Árvore genealógica de Rossini Gonçalves Maranhão Filho


avós
paternos
Diógenes Gonçalves de Souza + Ana do Rego Maranhão
PAI
Rossini Gonçalves Maranhão
05-03-1914 - Carolina (MA) (Brasil)
 †  11-08-1983 - Rio de Janeiro (RJ) (Brasil)
avós
maternos
Augusto Rodrigues dos Santos + Maria Emilia Mendes Guimarães
MÃE
Maria Odette Rodrigues dos Santos
29-03-1921 - São Paulo (SP) (Brasil)
 †  17-05-2002 - Rio de Janeiro (RJ) (Brasil)

IRMÃO(s)
Rossini Gonçalves Maranhão Filho
1950

Rossini Gonçalves Maranhão Filho
(Maraca)
05-03-1950 - Belém (PA) (Brasil)
 † 08-11-2016 - Saquarema (RJ) (Brasil)
(idade: 66 anos)
 
CÔNJUGE(s)
Maria Augusta Costa Brito

1950 - Ponte de Lima (Viana do Castelo) (Portugal)

FILHO(s) de Rossini Gonçalves Maranhão Filho e Maria Augusta Costa Brito

   NOTAS


Livro: Os descendentes de José do Rêgo Trigueiro e Flora Francelina do Rêgo Maranhão - Genealogia e Histórias

- Em 21 maio 2004 - www.surfedepeito.com.br - Rossini "Maraca" Maranhão
Uma das mais respeitadas lendas vivas do surfe, Maraca tem muita estória para contar. Ele foi o primeiro surfista a dropar as imensas ondas da baía Waimea, em 1969, e anos antes fora um dos poucos waterman a entrar na monstruosa ressaca de 1963 que inundou até as portarias da Av. Atlântica em Copacabana.
Maraca surfou nos melhores picos do planeta. Em julho de 1976 competiu na África do Sul no Gunston 500, um evento já muito bem pago. Ele foi patrocinado pela então revista Brasil Surf, com um time que incluía PauloProença. Ricardo Bocão, Daniel Friedman e Rico de Souza. O point africano era Nahoon Reef com fundo de pedras e esquerdas bem longas. Ainda surfou em Jefrey's Bay, Durban e East London.
Como bem disse Maraca, o "jacaré" nas valas de Copacabana foi o pontapé inicial para tornar-me surfista. Pois já tinha a experiência de nadar no mar. Hoje (2004), Rossini Maranhão também é publicitário, produtor de jingles e um dos mais conceituados captadores de recursos para eventos de esportes radicais.
Aloha! Maraca, diga aí que o espaço é seu!
Eu comecei a pegar onda de peito em 1957 em Copacabana. Nesta época a arrebentação era muito longe, lembrava a praia da Macumba, mas não era tão longe quanto. Era uma praia com ondas fortíssimas e que sempre tinha poucas pessoas pegandp onda de peito. Em geral era, os guarda-vidas que ensinavam, então no meu caso como já era nadador do Guanabara e já nadava há dois anos, em 1961 eu já era um ótimo surfista de peito.
Em 1962 para 1963, com 13 anos, aconteceu uma das maiores ressacas no litoral carioca, quando as ondas invadiram as garagens dos prédios da Avenida Atlântica, o mar estava enorme e nesse dia quebrou o Arpoador baixo e tudo. Quando o mar subia, éramos considerados loucos porque entrávamos no mar em ondas muito grandes, com uns 12 pés vindo lá de fora, bem deslizante, bem Macumba. Éramos umas 10 pessoas, mais ou menos. Entramos através da vala e fomos nadando e surfamos de peito naquelas ondas enormes.
As valas eram formadas entre os bancos de areia que faziam correntezas bem fundas que eram onde as ondas quebravam menos fortes. É que por ali você entrava lá para fora, embora você saísse levando na cabeça direto, mas eram valas que permitiam a você começas a surfar de peito em ondas grandes. Era muito radical, não era brincadeira. As mais famosas eram as do Rian da rua Rodolfo Dantas, do Leme, que não era bem uma vala, mas tinha um bancão de areia famoso, a do Lido. a Âncora em frente à Princesa Isabel, rua Paula Freitas, a do posto 3 e do posto 6. Eram os melhores pontos para Surfe de Peito.
Naquela época usávamos o pé-de-pato Swin Fins verdes, pois era o único que aguentava. Não rasgava enquanto que os outros saiam do pé nas primeiras ondas. Tinha surfista que pegava com um só, mas o ideal era sempre com os dois.
Depois começamos a usar uma tábuazinha chamada Oceania (um tipo de compensado marítimo, envergada na ponta), que se deitava a barriga em cima dela para pegar onda. Estas tábuas às vezes deixavam você em situações "escalafobéticas", pois elas embicavam e o quebra coco de Copacabana, mesmo sendo lá fora, era raso, eram tubões alucinantes, e acabávamos enterrando a prancha na barriga causando uma falta de fôlego imediata.
Não havia short de surge, eram shorts Adidas de futebol, pasta de Lassar no nariz, pois não tinha protetor solar, não havia roupa de borracha também e se usava de 2 a 3 meias em cada pé para o Swin Fins não cortar os pés, ele abria rasgos enormes e bolhas com o atrito. Se usava também pés-de-pato maiores que os nossos pés, porque apertado dava uma cãibra radical.
Copacabana era muito grande. Hoje em dia não dá mais para comparar pois a geografia mudou muito. A areia que era rasa no fundo, foi cavada e jogada para cima. Agora, infelizmente, é uma grande banheira. Copacabana era a concentração de todos os surfistas de peito. Não existia na época outra praia que concentrasse mais surfistas de peito. Sempre foi a praia do Surfe de Peito. Em cada vala havia o maior respeito, ninguém invadia a vala do outro. O pessoal das redes de vôlei, o pessoal do posto 5, a turma da Barão de Ipanema, da Constante Ramos, da República do Peru, Lido e os do Leme. Havia mesmo era uma rivalidade entre as turmas nas festas, as meninas conheciam todos os rapazes de todas as turmas.
O Slimboard também era muito usado naquela époda, mas o Surfe de Peito era a atividade principal, pois o surfe nasceu a partir desta ressaca em 1963, ano em que as primeiras maderites foram feitas na Ilha do Governador e depois for na Francisco Otaviano quando chegaram as primeiras fibras. Foi aí que começaram a surgir as outras modalidades, antes disso o Surfe de Peito imperava e até hoje todo mundo pratica.
O Surfe de Peito é a base de todo o esporte radical dentro d'água. A primeira coisa que você aprende com o Surfe de Peito é que o mar respira justo com o universo e começa a perceber que a natureza é um ser em movimento.
As vantagens do Surfe de Peito é que você fica integrado em todos os sentidos. Nesse momento você começa a sentir o balanço do mar, a sua força. É o próprio corpo que surfa, o contato é direto.
É aí que você começa a entender como praticar um esporte sem se machucar, e ao mesmo tempo tentando curtir um bom surfe. Aos poucos você adquire experiência de como evitar as partes ruins do esporte como, levar um caldo, ficar debaixo d'água, água entrar no seu ouvido e areia também. E aí você consegue dominar isso, usufruindo cada vez mais a onda, deslizando e curtindo e sem levar muitos caldos.
O Surfe de Peito te faz sentir mais integrado com a natureza, fazendo parte dela. E é assim que você começa a se soltar e sentir-se melhor com a vida. Isso é legal pois você pode praticar Surfe de Peito em qualquer praia, em qualquer tipo de arrebentação. Em qualquer tipo de onda você se diverte. Ele pode ser praticado com pé-de-pato e até sem ele, basta ter onda. Você pode surfar muitas ondas por dia pois você vai nadas bastante adquirindo um preparo físico excelente.
O Surfe de Peito, neste aspecto, é bom pois como você vai e volta rápido e prende o ar, engole ar, esse exercício se repete várias vezes e você vai obtendo uma base e uma experiência muito grande de domínio e de segurança interna. O Surfe de Peito é um esporte popular que exerce uma simpatia indescritível em quem pratica, em apreciadores e futuros praticantes.
É MARAVILHOSO! ALOHA! - Rossini Maranhão

FOTO MARACA SURFANDO (1)

- Em 18 out 2004 (O Estado de São Paulo - Esportes - Surfe, Saquarema) - Maraca: história sobre as ondas - Nos anos 60, ninguém imaginava que o surfe brasileiro se tornaria um esporte profissional, ditaria a moda e até seria um estilo de vida. Mas nessa época, um idealista já enfrentava as ondas gigantes do Havaí e era ídolo dos primeiros surfistas do país. “As manobras que os garotos de hoje fazem, eu já mostrava nas praias do Rio há mais de trinta anos”, lembra Rossini Maranhão Filho, ou Maraca, de 54 anos, um dos maiores responsáveis pela expansão do esporte. “Antes de cais na água, precisava passar em algum despacho para pegar as velas de macumba”, conta bem-humorado. “Era o jeito de arrumar parafina para as pranchas, não havia fábrica do material no Brasil”.
Ao lado de outros idealistas como Carlos Eduardo Penho, Márcio Bração e Armando Serra, Maraca desvendou um santuário: a praia de Itaúna em Saquarema (RJ), conhecida por suas ondas perfeitas por causa das condições geográficas privilegiadas. “Era um paraíso, ninguém vinha aqui. Só quem tinha muito dinheiro e podia importar os equipamentos que eram caríssimos”.
Nadador desde a infância, Maraca cresceu em Copacabana no Rio e conviveu com o preconceito por ser surfista. “Ouvia comentários: esse é o maluco que vai para a praia às 6 horas da manhã passear sobre as águas, em cima de uma asa de avião”. No período de quase um ano em que morou nos Estados Unidos, viu surgir o boom do surfe a partir da Califórnia. Garante ser o primeiro brasileiro a competir profissionalmente no exterior em 1968, em viagens onde aprendeu novas técnicas que lhe renderam conquistas como o 7 lugar no Circuito Mundial em 1972 e o vice-campeonato brasileiro em 1973 em Ubatuba.

FOTO MARACA SURFANDO (2)

BIG WAVES
“Você acha que vai morrer, mas quando a onda passa, a sensação é maravilhosa.” Resumir a adrenalina de surfar uma onda gigante - que atinge facilmente os 10 metros de altura - não é tão difícil para Maraca, um dos primeiros surfistas do país a pegar as “big waves” em Waymea, no Havaí em 1969. Tanto que ao encerrar a carreira, transportou o espírito aventureiro para a área de marketing onde atua até hoje.
Maraca no entanto, conta que o surfe ganhou impulso no Brasil quando seu amigo Russell Coffin, brasileiro filho de americanos, trouxe a tecnologia para a fabricação das pranchas de poliuretano. “O equipamento ficou mais acessível e surgiram cada vez mais praticantes”. Um marco foi o Festival de Surfe de Saquarema que reuniu 70 mil pessoas em Itaúna em 1975.
Talvez as novas gerações não conheçam Maraca. Mas se os brasileiros podem usufruir do surfe devem muito a ele. “Às vezes me surpreendo com tudo o que fiz. Fui mesmo um desbravador”, afirma sem falsa modéstia. GVN

FOTO MARACA SURFANDO (3)

- Em entrevista de 25 jan 2012 para o site Homem ao Mar:
O nome dele é Rossini Maranhão, o Maraca. Grande surfista da década de 60, um dos pioneiros do surf carioca. Abriu as portas para o surf de ondas grandes para os surfistas brasileiros, sendo o primeiro brasileiro a surfar em Waimea, 1969.
Perfil do atleta
Data de nascimento: 03/03/1950
Apelido: Maraca
Tempo de surf: 49 anos
Posicionamento na prancha: goofy-foot
Quiver: 6”4, 6”9 , 7”2 , 9”4
Quando o surf começou a fazer parte da sua vida?
Em 1963, no Leme e na praia de Copacabana nos Postos 2, 3, 4, 5 e 6, Arpoador, Quebra-mar. Nas praias da Barra da Tijuca, Macumba e Prainha, Grumari, Guaratiba, Saquarema, Cabo Frio e Búzios.
Faça uma comparação do surf de hoje para o de quando você começou as principais mudanças desde as pranchas até os melhores picos de ondas.
O longboard tinha um estilo clássico e o noseride era a manobra mais considerada. Aí, comecei a surfar com a maior rapidez e fazendo manobras, dando viradas na base, e passagens rápidas nas paredes, cobrindo assim uma maior extensão nas ondas e hang-five ou strecth, era a posição mais segura e luxuosa para passar paredes.
Como você se sente sendo o primeiro brasileiro a surfar Waimea?
Me senti um big rider mesmo, deste dia em diante, porque eu cai num dia de 22 a 25 pés de oeste, com maior força d'água e gigante em 1969, mas perfeito, daqueles impressionantes, depois que sai d'água, a noite não consegui dormir de maneira nenhuma, porque não baixava a adrenalina ... Fiquei impressionado com aquelas verdadeiras montanhas d'água que surfei, e achei que foi uma atitude over e aquela situação vinha de novo na memória, mas como eu encarei concentradíssimo eu tinha certeza que poderia dropar porque estava preparado fisicamente e com fôlego em dia porque já tinha caído em Sunset 15” pés várias vezes, e principalmente em outros dias de 18” pés que são piores que Wayme.
Já tinha passado por uma situação de vida ou morte com o Eddie Aikau, quando nós estávamos lá fora num dia de 18’ pés, e ondas de 25 a 28 pés fecharam de Backyards a Pipeline, quando tive o fenômeno psíquico de ver toda sua vida, toda em 1 ou 2 segundos, passar o filme como dizem quando você pensa que vai morrer mesmo ou você sabe que passou dos seus limites e que graças ao meu preparo físico e de fôlego de 2 minutos e meio a três, eu que tinha, me salvei no extremo limite , quando pensei que não ia dar mais.
Qual a dica para surfar o Waimea?
Muito preparo físico, estar bem concentrado e com o fôlego em dia. Não se pode achar que é fácil, porque não é. Sempre esteja com um equipamento especial pro tamanho do mar. Já no point, primeiro, a entrada no quebra-coco é radical e se você não espera o momento certo, você pode ficar ali apanhando radical e pode até quebrar a prancha ao meio ali mesmo.
Depois, que passar o super quebra-coco, uma Itacoatiara grande, você começa a remar lá pro outside com cuidado pra não ficar na zona de impacto e é bom saber se a maré está enchendo ou esvaziando, porque a força d'água é imensa e se a maré estiver enchendo você rema o dobro, na vazante é bem mais fácil, mas você tem que olhar constantemente pro horizonte a direita se for um swell de norte e a esquerda se for de oeste que é mais perfeito mas muito mais perigoso pois toda hora vem uma mais pra fora.
No swell de norte vem algumas mais pra cá e outra mais pro canto da pedra e às vezes você se posiciona pro pico mais da esquerda e vem uma mais pra fora e aí você engole geral, não é mole, tem que estar ligado geral, as ondas são enormes e você tem que estar bem posicionado senão a remada vai começar em lugar errado ai você caí lá de cima, ou a onda fecha porque Waymea tem um detalhe a mais que é o elevator. Que é quando você rema e sente que entrou na onda e você pensa que vai despencar, a onda ainda te dá uma subida e aí assim você despenca geral.
Tem que estar preparado para esta jogada que senão você se assusta e caí lá de cima , e aí sim terá problemas mesmo, porque a despencada é absurdamente perigosa porque caem, milhões de litros d’água em cima de e parece que você não vai subir mais e parece que seu corpo será esquartejado quando a onda cai em cima, além de a onda que vem atrás, também vai te pegar, e aí você tem problemas ainda maiores, porque seu fôlego já está comprometido, e aí se você não estiver em excelente forma física, pode acontecer algo indesejável , que é beber água, e ai, tem problemas maiores ainda. Se ficar com medo aí a adrenalina te domina e diminui sua resistência. Tem problemas graves de ter que chamar o helicóptero ou Jet-ski porque você não tem mais força pra sair dali. E já aconteceu isto com vários surfistas, que chamaram o helicóptero que fica lá nos dias mais brabos e tem que pagar U$500 dólares, em 2 ou 3 dias senão você vai ser processado. E tem que pagar mesmo.
Conte um pouco da sua carreira como surfista profissional.
Estive em muitas finais, no Hawaí , no Peru, no Brasil... Conquistei várias colocações, segundos, terceiros, quartos, quintos lugares e os mais expressivos foram, como Vice Campeão Brasileiro em Ubatuba e o Sétimo Lugar no Campeonato Mundial de Ondas Grandes de Punta Rocas em Lima, Peru. Quando venci vários campeões de vários países, e todos ficaram chocados com minha excepcional e radical performance, e só não fui melhor na final, porque ondas de 15” pés entraram na hora que cheguei no outside, e levaram minha prancha após sucessivos caldos e como não tinha cordinha acabei perdendo a prancha lá fora e acabei nem surfando na grande final. Só nadei de volta e quando cheguei lá fora de novo, a bateria acabou.
Uma experiência radical no surf.
Estava em Pico Alto, Lima, Peru em 1968, surfando 20 a 22 pés quando uma série maior de 25, 26 pés entrou e me engoliu radicalmente, os 4 surfistas eu , Keith Paul , campeão australiano, Guilherme Wiese, peruano, big rider, Chino Malpartida, big rider peruano e Pocho Awapara outro super big rider peruano, que estavam lá fora comigo, a 1 km da praia, pensei que ia morrer, passou o filme também, tomei uns trinta caldos inacreditáveis porque a onda em Pico Salto quando quebra a espuma cresce cada vez mais e não deixa afundar e te carrega por centenas de metros, não deixando você respirar.
Quando você consegue parar a espuma tem uns dois metros de altura e ai você não vê quando a próxima vem, com aquelas ondas monstruosas e com uma força estupenda, geladas. Daí nadei quase 2 horas pra chegar na areia, passando por várias arrebentações, e só quem sabe é quem surfou lá, o sufoco brabo que é. A prancha foi parar lá no El Silencio. Depois deste dia fiquei consideradíssimo lá no Peru, inclusive fui convidado pra jantar com tudo pago, pelos peruanos. Pela coragem que demonstrei naquele dia e a sorte que dei porque minha prancha não quebrou ao meio.
Qual a dica que você daria para quem quer levar o surf como profissão?
Treinar com dedicação e fazer um trabalho de preparo físico, psíquico. Muita e dedicação concentração.
Maraca vamos fazer um ping pong?
Vamos, risos
MELHOR....
Onda: Jeffrey’s Bay
Tubo: Sunset Beach
Manobra: Snap back
Esquerda e Direita: Praia de Itaúna e Jeffrey”s Bay
Trip: África do Sul
O que não pode faltar na mala: Dinheiro.
Pico do Rio: Arpoador Clássico
Pico do Mundo: Sunset Beach
Surfista: Gabriel Medina
Shaper: Carlos Roberto L'Astorina
Música: Diane Krawl
Filme: Missão Impossível
Livro: Transição Planetária
Comida: Peixe na Brasa e frutas
Time de futebol: Flamengo

MARACA SURFANDO (4)

- Por: Dulce Tupy e Alessandra Calazans
O apelido Maraca veio do amigo Tito Rosemberg, que do nome Rossini Maranhão, pegou Maranhão e começou a chama-lo de Maraca, antes mesmo do estádio Mário Filho ser chamado de Maracanã e depois simplesmente Maraca. Mas o fato é que, por causa dos dois Maracas, a Praia de Itaúna também passou a se chamar Maracanã do surfe. O surfista Maraca, um dos pioneiros do esporte, foi um dos primeiros brasileiros a surfar as ondas gigantes do Havaí. Foi também um pioneiro na produção do surfe profissional, promovendo campeonatos históricos em Saquarema. Agora, fazendo 50 anos de surfe, está na hora de contar sua história, ou seja a história do surfe desde que pisou pela primeira vez nas areias de Itaúna, rumo às ondas que têm fama de serem as mais perfeitas do mundo.
Maraca conta que era final de verão, água do mar azul, e o Armando Serra chegou ao Rio contando que tinha vindo pescar em Saquarema e visto boas ondas. Maraca, Tito Rosemberg e outras feras que já surfavam no Arpoador tomaram a iniciativa de conhecer o lugar. A casa de Patrícia Sampaio abrigou a galera em Saquarema, onde começaram a pegar onda na Barrinha. Desde então não deixaram mais de vir para Saquá. Hoje me considero saquaremense e carioca, apesar de ter nascido em Belém do Pará, confessa Maraca. Meu coração é 50% saquaremense, porque quando eu cheguei aqui e vi a onda maravilhosa eu gostei e não consigo morar em outro lugar, porque aqui tem onda boa, eu trabalho no dia em que não tem onda boa e, pego onda no dia que tem onda boa, em água quente de preferência, que água gelada nem pensar”, explica ele, uma verdadeira lenda do surfe nacional.
Toca Seabra e Maraca, o primeiro filme sobre surfe feito no Brasil.
Vivenciando o ponto alto de sua carreira, Maraca fala sobre o filme Nas ondas do surfe, que estreou em 1978, com excelente repercussão, lançado em rede nacional, com produção do Bruni e do próprio Maraca. Na mesma época, Maraca torna-se apresentador de um programa na TV Bandeirantes, chamado Surfe no Set, o primeiro na televisão sobre surfe, transmitido aos sábados, com audiência estimada em 400 mil telespectadores, o que era então extraordinário… Logo depois, veio o programa Realce, na Rede Record, seguido pelo Vibração, e mais tarde o programa Mapa da Saúde. Na Rede Globo, Maraca trabalhou também na área comercial, lançando jingles e campanhas, e na novela Top Model, em 1980, onde representava a si mesmo, atuando ao lado de Nuno Leal Maia, Zezé Polessa, Adriana Esteves e Evandro Mesquita, entre outros globais.
Entre os grandes eventos, fez a Copa CCE, com 80 mil pessoas, e o evento da Rádio Fluminense, com 30 mil pessoas, em Saquarema. Fez também o lançamento do Red Bull no Brasil. Trouxe o campeonato longboard internacional para Saquarema e fez o resgate do surfe, quando os grandes campeonatos estavam impedidos de se realizar por aqui, devido a irregularidades junto à FESERJ (Federação de Surf do Estado do Rio de Janeiro). Maraca trabalhou ainda para a vinda do mundial, o WCT, para Itaúna e promoveu, em 2011, a exposição da história do surfe em Saquarema na Pousada Espuma da Praia, durante o mundial WQS.
Cenas inéditas
Atualmente, o nosso surfista está envolvido com o lançamento de seu novo filme, que conta os 50 anos da história do surfe, com cenas inéditas das ondas de Itaúna, das ondas gigantes da Manitiba e de campeonatos memoráveis. Com participação da cantora saquaremense Érica, na trilha sonora, e produção de Luiz Ignácio, o filme resgata cenas totalmente inéditas. É uma memória fantástica! Foram feitas imagens de 2 anos de ondas impecáveis em Saquarema, com toda sua majestade: Itaúna gigante, a Barrinha perfeita, a Vila melhor que o Havaí, com filmagens aéreas, filmagens aquáticas, a Laje de Manitiba, com 8 pés com 18, de dentro do tubo, puxada pelo tow in, incluindo depoimentos de Evandro Mesquita, André de Biase, Mark Occhilupo, todos os pioneiros do surfe e os locais, fala Maraca. São grandes histórias; é a expressão máxima do surfe, garante ele, afirmando que nenhum programa de surfe chegou tão perto desta realidade. Na fase final da edição do filme, Maraca ainda deseja pôr em prática outros projetos como o Campeonato Mundial de Surfe de Surdos e Mudos e o Museu do Surfe.
E como atleta master, aos 64 anos, em recente entrevista para o programa Zona de Impacto, do canal Sport TV, junto ao campeão Lucas Silveira, de 17 anos, Maraca mostrou que ainda manda bem nas ondas. O programa promoveu o encontro de duas gerações de grandes surfistas, nas ondas perfeitas de Itaúna. Maraca resume: foi um momento grato no Maracanã do Surfe. Ao contar a história dos 50 anos do surfe, Maraca revela como o esporte tornou-se marca registrada do município, nacional e internacionalmente. É a grande referência esportiva da cidade.


Ícone do surfe filma a história dos 50 anos do esporte em Saquarema


Pioneiro do surfe, Rossini Maraca resgata a trajetória do surfe. (Foto: Dulce Tupy)
Por: Dulce Tupy e Alessandra Calazans
O apelido Maraca veio do amigo Tito Rosemberg, que do nome Rossini Maranhão, pegou Maranhão e começou a chama-lo de “Maraca”, antes mesmo do estádio Mário Filho ser chamado de Maracanã e depois simplesmente “Maraca”. Mas o fato é que, por causa dos dois “Maracas”, a Praia de Itaúna também passou a se chamar “Maracanã do surfe”. O surfista Maraca, um dos pioneiros do esporte, foi um dos primeiros brasileiros a surfar as ondas gigantes do Havaí. Foi também um pioneiro na produção do surfe profissional, promovendo campeonatos históricos em Saquarema. Agora, fazendo 50 anos de surfe, está na hora de contar sua história, ou seja a história do surfe desde que pisou pela primeira vez nas areias de Itaúna, rumo às ondas que têm fama de serem as mais perfeitas do mundo.
Maraca conta que era final de verão, água do mar azul, e o Armando Serra chegou ao Rio contando que tinha vindo pescar em Saquarema e visto boas ondas. Maraca, Tito Rosemberg e outras feras que já surfavam no Arpoador tomaram a iniciativa de conhecer o lugar. A casa de Patrícia Sampaio abrigou a galera em Saquarema, onde começaram a pegar onda na Barrinha. Desde então não deixaram mais de vir para Saquá. “Hoje me considero saquaremense e carioca, apesar de ter nascido em Belém do Pará”, confessa Maraca. “Meu coração é 50 % saquaremense, porque quando eu cheguei aqui e vi a onda maravilhosa eu gostei e não consigo morar em outro lugar, porque aqui tem onda boa, eu trabalho no dia em que não tem onda boa e, pego onda no dia que tem onda boa, em água quente de preferência, que água gelada nem pensar”, explica ele, uma verdadeira lenda do surfe nacional.

Toca Seabra e Maraca, o primeiro filme sobre surfe feito no Brasil.
Vivenciando o ponto alto de sua carreira, Maraca fala sobre o filme “Nas ondas do surfe”, que estreou em 1978, com excelente repercussão, lançado em rede nacional, com produção do Bruni e do próprio Maraca. Na mesma época, Maraca torna-se apresentador de um programa na TV Bandeirantes, chamado “Surfe no Set”, o primeiro na televisão sobre surfe, transmitido aos sábados, com audiência estimada em 400 mil telespectadores, o que era então extraordinário… Logo depois, veio o programa “Realce”, na Rede Record, seguido pelo “Vibração”, e mais tarde o programa “Mapa da Saúde”. Na Rede Globo, Maraca trabalhou também na área comercial, lançando jingles e campanhas, e na novela Top Model, em 1980, onde representava a si mesmo, atuando ao lado de Nuno Leal Maia, Zezé Polessa, Adriana Esteves e Evandro Mesquita, entre outros globais.
Entre os grandes eventos, fez a Copa CCE, com 80 mil pessoas, e o evento da Rádio Fluminense, com 30 mil pessoas, em Saquarema. Fez também o lançamento do Red Bull no Brasil. Trouxe o campeonato longboard internacional para Saquarema e fez o resgate do surfe, quando os grandes campeonatos estavam impedidos de se realizar por aqui, devido a irregularidades junto à FESERJ (Federação de Surf do Estado do Rio de Janeiro). Maraca trabalhou ainda para a vinda do mundial, o WCT, para Itaúna e promoveu, em 2011, a exposição da história do surfe em Saquarema na Pousada Espuma da Praia, durante o mundial WQS.
Cenas inéditas
Atualmente, o nosso surfista está envolvido com o lançamento de seu novo filme, que conta os 50 anos da história do surfe, com cenas inéditas das ondas de Itaúna, das ondas gigantes da Manitiba e de campeonatos memoráveis. Com participação da cantora saquaremense Érica, na trilha sonora, e produção de Luiz Ignácio, o filme resgata cenas totalmente inéditas.
“É uma memória fantástica! Foram feitas imagens de 2 anos de ondas impecáveis em Saquarema, com toda sua majestade: Itaúna gigante, a Barrinha perfeita, a Vila melhor que o Havaí, com filmagens aéreas, filmagens aquáticas, a Laje de Manitiba, com 8 pés com 18, de dentro do tubo, puxada pelo “tow in”, incluindo depoimentos de Evandro Mesquita, André de Biase, Mark Occhilupo, todos os pioneiros do surfe e os locais”, fala Maraca. “São grandes histórias; é a expressão máxima do surfe”, garante ele, afirmando que nenhum programa de surfe chegou tão perto desta realidade. Na fase final da edição do filme, Maraca ainda deseja pôr em prática outros projetos como o Campeonato Mundial de Surfe de Surdos e Mudos e o Museu do Surfe.
E como atleta master, aos 64 anos, em recente entrevista para o programa Zona de Impacto, do canal Sport TV, junto ao campeão Lucas Silveira, de 17 anos, Maraca mostrou que ainda manda bem nas ondas. O programa promoveu o encontro de duas gerações de grandes surfistas, nas ondas perfeitas de Itaúna. Maraca resume: “foi um momento grato no Maracanã do Surfe”. Ao contar a história dos 50 anos do surfe, Maraca revela como o esporte tornou-se marca registrada do município, nacional e internacionalmente. “É a grande referência esportiva da cidade”.

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