fulgura o grande jornalista professor Paulo Maranhão.
Em Mato Grosso tenho muitos parentes, sobressaindo dentre eles o jornalista Raimundo Maranhão Aires, sócio da Academia Matogrossense de Letras e membro da Sociedade de Homens de Letras do Brasil.

- Em out 2000 [Revista Século XX - Gente que fez Carolina] Nelson Maranhão uma grande expressão carolinense, inteligente, boa memória, de notável cultura literária e musical, nasceu em Carolina no dia 2 de janeiro de 1886, Era filho de João do Rego Maranhão e Cândida Cavalcante Maranhão.
Os seus estudos iniciais foram feitos em Carolina com os professores Odolfo Medeiros e Aníbal Mascarenhas, mas a partir daí tornou-se um autodidata, lendo, escrevendo, compondo músicas, escrevendo poesias, tornand0-se assim um dos maiores valores da cultura carolinense.
Casou-se com Hermínia Aquino Pereira em Carolina no ano de 1908. Ela era filha de um dos maiores pecuaristas da região, Bernardino Aquino Pereira e de Alexandrina Pereira Jácome. Dessem casamento nasceram os seguintes filhos: Alfredo Carlos, Bernardino, Sofia, Laura, Dioneia, Enoe, Maurina e Lenita. Desses, três já faleceram.
A poesia e a música eram as suas preferidas. Os seus instrumentos preferidos foram o violino e o violão, sendo este a sua grande paixão. Com o violão clássico fez excelente apresentação na Rádio Clube de Belém. Deixou muitas composições musicais, inclusive letra e música do Hino do Centenário de Carolina que em 1959 foi gravado pela orquestra da Radio Nacional do Rio de Janeiro sob a regência do Maestro Guaraná. Poeta por excelência, publicou em 1965 seu primeiro livro de poesias Musa Antiga, cuja segunda edição em 1964 foi prefaciada por Genésio Gonçalves. Foi membro correspondente da Academia Maranhense de Letras e sócio fundador do Clube dos Trovadores do Brasil, pois também era ótimo trovador.
Exerceu vários cargos públicos no decorrer da vida, como Coletor Estadual, Juiz e Escrivão. Foi eleito vereador chegando à secretário e presidente da Câmara.
Também exerceu atividade ligada ao comércio quando em sociedade com Osório Medeiros organizou em 1929 a primeira firma coletiva de Carolina, a Casa Leão de Ouro, sortida com tecidos e armarinhos. Suas atividades principais que o deixavam apaixonado foram a música e a poesia, portanto, dedicou toda sua vida a serviço da terra natal. Faleceu no dia 15 de maio de 1969 na cidade de Goiânia onde já se encontrava em tratamento junto a familiares. Deixou muitas saudades.
Por tudo que fez por Carolina, contribuindo decisivamente para seu desenvolvimento cultural, Nelson Maranhão recebe esta digna homenagem.

- Em 14 jul 1964 [Lilásia Ferreira, cronista do O Dia, Teresina, PI] Nelson Maranhão é poeta de grande sensibilidade, é simples e natural; sua poesia diz sempre as coisas como gostaríamos de dizer e como não sabemos dizer, pois não é dado a todos o dom da poesia, nem a todos os poetas é dada a espontaneidade que o caracteriza. Além de poeta Nelson Maranhão é exímio violonista; a todos encanta com a perfeita execução de páginas musicais. as mais variadas.

- Em 23 jul 1974 na Associação Recreativa de Carolina houve a noite de autógrafos do lançamento do livro Nelson Maranhão Homenagem Póstuma. Nota: Na noite de terça feira, 23 do corrente (julho de 1974) com a presença de seleta assistência, realizou-se na sede da Associação Recreativa de Carolina, com início às 21 horas, sessão solene de lançamento do livro Nelson Maranhão - Homenagem Póstuma - uma coletânea de artigos de amigos do homenageado.
Com breves palavras o Sr. Alfredo Maranhão, idealizador da obra, agradeceu a presença da assistência e compôs a mesa que dirigiu os trabalhos, Professor José Queiroz, Dr. Heber Maranhão Azevedo e os senhores Rodolfo Aires Medeiros, Othon Maranhão e Carlos Aquino Maranhão.
Em gravação ouviu-se de pé o hino da cidade, de autoria do homenageado, findo o qual o professor José Queiroz, de improviso, fez um retrospecto da vida de Nelson Maranhão enaltecendo sua obra e sua família. Como irmão e filho do homenageado falaram os senhores Othon Maranhão e Carlos Aquino Maranhão, este para agradecer em nome da família Maranhão as palavras do ilustre Professor José Queiroz. Ao encerrar a solenidade o Sr. Alfredo Maranhão agradece a valiosa ajuda do nosso conterrâneo, na época no sexto ano de medicina, Renato Maranhão Moreira, na impressão da obra. Mais de oitenta volumes foram vendidos na solenidade que foi encerrada com o hino da cidade.

- Em ago 1964, Carolina, MA:
Minhas filhas

Sofia, Laura, Dionéa,
Enóe, Maurina, Lenita;
eis aqui as minhas filhas,
não sei qual a mais bonita.

Já todas estão casadas,
exceção da derradeira,
a qual bem contra meu gosto,
continua ainda solteira.

Nasceram nesta cidade;
foram aqui mesmo educadas;
nunca cursaram ginásios,
mas não são muito atrasadas.

São todas gente de prol,
dotadas de inteligência;
prós mistéres femininos
tem jeito, tem competência.

Residem quatro em Goiás,
mais ou menos colocadas;
as outras moram aqui
e estão também amparadas.

Uma união invejável,
liga essa bela irmandade,
entre a qual nunca notei,
a mais leve hostilidade.

São elas meu áureo sonho,
a graça do meu viver,
e assim boas como são,
mais filhas queria eu ter.

Portanto é forte motivo,
p`ra que ao Deus de bondade,
humildemente agradeça,
tão grade felicidade.

Academia Imperatrizense de Letras
Cadeira n. 15
Patrono: Nelson Maranhão
Titular: José Herênio de Souza

Nelson Maranhão foi uma das mais expressivas culturas carolinenses. Descendente de cearenses, seus pais João do Rêgo Maranhão e Cândida Cavalcante Maranhão, vieram para Carolina, deixando sua cidade, Quixeramubim, no ano de 1877, corridos da grande seca que assolou naquele ano, o estado do Ceará.
Nelson Maranhão nasceu em Carolina no dia 2 de janeiro de 1886. Vocação precoce para as letras e para a música, ainda na escola primária começou a demonstrar a sua inteligência privilegiada, destacando-se entre os seus colegas.
Autodidata, não fez nem um curso superior, realizou na terra carolinense os seus primário e secundário com os professores Aníbal Mascarenhas e Odolfo Aires de Medeiros. Desde jovem sempre demonstrou grande interesse pelas letras e pela música. Dotado de muita inteligência, invejável memória e grande dedicação aos livros, através de muita leitura, tornou-se um homem culto, de vastos conhecimentos literários.
Poeta espontâneo, Nelson Maranhão deixou notável produção no campo da poesia, tendo publicado o seu primeiro livro de versos, intitulado Musa Antiga, em 1965.
Nelson Maranhão deixou uma preciosa biblioteca que é bem o atestado de seu grande amor às letras. Ainda na sua infância já demonstrava excepcional vocação para a música, em cuja arte desenvolveu-se, chegando a ser Diretor Regente de uma banda musical, a "28 de Julho" e diretor, também, de grandes orquestras.
Deixou muitas composições importantes, música e letra, canções teatrais, hinos escolares..., destacando-se o Hino do Centenário de Carolina, música e letra, escrito em 1959 e gravado em disco pelo conjunto artístico da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. Com ligeiras modificações na letra, o hino foi oficializado como o Hino de Carolina.
Nelson Maranhão tocava qualquer instrumento de sopro ou de corda, porém, os de sua maior predileção foram o violino e o violão. Muitos anos depois, abandonou o violino, ficando só no violão - seu fiel companheiro até os últimos dias da sua vida. Nele tocava o clássico e o popular.
Por mais de uma vez, atendendo a convite especial, realizou programas com seu violão na PRC-5 - Rádio Clube de Belém do Pará, onde era sempre bastante aplaudido.
Pelos seus méritos foi eleito Membro Correspondente da Academia Maranhense de Letras e sócio fundador do Clube dos Trovadores do Brasil. No mundo das trovas, destacou-se com sucesso, tendo participado de vários concursos de trovas e jogos florais, dos quais se guarda prêmios e diplomas de honra.
Nos últimos tempos da sua preciosa vida, depois da publicação do seu primeiro livro MUSA ANTIGA avolumou-se a sua correspondência com escritores e poetas patrícios.
Com justiça, ele foi um dos maiores expoentes da cultura literária e musical de Carolina.
Cidadão probo, honrado, espírito sempre alegre e comunicativo, pai de família exemplar, ele foi em sua terra natal, sempre destacado nas letras, na poesia, na música, no comércio, na sociedade e na política. Foi vereador, presidente da câmara, vice-prefeito, suplente de juiz e coletor estadual. Casou-se na terra natal, em 1908, com dona Hermínia Aquino Maranhão, de cujo consórcio nasceram nove filhos: Alfredo, Carlos, Bernardino, Sofia, Laura, Dionéa, Maurina, Enóe e Lenita.
Numa homenagem à sua memória, os seus amigos escreveram um livro sob o título: HOMENAGEM PÓSTUMA À MEMÓRIA DE NELSON MARANHÃO, que foi editado ao transcurso de seu primeiro aniversário de morte. Pelos bons serviços prestados à cultura de Carolina e da Região Tocantina, o seu nome foi escolhido para patrono da cadeira 15, da Academia Imperatrizense de Letras, ocupada por seu filho, sócio fundador, Alfredo Maranhão.
Nelson Maranhão faleceu em Goiânia, onde fora a tratamento de saúde, no dia 15 de maio de 1969; sua esposa Hermínia Aquino Maranhão, faleceu em Teresina, onde, igualmente, fora a tratamento de saúde.

Dele disse o amigo Joaquim Cesário: "É pena que o destino os tenha levado a falecer fora de sua amada Carolina, pois estou certo de que eles gostariam que seu túmulo fosse visitado, vez por outra, pela gente a qual eles tão ardorosamente souberam amar. Mas, se a terra que os viu nascer não teve a honra de guardá-los amorosamente no seu seio, sob a frieza da pedra, nós guardaremos no peito a sua memória, no calor de uma amizade que o tempo será impotente para destruir."

Com o falecimento de nosso queridíssimo Alfredo Aquino Maranhão, foi eleito para assumir a titularidade da cadeira nº 15 da Associação Imperatrizense de Letras o nosso conterrâneo José Herênio de Souza, a quem caberá cultuar a memória e esposar os ideais dos inesquecíveis carolinenses Alfredo e Nelson Maranhão.
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