História de Alberto Carneiro de Mendonça (Velho)


28-8-1860 . 11-9-1940 - Rio de Janeiro [idade: 80 anos]

   NOTAS


Livro: Os Carneiro de Mendonça

Livro: Queiroz, Borges da Costa, Machado & Palhares - Genealogia e Histórias

- Curia Metropolitana do Rio de Janeiro - Livro de casamentos: 7, Matriz da Gloria, 1890 - Aos vinte e dous dias do mes de Março de mil oito centos e noventa nesta Igreja Matriz de Nossa Senhora da Gloria, estando os nubentes habilitados nas formas das leis canonicas perante  as testemunhas Doutores Carlos Carneiro de Mendonça e José de Carvalho Tolentino por palavras de presente assisti ao recebimento em matrimonio de Alberto Carneiro de Mendonça, filho legitimo do Coronel Joaquim Carneiro de Mendonça e de Dona Maria Augusta Carneiro de Mendonça, nascido e baptisado em Mar d'Hespanha, Minas Gerais, - com Leocadia Catharina Procureur, filha legitima de Jules Francisco Procureur e de Anna Catharina de Boeck, nascida e baptisada na Freguesia de Finisterre, em Bruxelas e ambos os contratantes moradores nesta Freguesia da Gloria, do que fiz este assentamento e as testemunhas referidas: e assigno Vigario Monsenhor Manoel da Costa Nonato

- Passou 7 anos, possivelmente todos na Bélgica. Estudou em Leuven, até o último ano de engenharia, deixando de fazer o último exame para não ser "doutor". 

- Em Bruxelas, fez o Curso de Pontes Calçadas e conheceu sua futura mulher. 

- De volta ao Brasil, foram morar no Araial da Meia Pataca, MG, onde nasceram seus 5 filhos, todos com 3 nomes próprios, prática comum na Bélgicas. 

- De volta ao Rio, fundou a Agência Pestana de Transporte. Em maio de 1935, a agência estava localizada na rua São Bento 9, no Rio de Janeiro. Em 1938 e em 1942, Alberto e sua mulher Leocadie moravam na Travessa Martins Ferreira 10, ap 1. 

- Eram carinhosamente chamados pelos filhos de Velho e Velha.

- Em 13 set 1940 [Diário da Noite] Era o melhor dos homens, por Austregésilo de Athayde - Alberto Carneiro de Mendonça, cujos restos desde hontem voltaram ao repouso da grande mãe commum, representava, na intelligencia, na fidalguia e na cultura, uma época, que se está acabando.

Era desses homens, cuja raça espiritual é finda, que sem fazer profissão de intellectualidade, occupando-se de negocios e interesses materiais, vivem, no emtanto, na mais pura atmosphera literaria. Não conheço ninguem que possuisse tanto como elle as letras classicas greco-latinas, as creações do genio francez de hontem e de hoje, o conjunto maravilhoso e crescente da literatura ingleza. Comprehende-se que Machado de Assis, vinte annos mais velho do que elle, o houvesse tomado para amigo e confidente e ainda que ao seu balcão da Agencia Pestana fossem ter, para um dedo de prosa, os espiritos mais illustres do Brasil, no primeiro decennio deste seculo.

Falar com Alberto Carneiro de Mendonça, ainda agora que os annos o cobriam de fadiga, era aprender sempre alguma coisa de bello, ouvir algum conceito literario ou artistico do melhor quilate.

A sua presença era tocada da mais viva espiritualidade e não se sabe qual das suas virtudes veneraveis se a intelligencia ou a bondade era a força do magnetismo que espalhava em torno da sua pessoa.

Ao descer lentamente o esquife, alguem murmurou, no silencio angustioso da hora extrema: "Era o melhor dos homens".  A esse julgamento pódem juntar-se muitos outros, que dignificam e completam a figura desse varão exemplar.  Aos oitenta annos, conservava o donaire e a graça de maneira dos melhores tempos da nobreza do Imperio e a comprehensão tolerante e amavel para os costumes rudes dos nossos tempos.  Assim, accommodava-se entre os moços e até o fim participava intensamente da vida dos seus contemporaneos.  Possuiu, como poucos, o sentimento de honra do trabalho e a sêde de independencia e liberdade, sem as quaes não pode haver no mundo grandeza legítima.

- Em 22 set 1940 [Gazeta de Notícias] Alberto Mendonça, por Cunha Porto

"... Um episodio conheço na vida operosa desse espirito que se notabilizou tanto em todas as tarefas diuturnas que me faz agora suscitar no pensamento qual deveria ter sido, com sobejo interesse para o tempo em que viveu a sua missão no reino dos vivos.

Se, a um golpe de vista subtil, Alberto Mendonça era um complexo de simplicidades, nem por isso deixava de ser uma somma de energias pessoaes bem evidentes, um conjunto de vontade deliberada a rumar por um destino sem temores nem vacilações.  Sabia querer e como querer. Sendo bondoso, era também detentor de um animo que não conhecia receios, fossem de leves nuances, ou tivessem as cores de céos tempestuosos.

Estava onde devia estar. Era esse o tom de sua natureza...."

- Em 30 ago 1941 [Diário da Noite] - Inaugurado na Agência Pestana o retrato do Sr. Alberto Carneiro de Mendonça- Numa expressiva homenagem ao seu fundador, a Agência Pestana fez inaugurar recentemente em seus escritórios o retrato de Alberto Carneiro de Mendonça falecido no ano passado.

Ao ato compareceram muitos amigos e parentes da família Carneiro de Mendonça tendo discursado nessa ocasião o gerente daquela empresa o sr. Souza Aguiar e o jornalista João Austregésilo de Athayde.

Por todos os oradores foram recordadas as virtudes e as qualidades do Sr. Alberto Carneiro de Mendonça, cuja vida tinha sido um exemplo que devia ser constantemente apontado à mocidade. 

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