Livro: Os Carneiro de Mendonça
Bacharelou-se pela Faculdade de Direito de Minas Gerais, em 24 dez 1922, após ter custeado seus estudos como funcionário da Rede Mineira de Viação, na Estrada de Ferro Oeste de Minas. Conseguiu conciliar a advocacia e o jornalismo, assumindo em 1925 a direção da sucursal dos Diários Associados em MG e colaborando também no Estado de Minas e no Diário de Minas. Em 1932 foi nomeado Advogado Geral do estado de Minas Gerais, cargo do qual se afastou em 1933 para ser membro do Conselho Consultivo do Estado. Eleito deputado em 1934 foi relator do anteprojeto da Constituição Mineira promulgada em 1935. Em 1937 voltou à advocacia na Caixa Econômica Federal. Foi destituído desta função em 1944 como punição por haver assinado o Manifesto dos Mineiros, contra o Estado Novo, do qual foi um dos principais redatores. Membro da Academia Mineira de Letras na cadeira de Lindolfo Gomes. Foi um dos fundadores da seção mineira da Ordem dos Advogados tento sido seu secretário e depois seu presidente. Foi também presidente do Instituto de Advogados de Minas Gerais. Professor de ciência política da faculdade de filosofia da Universidade de Minas Gerais. Co-fundador da faculdade de direito da Universidade Católica onde lecionou direito constitucional. Foi candidato derrotado à vice-presidência da República em 1955 e em 1960, nas chapas de Juarez Távora e Jânio Quadros, respectivamente. Jornalista militante, escreveu ensaios sobre temas literários e históricos, sobretudo na década de 1920. A vida política brasileira teve nele um dos seus grandes líderes democráticos. Homem de grandes virtudes, é dos grandes nomes que a história deve lembrar por caráter e atitudes que a um político muitas vezes faltam. Foi sempre sensível às reivindicações sociais. Como governador de Minas Gerais solucionou uma das mais longas greves da história do sindicalismo no Brasil. Convocou seu secretariado, que por decisão da maioria sugeriu enviar força policial para reprimir o movimento em que os trabalhadores pleiteavam o pagamento de salários atrasados. Depois de ouvir a sugestão, repeliu-a energicamente com uma frase que ficaria famosa “Em vez de enviar a polícia, por que não enviamos o trem pagador, com os atrasados?” O seu exemplo deveria servir de modelo à juventude pelo amor à liberdade, nunca transigindo em defesa da democracia, nunca aceitando barganha política nem cargos públicos, a não ser os de representante de seu Estado. O brigadeiro Eduardo Gomes, seu grande amigo e companheiro de lutas democráticas, declarou no seu velório: “Milton Campos pôde prestar a Minas e ao Brasil os melhores serviços, graças a sua cultura invejável, ao seu caráter, ao seu patriotismo e ao seu acendrado amor à democracia”.
Mandatos
Deputado estadual 1935 - 1937; deputado federal - 1946 - 1947; governador de Minas Gerais - 1947 - 1951; deputado federal - 1955 - 1959; senador - 1959 - 1964; 1965 - 1967; 1967 - 1972
Cargos Públicos
Advogado Geral do Estado (1932) e Presidente do Conselho Consultivo do Estado
Advogado da Caixa Econômica Federal de Minas Gerais (1937)
Ministro de Estado da Justiça e Negócios Interiores (1964)
Publicações
- Compromisso democrático, Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, 1951
- Limites: Minas Gerais / Espírito Santo. Colaboração de Benedito Quintino dos Santos, Belo Horizonte, Imprensa Oficial de Minas Gerais, 1946.
- Estudo sobre o funcionamento dos Parlamentos da Grã-Bretanha, República Federal Alemã, França, Itália, Estados Unidos da América, México e Peru. Colaboração de Nelson Carneiro. Brasilia, Senado Federal, 1966.
- Ensino da Língua Portuguesa nas Escolas Mineiras, Belo Horizonte, Imprensa Oficial, 1949
Testemunhos e Ensinamentos, Prefácio de Gontijo de Carvalho, Rio de Janeiro, J. Olympio, 1972 (Póstumo)
Ascendência
- seu pai foi presidente do Tribunal de Apelação de MG.
- Clique aqui para outras informações em www.parentesco.com.br