Livro: Os Carneiro de Mendonça
- Fez o curso de humanidades no internato do Colégio Pedro II e ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, mas interrompeu o curso duas vezes: em 1893, quando participou da revolta da armada ao lado do marechal Floriano e chegou a lutar no combate da Armação; e em 1894, durante a epidemia de cólera no vale do Paraíba, para onde seguiu como auxiliar-médico voluntário. Com a tese "Hematologia tropical" doutorou-se em 1897. Ao fazer a famosa afirmação de que "o Brasil é ainda um imenso hospital", Miguel Pereira desencadeou grande polêmica, da qual nasceu a campanha sanitarista. No mesmo ano apresentou a memória "Anemia tropical", com a qual foi aceito como membro da Academia Nacional de Medicina, da qual for presidente de 1910 a 1912. Professor de clínica propedêutica desde 1898, em 1907 passou a catedrático. Em 1909 passou a ocupar a 1a Cadeira de Clínica Médica na vaga aberta pela morte de seu titular, Pedro de Almeida Magalhães, que era marido de Sarah Carneiro de Mendonça. Por criticar publicamente a reforma do ensino de 1911, foi suspenso por seis meses, mas o Supremo Tribunal Federal cancelou a punição. Publicou trabalhos sobre ancilostomose, sífilis e atrofias musculares, mas queimou os originais de seu "Tratado de clínica médica" ao saber que era portador de doença incurável. Seus discursos e entrevistas estão reunidos no livro "à margem da medicina", 1922. A cidade de Miguel Pereira começou a se desenvolver por volta de 1913, quando o médico e professor Miguel da Silva Pereira fixou residência no Sítio Maria Clara.