Árvore genealógica de Laura Margarida de Queiroz


avós
paternos
José Joaquim de Queiroz + Amélia Borges da Costa
PAI
José Joaquim de Queiroz Junior (Juca - Queiroz Jr)
08-12-1870 - Rio de Janeiro (RJ) (Brasil)
 †  15-09-1919 - Rio de Janeiro (RJ) (Brasil)
avós
maternos
Luiz Alves Pereira Machado + Anna Xavier Palhares
MÃE
Laura Palhares Machado (Laura Machado - Laura Queiroz)
11-04-1874 - Rio de Janeiro (RJ) (Brasil)
 †  29-12-1941 - Rio de Janeiro (RJ) (Brasil)

IRMÃO(s)
Laura Margarida de Queiroz
1898

Laura Margarida de Queiroz
(Laly)
01-12-1898 - Rio de Janeiro (RJ) (Brasil)
 † 15-05-1995 - Rio de Janeiro (RJ) (Brasil)
(idade: 97 anos)
 
CÔNJUGE(s)
Joaquim Ferreira de Macedo Costa
cc 06-02-1929

12-08-1897 - Porto (Porto) (Portugal)
 †  27-04-1979 - Rio de Janeiro (RJ) (Brasil)


   NOTAS


Livro: Queiroz, Borges da Costa, Machado & Palhares - Genealogia e Histórias

- Era filhada de sua avó Anna Palhares Machado.

- Em carta de 18 fev 1903 [Anna Palhares Machado para sua filha Laura) Sobre os remédios que o doutor receitou para Laly, deve ser muito bom, pois vi no Chernoviz [Os manuais de medicina popular do Dr. Chernoviz foram essenciais na difusão de saberes e práticas aprovados pelas instituições médicas oficiais para regiões rurais do Brasil imperial] e são todos para indigestões e incômodos de estômago, por isso ela deve se dar bem. 

- Em carta de 1 maio 1903 (Anna Palhares Machado para sua filha Laura) A Margarida já foi ao Dr. Moreira de Carvalho e o consultou com ele sobre Laly, expondo tudo conforme mandastes dizer, as datas em que ela teve as indigestões, os remédios que ela tomou do doutor de Itabira e tudo bem explicado, ele diz que ela tem uma dispepsia que é bom ela tratar-se para não ficar crônica, ele receitou um remédio que já está aqui comigo e amanhã vou despachar, e vai mandando dizer como ela passa.

- Em carta de 9 out 1903 (Anna Palhares Machado para sua filha Laura) Dizes que Laly teve outra enxaqueca , mas que foi mais branda, , deves continuar a dar os remédios pois já se vê que ela está melhor e que como é ainda pequena que com a idade passara pois é a opinião do Dr. Moreira de Carvalho.  

- Em carta de 11 nov 1903 [Laura para JJQJr] Ontem tendo a tarde ficado boa, não quis deixar de passar mais um dia e levei Laly ao médico que  examinou-a muito e disse que não eram enxaquecas e sim engorgitamento no estomago, e falta de ácidos. Receitou um xarope iodo tânico de Guillermond, mandando adicionar 3 g de glicerofosfato de cal. Aproveitei o tempo que esperei o bond na Muda, e mandei aviar a receita, tendo ela tomado já a primeira dose agora que acabou de almoçar. Em 17 nov - Laly continua a tomar o remédio que por enquanto lhe tem feito bem pois não tem tido as malditas indigestões.

- Em carta de 20 maio 1907 [Laura para JJQJr] Escreve ao homem dos frangos para que mande mais; como sabes Laly não come outra coisa e aqui são caríssimos.

- Em 18 dez 1907 [Diário de Laly] No dia 14 chegou da Samaritaine armazém de Paris as nossas encomendas que foram recebidas com grande prazer nosso. Vieram uma porção de fazendas para nós e vestidos feitos para tia Bijou, o que mais apreciei foram os brinquedos; para Anniquinha veio o jogo do pato e um homem de bicicleta e para mim um fogãozinho e um outro homem de bicicleta (nós tínhamos mandado buscar um automóvel para cada uma mas veio isto.)  Também vieram brinquedos para os primos e outras crianças. 

- Em 29 jan 1909 [Diário de Laly] Ontem não demos lição por ela continuar doente.  Então chamamos Salvina para brincar conosco até a hora do almoço.  

- Em carta de 12 out 1911 [JJQJr para Laura] Ainda uma vez me convenço de que a causa primordial das enxaquecas de Laly é uma qualquer perturbação nervosa provocada pelo mais pequeno excesso que ela faça. Estou convencido que com a idade e sua consequente calma, isto irá desaparecendo.

- Em carta de 1 dez 1911 [Laura para JJQJr] ... As duas passaram muito bem a noite depois da chegada do casamento que foi tão tarde, por terem elas teimado em ouvir os discursos até o fim e tendo chegado à cidade às 10 e 10, só tiveram bond às 11, pois não há às 10 1/2.  Ficaram encantadas pelo talento oratório do Teixeira Mendes. Laly diz que tirou essa fotografia para mandar-te.

A MINHA IRMã LALY  - 1911

Oh musa, minha musa sonhadora!

Oh musa, minha amiga, minha irmã!

Minha visão formosa sedutora,

Risonha como a estrela da manhã!

 

Tu és a luz que meu viver enflora,

Oh minha musa, minha doce irmã!

Quero beijar-te os lábios de amora,

Quero beijar-te as faces de romã!

 

Oh musa em cujos olhos cismadores

Minha alma vai sonhar, visão querida,

Tu que se rio és toda riso e flores

 

E que soluças se me vês sentida,

Nunca me deixes, que se além te fores,

Eu morrerei pois vivo em tua vida!...

 

A vida - balada

à Laly

jan 1912

Anna Amelia de Queiroz

 

Não vês um barco, querida,

Que o vento ao longe conduz?

Eis que me vem lembrar

Que a vida é um barco a boiar

Perdido no infindo mar.

Onde vais barco da vida?!

Que buscasm batel sem luz?!

 

O navegante, querida

Busca um clarão que o seduz;

Crê, espera, e está contente

Que assim o leve a corrente

Oara o clarão reluzente.

Onde vais, barco da vida?!

Que buscas, batel sem luz?!

 

- Em carta de 12 jun 1913 [Laly para JJQJr] Muito obrigada pelo caderno de história inglesa que mandaste, vamos continuar a estudá-la, o que me agrada muito, pois é muito interessante. ... Agora vou começar a preparar as lições para terça feira que ainda não fiz nada!

- Em carta de 11 mar 1915 [Laura para JJQJr] Como te disse ontem, a poetisa amiga de Anniquinha e Laly e discípula da ângela Vargas, pediu-me para levá-las hoje à aula de dicção. Marcou das 3 às 3 1/4 no relógio da Glória... Levou-nos à rua Benjamim Constant, onde mora a Mlle. Vargas, numa casa magnífica e muito bem mobiliada. Assistimos as recitações das alunas que eram hoje 11. Apenas a Lia Hime diz bem, as mais são infinitamente inferiores a Laly. Depois de dizerem todas as moças, ela disse a Laly que sabia que ela dizia também e pedia-lhe que dissesse alguma coisa; Laly fez uma fitinha, mas depois disse o Pelicano; disse muito bem, mas muito nervosa.  A ângela cumprimentou-a muito e viu-se que ela gostou mesmo. Já se sabe, falou logo em tê-la como discípula e que em 4 meses faria muito dela! Em fim foi muito amavel e a nosso pedido recitou Camões. Gostei muito, muito. Foi uma tarde agradável.

Doce certeza 

1915

Laura Marcariga de Queiroz - Laly

 

Debruçada à janela em ti pensava

Fitando as várias flores do jardim

Mas uma ideia atroz me atormentava

Ele estará também pensando em mim?

 

O girassol de cabeleira flava

à rosa, ao lírio, aos cravos, ao jarmim

A todos, ansiosa eu perguntava

Se tu estavas também pensando em mim

 

Ficou mudo o jasmim, o lírio e o cravo

E o girassol indiferente e flavo

E a rosa, a rir, sanguínea de ...

Eu ... ... tanto, sem tristeza

Porque no coração tinha certeza

De que estavas também pensando em mim

- Em 12 out 1916 [A Notícia - Pé de coluna] no rink do Fluminense F.C. entre as graciosas demoiselles que se entregaram aos prazeres da patinação: entre outras, Laly e Anna Amélia de Queiroz.

- Em 1924, de abr a dez,  foi à Europa com sua mãe. A primeira notícia de Lisboa é do dia 11 abr 1924, onde estão hospedadas no Hotel Borges, que ficou sendo o local de hospedagem da família até a década de 1980. Em 24 abr estão no Porto. Em 30 abr partiram do Porto para Figueiró onde ficaram 9 dias, com os parentes de quem ficamos gostando sinceramente. Em 10 maio de volta ao Porto, partiram em 11 maio para a Espanha. Em 6 de junho, carta de Paris. Em 20 jun em Reins. Em 2 jun Londres, hotel Belgravia, Grosvenor Gardens, Victoria, London SW1. Em  16 jul em Bruxelas. Em 25 jul em Frankfurt. Em 2 ago Berna. Em 3 ago Genebra. Em 4 ago Lausane. Em 8 ago Milão. Em 13 ago Brescia e 14 ago Veneza. Em 24 ago Florença e em seguida Roma. Em 2 set Nápoles. Em 12 set Gênova. Em 27 set de volta em Paris. Em 12 out Madri, saindo a caminho de Portugal.

- Em 15 jun 1927 [A Noite] Sem Fio - programa para hoje: às 21 horas 5 minutos: concerto no estúdio da Radio Sociedade - programa do concerto - entre outros: a musa (poetisa Laura Margarida de Queiroz), o poeta: Guy de Maupant.

- Em 6 jul 1927 [Correio da Manhã] Radio Sociedade (Onda 400 metros), às 9:05 horas Programa lítero-musical com o concurso de entre outros: Anna Amélia de Queiroz Carneiro de Mendonça, senhorita Laura Margarida de Queiroz e Sr. Guy de Maupant.

- Em 24 nov 1927 [Gazeta de Notícias] Basta dizer que a protagonista de Eva, será a senhorita Laura Margarida de Queiroz, a extraordinária poetisa brasileira. A seu lado, outros elementos de méritos equivalentes encontram-se vivamente empenhados na realização perfeita dos nobres fins da Sociedade de Cultura Teatral, a quem Alberto de Queiroz, o cintilante, está dando o melhor de seu espírito e de sua alma.

- Em 26 nov 1927 [Gazeta de Notícias] Na noite de segunda feira próxima, a Sociedade de Cultura Teatral, fundada pelo fino escritor e abalizado crítico Dr. Alberto de Queiroz, fará sua apresentação ao público carioca, no palco do Municipal.  Representar-se-á Eva de Paulo Barreto com a senhorita Laura Margarida de Queiroz, na protagonista. 

- Em 29 nov 1927 [Gazeta de Notícias] Eva, de João do Rio, pela Sociedade de Cultura Teatral - ... Mas... Mas falemos nos intérpretes de Eva.  Evitamos outro lugar comum: a senhorita Laura Margarida de Queiroz é uma revelação. Seria para quem não a conhecesse. Porque quantos sabem ser ela um dos talentos mais luminosos que nossa raça tem produzido, só poderia esperar o que viu: uma reafirmação maravilhosa de seu temperamento excepcionalmente sensível. Interpretando Eva, a senhorita Laura Margarida de Queiroz foi bem essa esfinge decifrada - a mulher de que nos fala o genial Wilde.  A senhorita Laura Margarida de Queiroz provou apenas que ser uma grande artista não é privilégio apenas de certas raças e determinadas civilizações. é humano. Daí seu triunfo incomparável. Muito poucas figuras do porte artístico dessa fina poetisa tem pisado o palco do Municipal. Com justiça, sem galanteria, imparcialmente, deve-se reconhecer que a senhorita Laura Margarida de Queiroz ligou seu nome à história do teatro universal. Na cena amorosa, ironicamente amorosa, do 2 ato e na violenta do 3, ambas com Jorge a senhorita Laura Margarida de Queiroz fez passar como um caleidoscópio, toda a gama de um temperamento multiforme e de exceção. Laura Margarida de Queiroz é, já de si, o triunfo magnífico do teatro brasileiro. Temos razões para duvidar: Laura Margarida de Queiroz foi Eva, ou Eva é Laura Margarida de Queiroz? Chi lo sa.

- Humberto Braga (que depois casou-se com Alcina Diniz), ia visitar D. Laura e Laly que estavam no hotel em Lisboa. Na rua, por acaso encontrou seu amigo Joaquim Costa e o levou-o consigo. Joaquim apaixonou-se à primeira vista por Laly. 

- Em 6 fev 1929 - na noite do dia de seu casamento mudaram-se para a Usina Esperança tomando o trem noturno e lá chegando dia 7 fev 1929.

- Em cartão postal de 2 ago 1937 [Laly para Laura] estava com seu marido Joaquim Costa, em Zurique, indo para Munique. Em cartão de 23 ago 1937 a bordo do RMS Almanzora, saídos de Londres a 21, diz: Nem acredito que amanhã às 8 da manhã já poderei ver as 2.

Álbuns


Anna Amelia & Laly



26 fotografias.






Residências - Marques de Abrantes - a casa

Rua Marquês de Abrantes, 189 - Casa para onde se mudaram Laura Machado Queiroz, após a morte de seu marido José Joaquim de Queiroz Junior, suas filhas Anna Amelia e o marido Marcos Carneiro de Mendonça e a filha nascida em 1918 Marcia, Laura Margarida (Laly), Maria José (Jujuca), e as irmãs de Laura, Margarida, Maria Luiza e América.

25 fotografias.


Usina Esperança (Queiroz Jr.) & Gagé e Bonga

Com a morte do Engenheiro José Joaquim de Queiroz Junior, o nome da Usina Esperança passou a ser Usina Queiroz Jr., no entanto, em família, sempre nos referimos a ela somente como: Usina, ou Esperança ou Usina Esperança.

166 fotografias.

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