Livro: Queiroz, Borges da Costa, Machado & Palhares - Genealogia e Histórias

- Médico. Jayme e Otília moravam numa casa de 2 andares na rua Cosme Velho, 238, depois 844, exatamente em frente à casa de Marcos e Anna Amélia Carneiro de Mendonça.

- Em 21 dez 1903 [A Federação, RS] Ginásio Nossa Senhora da Conceição, de padres jesuítas na cidade de São Leopoldo, no resumo dos trabalhos escolares do ano expirante, mereceram os prêmios de excelência fazendo jus às condecorações oferecidas, da 2a divisão, entre outros, Jayme Borges da Conceição. 

- Em 13 dez 1904 [A Federação, RS] Ginásio Conceição, realizaram-se no dia 10 do corrente, com toda imponência, as cerimônias de colação de grau dos  bacharéis em letras, entre outros, Jayme Borges da Conceição. 

- Em 28 nov 1906 [A Federação, RS] Exames da Faculdade de Medicina, Fisiologia: aprovado plenamente com grau 6, Jayme Borges da Conceição. 

- Em 29 nov 1906 [A Federação, RS] Exames da Faculdade de Medicina, Histologia: aprovado com grau 4 Jayme Borges da Conceição.

- Em 24 jan 1908 [Gazeta de Notícias] Saídas do Rio de Janeiro no dia 23, para Porto Alegre e escalas, paquete Saturno, passageiros: entre outros, Dr. Jayme Conceição.

- Em 20 maio 1910 [O País] Na Faculdade de Medicina serão chamados hoje a exame prático oral, 5 ano, clínicas às 10 horas, entre outros Jayme Borges da Conceição.

- Em 5 jun 1910 [O País] Resultado dos exames de clínicas do 5 ano realizados dia 20: Jayme Borges da Conceição, distinção em todas as matérias.

- Em 30 mar 1911 [O País] Faculdade de Medicina, defesas de tese, 5a. feira às 12 horas: Jayme Borges da Conceição.

- Em 28 maio 1911 [O País] Com destino às republicas do Prata, partiu no dia 25 do corrente a bordo do paquete Sírio, em viagem de recreio, o Dr. Jayme Borges da Conceição, filho do barão Alves da Conceição, recentemente diplomado pela nossa Faculdade de Medicina. O distinto moço, de regresso de sua excursão, fixará residência em Pelotas onde pretende abrir consultório. Ao seu embarque compareceram muitos amigos e colegas e uma comissão de internos da Maternidade do Rio de Janeiro. 

- Em carta de 14 nov 1913 [Laura para JJQJr] Tivemos até ainda agora as visitas do Lulu com a irmã e o Jayme e o poeta da Genese. Imagina as pequenas como estavam satisfeitas com a prosa. Esqueci-me de dizer-te que o Hermes Fontes trouxe os exemplares da Genese para as meninas com dedicatórias elogiosas.

- Em 26 dez 1915 [Correio da Manhã] Porto Alegre, 25  A Federação publicou ontem um longo telegrama a propósito da deposição do intendente municipal de Pinheiro Machado.(...) Passada uma hora compareceu no club o Dr. Jayme Conceição, que em nome dos revoltosos concitou o intendente  a entregar a chave da Intendência tendo este se negado terminantemente a aceder ao pedido e a várias propostas que lhe foram feitas, cujo resultado o Dr. Jayme Conceição levava ao conhecimento dos revoltosos. Temendo estes apossarem do club, em vista da atitude enérgica do intendente, lançaram então mão de outro expediente, indo buscar a esposa do Dr. Ney e trazendo-a para o club, tentando então tomá-lo.  à vista da indignidade da exploração, expondo a vida de uma senhora, os próprios companheiros do Dr. Ney aconselharam-se a entrar num acordo que a custo foi conseguido sendo combinado com o Dr. Jayme Conceição, que Hipólito Ribeiro mandaria dissolver a sua gente, fazendo o mesmo o intendente. (...).

- Em 12 nov 1923 [Correio da Manhã] A ocupação de Pelotas - Como um médico de Cacimbinhas nos relata esse feito dos revolucionários. 

Vindo de Pelotas onde se achava por ocasião da tomada daquela importante cidade sulriograndense pelas forças revolucionárias do general Zeca Netto, está nesta capital o médico Dr. Jayme Conceição, de quem obtivemos a gentileza de algumas informações sobre os últimos acontecimentos ali verificados e que tão grande repercussão tiveram em todo o país.

- Embora residindo em Cacimbinhas, localidade próxima de Pelotas, achava-se nesta ultima cidade, a 29 do mês próximo findo, quando ali penetraram as forças revolucionárias da coluna do general Zeca Netto, disse-nos o Dr. Jayme Conceição.  A aparição dessas forças na cidade acrescentou, constituiu para toda gente motivo de grande surpresa que, seja dito de passagem teria sido muito maior para os situacionistas, ou pela consciência que possuíam de sua força, ou no respeito que ela por ventura infundisse no espírito dos seus adversários.  Talvez, ainda, uma excessiva confiança nas incertezas da ação revolucionária que evidentemente deve ressentir-se dessa condição, mal de que não pode padecer, aliás uma força legal, com o suprimento fácil e pronto de todas as suas necessidades de conservação e de guerra.  Houve entretanto, um elemento decisivo para a queda de Pelotas e com o qual não contaram ou não quiseram contar os situacionistas: foi esse magnífico destemor, essa admirável audácia de que por tantas vezes tem dado provas irrefragáveis o general Zeca Neto e os valentes gaúchos que o acompanham há quase um ano.  Aliem-se a essas qualidades um conhecimento minucioso, perfeito, da sua zona de operações e esse pendor inato de todo o rio-grandense pelas coisas de guerra e ter-se-á o perfil militar daquele chefe que é o ídolo dos seus homens e - porque não o dizer francamente? - um dos nomes mais venerados e populares do Rio Grande.  Esta é a verdade dita sem a preocupação de agradecer ou desagradar a este ou aquele partido, antes lamentando sinceramente que homens de tamanho valor se estejam sacrificando nesta luta inglória de irmãos.  Foi assim que o bravo e habilidoso Zeca Netto se aproximou de Pelotas, numa marcha fulminante e pela madrugada de 29, já às portas da cidade, deteve-se com o grosso de sua coluna, cerca de 600 homens, e ordenou que 200 divididos em vários piquetes para não dar na vista, procedessem à ocupação penetrando por pontos diferentes e sem disparar um só tiro...

- Mas os telegramas e outras notícias transmitidas para esta capital, falam de combates mais ou menos sangrentos?

- De fato, verificaram-se tais combates, mas depois da ocupação da cidade.  Isso feito, foi ordenado o ataque aos diferentes postos policiais que se renderam todos após ligeira resistência, inclusive o primeiro cujos defensores se conduziram com extraordinária bravura, perecendo, mesmo, o respectivo comandante, o subintendente capitão Francisco Vernetti. O Corpo de Bombeiros também se rendeu quase sem resistência.

- E o corpo provisório da Brigada Militar que ali estava de guarnição?

- Esse corpo aquartelará fora da cidade num local denominado Praça das Caretas e quando atacado pelas forças revolucionárias, ofereceu energia e valente resistência.  O general Zeca Neto, como de pouco importava aos seus planos o aniquilamento e no elevado intuito de evitar maios derramamento de sangue, mandou suspender o ataque ao quartel dos provisórios, deixando-o todavia durante o período da sua permanência em Pelotas, sitiado por uma força revolucionária.  Durante o ataque inicial, porém, foram algumas vidas sacrificadas de parte a parte, incluindo-se nas perdas dos defensores do governo o comandante do corpo, major Aldrovando Leão e seu irmão, o tenente Henrique Leão que honraram os seus postos.  Tomada pois, como disse, a resolução de suspender o ataque ao quartel dos provisórios e permanecendo este sitiado, voltou Pelotas à tranquilidade, para entregar-se inteiramente a vibrantes manifestações de apreço ao general Zeca Netto e aos seus comandados, cuja entrada triunfal na cidade, às 10 horas da manhã constituiu sem favor nenhum uma verdadeira apoteose.  Não há o menor exagero em afirmar-se que toda a população de Pelotas, cidade que o governo estadual e o Partido Republicano tinham como baluarte da sua política festejou com entusiasmo ali nunca visto o feito de Zeca Netto.  E a circunstância que acima aludimos ainda maior significação moral empresta à atitude dos pelotenses.  O seu entusiasmo foi a tais extremos que até o cadáver de um cavalo montado por certo combatente revolucionário, morto por ocasião de um dos encontros em plena rua, foi coberto de flores por gente do povo! Acresce notar que a conduta irrepreensível da força revolucionária durante a sua permanência em Pelotas, foi  de molde a provocar o respeito dos próprios adversários.  Nenhum conflito, nenhuma provocação, nenhuma violência se registrou.  O próprio órgão situacionista, o Diário Popular, teve o seu edifício guardado por um piquete revolucionário.  Os edifícios públicos, municipais e do Estado não sofreram absolutamente o menos ataque tendo apenas os revolucionários retirado do da Intendência o retrato do Dr. Borges de Medeiros, mas lá deixando entretanto o de Castilhos e de outros próceres da política situacionista.

- Sabe com precisão o número de mortos e feridos verificado?

- Calcula-se em trinta o número de mortos e superior a cem o de feridos, isto entre governistas, revolucionários e civis.  Cabe aqui um caloroso elogio à ação da Cruz Vermelha Libertadora, cujas diretoras, enfermeiras, médicos e demais auxiliares cruzavam destemerosamente os postos onde mais intensa e perigosa era a luta para levar aos feridos, indistintamente os seus humanitários serviços.

- Em 1929 [Almanak Rio de Janeiro] Médicos: Dr. Jayme Conceição.

- Em 1930 já morava no Rio de Janeiro e sua casa de praia na Marambaia, RS, ficou sendo usada pela família Pôjo.

- Em 30 dez 1964 [Correio da Manhã] Faleceu anteontem nesta cidade o Dr. Jayme Borges da Conceição, conhecido médico, deixando viúva a Sra. Otília Ferreira da Conceição e os filhos Dr. Paulo Ferreira da Conceição, funcionário da Assembleia Legislativa da Guanabara, casado com a Sra. Daisy Conceição e Sra. Regina Conceição Tovar, casada com o Dr. Rodrigo Tovar.

- Em 3 jan 1965 [Correio da Manhã] Dr. Jayme Borges da Conceição (Missa 7 dia), Ottilia Ferreira Conceição, Dr. Paulo Conceição e Senhora, Dr. Rodrigo Tovar, senhora e filhas, agradecem as manifestações de pesar por ocasião do seu falecimento e convidam parentes e amigos para a missa que mandam celebrar dia 4, às 11 horas, no altar-mor da Catedral Metropolitana, por alma de seu querido esposo, pai, sogro e avô.  Antecipadamente  agradecem aos que comparecerem.