História de João Carlos Palhares


ca 1809 - Galega do Ribatejo (Montijo) . depois 23-1-1870 [idade: 61 anos]

   NOTAS


Livro: Queiroz, Borges da Costa, Machado & Palhares - Genealogia e Histórias

- Apesar de documentos familiares mencionarem que "os Palhares chegaram ao Brasil em 1827 na Galera Taparica", não consegui confirmar essa informação. 

- Negociante, que ficou riquíssimo e foi dono de Santa Tereza.

- Sirgueiro da Casa Imperial, rua do Ouvidor, 45 (Almanak Adm, Merct e Indl do Rio de Janeiro, 1944 a 1860)

- Seu casamento, com sua sobrinha, filha de seu irmão Joaquim José Palhares (segundo do nome), foi em casa de seu também irmão, José Maria Palhares, dispensado primeiro grau misto com segundo [permissão para casamento entre parentes consanguíneos: nesse caso casamento com sua sobrinha].

- No auge de sua fortuna instalou-se no palacete da rua Santo Amaro 38, onde depois funcionou o Club High Life. Seu sócio João Soares morava em frente numa casa com um torreão. 

 

- Em 27 mar 1839 [O Despertador] Tendo que ir ao Rio Grande a negócios, deixa José Maria Palhares (seu irmão), encarregado de sua casa e todos os seus negócios.

- Em 1 abr 1842 [Diário do Rio de Janeiro] Compra, por conta do Sr. Luiz Gomes da Cunha e da Sra. D. Angélica do Amor Divino (da província do Rio Grande) um bilhete  n. 1141 da 2a. loteria, em benefício da construção e reparo das matrizes da província do Rio de Janeiro [prática na época, como garantia, a publicação de anúncio com a informação sobre a compra de bilhetes em nome de terceiros].

- Em 26 jun 1844 [Diário do Rio de Janeiro] Doação de 30$ contos de réis para a subscrição promovida pelas irmandades do Santíssimo Sacramento e do Patriarca São José, para com o seu produto comprarem um órgão para as duas irmandades.

- Em 22 out 1845 [Diário do Rio de Janeiro] Posse na Comissão de Contas da Imperial Sociedade Amante da Instrução para servir de 1 out 1845 a 30 set 1846, sendo seu endereço na rua dos Ourives, 83. Em 27 jun 1846 [Diário do Rio de Janeiro] notícia da sua reeleição.

- Em 1845 [Almanak Administrativo Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro], sirgueiro da Casa Imperial [sirgueiro ou serigueiro: que trabalha em obras de fio e cordões de seda ou lã; que fabrica ou vende fios, tecidos ou obras de seda; que faz obras de seda; passamaneiro] na rua do Ouvidor 45.

- Em 1846 [Almanak Administrativo Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro] João Carlos Palhares, rua dos Ourives, 83, conselheiro da Imperial Sociedade Amante da Instrução; sirgueiro da Casa Imperial, rua do Ouvidor, 45.

- Em 1847 [Almanak Administrativo Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro], sigueiro da Casa Imperial, rua do Ouvidor, 45.

- Em 1848 [Almanak Administrativo Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro], sigueiro da Casa Imperial, rua do Ouvidor, 45.

- Em 1847 [Almanak Administrativo Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro], segundo secretário da Sociedade Filarmônica, sendo seu endereço na rua do Ouvidor 45.

- Em 1848 [Almanak Administrativo Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro], segundo secretário da Sociedade Filarmônica, sendo seu endereço na rua do Ouvidor 45

- Em 29 set 1848 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] Recebimento do Arsenal de Guerra da Corte, o valor de 259$200 réis de gêneros vendidos. 

- Em 25 nov de 1848 [Diário do Rio de Janeiro] Recebimento do Arsenal de Guerra da Corte, o valor de 228$600 réis de gêneros vendidos.

- Em 1848 [Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro], na lista dos sócios beneméritos e benfeitores da Imperial Sociedade Amante da Instrução, com endereço na rua dos Ourives.

- Em 1849 [Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro], na lista dos sócios beneméritos e benfeitores da Imperial Sociedade Amante da Instrução, com endereço na rua dos Ourives; segundo secretário da Sociedade Filarmônica, localizada na rua do Conde 10 e ele à rua do Ouvidor 45, endereço onde também aparece como sirgueiro da Casa Imperial.

- Em 16 jan 1849 [Diário do Rio de Janeiro] Expediente do dia 4 jan do Ministério da Guerra , ao Inspetor da Pagadoria das Tropas da Corte, mandando pagar a João Carlos Palhares a quantia de 1:674$500 réis de fazendas que vendeu ao Arsenal de Guerra da Corte.

- Em 6 fev 1850 [Diário do Rio de Janeiro] Expediente do dia 26 jan do Ministério da Guerra ao Inspetor da Pagadoria das Tropas da Corte, para pagar a João Carlos Palhares a quantia de 500$ réis de provenientes de gêneros que vendeu ao Arsenal de Guerra da Corte.

- Em 4 mar 1850 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] Recebimento do Arsenal de Guerra da Corte, o valor de 500$000 réis de gêneros vendidos.

- Em 1850 [Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro] Na lista dos Sócios Beneméritos da Imperial Sociedade Amante da Instrução, e especialmente reconhecido como um dos 10 Benfeitores, por terem servido de Mordomo do colégio no primeiro ano de sua existência, sustentando à sua custa as órfãs, com o que despenderam a quantia de Rs 2:419$270, na rua dos Ourives, onde no número 45, aparece como sirgueiro da Casa Imperial. Neste mesmo endereço, aparece como Fiscal da Sociedade Recreação Campestre, situada à Praça da Aclamação 9, no Paraiso.

Em 1851 [Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro], fiscal da Sociedade Recreação Campestre, situada à Praça da Aclamação 9, no Paraiso, com endereço na rua do Ouvidor, 45; sirgueiro da Casa Imperial, rua do Ouvidor 45.

- Em 2 abr 1851[Diário do Rio de Janeiro], solicitação ao Inspetor da Pagadoria de pagamento de uniformes que forneceu ao 6 Batalhão de Caçadores do Ministério da Guerra.

- Em 14 mai 1851 [Diário do Rio de Janeiro] Expediente do dia 28 abr do Ministério da Guerra ao Inspetor da Pagadoria das Tropas da Corte, para pagar a João Carlos Palhares a quantia de 1:781$300 réis de provenientes de gêneros fornecidos ao Arsenal de Guerra da Corte.

- Em 1852 [Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro] Na lista dos Sócios Beneméritos e Benfeitores da Imperial Sociedade Amante da Instrução, com seu endereço na rua dos Ourives, no número 45, aparece como sirgueiro da Casa Imperial.  Aparece também como Conselheiro de Mesa da Administração da Imperial Irmandade do Senhor dos Passos.

- Em 6 mar 1852 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] Devoção - A mesa administrativa da Irmandade de São José, tendo de celebrar a festa do seu glorioso patriarca, no dia 19 do corrente, com o novenário do costume, que começará no dia 10, previne aos fiéis que pelo breve pontifício de sua Santidade Pio VIII é concedida indulgência plenária a todos os fieis que devotamente visitarem e orarem na dita igreja desde as primeiras vésperas até o por do sol do dia da festa, e na ante-sacristia os caríssimos irmãos e devotos acharão o irmão tesoureiro com os livros competentes para o recebimento de anuais, joias e esmolas em todas as novenas e no dia da festa. No impedimento do secretário, o tesoureiro, João Carlos Palhares.

- Em 29 ago 1852 [O Grito Nacional] Tapeceiro.

- Em 1853 [Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro] sirgueiro da Casa Imperial, à rua do Ouvidor, 45.

- Em 1853 [Relatório do Ministério da Guerra] Correames [conjunto de correias, particularmente as do uniforme militar] mandados comprar por aviso de 21 jan do corrente ano, entrados nos Armazéns da 1 classe deste Arsenal: fornecedor João Carlos Palhares: para fuzileiros, menos bainhas de baionetas, escovinhas e chapas: 300;  para caçadores, menos bainhas e escovinhas: 300; para cavalaria, menos escovinhas: 500; bainhas de baionetas: 2,000. 

- Em 8 mar 1853 [Diário do Rio de Janeiro] O conselho administrativo para fornecimento do Arsenal de Guerra da Corte, publica que em 3 do corrente mês aceitou as seguintes propostas: entre outras a do Sr. João Carlos Palhares para a venda de 480 cascos de barretinas [cascos ou barretinas: capacetes] para soldados de cavalaria, sem ferragens, por 3$600 cada uma.

- Em 24 maio 1853 [Diário do Rio de Janeiro] O conselho administrativo para fornecimento do Arsenal de Guerra da Corte anuncia que em seção de 6 de maio aceitou a proposta de João Carlos Palhares de 50 covados [antiga unidade de medida de comprimento equivalente a três palmos, ou seja, 0,66m] de oleado preto a 650 réis o covado. 

- Em 3 jul 1853 [Diário do Rio de Janeiro] O conselho administrativo para fornecimento do Arsenal de Guerra da Corte anuncia que aceitou a proposta de João Carlos Palhares de 60 covados de oleado preto a 650 réis, 1000 pastas de algodão, cada uma 140 réis.

- Em 16 nov 1853 [Diário do Rio de Janeiro] O conselho de administração de Marinha, que contratou durante as sessões do mês pp. com os indivíduos abaixo declarados o seguinte: com João Carlos Palhares bonés de pano com chapas a 2$300 réis.

- Em 15 dez 1853 [Diário do Rio de Janeiro] O conselho administrativo para fornecimento do Arsenal de Guerra da Corte faz público que comprou os objetos adiante declarados: a João Carlos Palhares, 54 varas [antiga unidade de medida de comprimento equivalente a cinco palmos, ou seja, 1,10 m] de galão de prata de capitão e 67 1/2 varas de dito dito de alferes, a 5$ a onça [unidade inglesa de medida de massa].  

- Em 1854 [Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro] Na lista dos Sócios Beneméritos e Benfeitores da Imperial Sociedade Amante da Instrução, na rua dos Ourives; sirgueiro da Casa Imperial, na rua do Ouvidor, 45.

- Em 17 mar 1854 [Diário do Rio de Janeiro] O conselho administrativo para fornecimento do Arsenal de Guerra da Corte, faz público que nas sessões abaixo mencionadas comprou os objetos adiante declarados: dia 22 fev - a João Carlos Palhares, 2,000 pares de luvas de camurça a 900 réis o par.

- Em 21 jul 1854 [Diário do Rio de Janeiro] O conselho administrativo para fornecimento do Arsenal de Guerra da Corte faz público que nas sessões abaixo declaradas comprou os objetos adiante mencionados: 1 jun -  a João Carlos Palhares, 32 varas de galão de ouro de alferes, oitava a 590 réis; 209 1/4 oitavas de dito de prata com 6 linhas de largura a 480 réis. 27 jun - a João Carlos Palhares: 70 pares de luvas de camurça branca a 800 réis o par; 83 ditos de platina para o 1 de Infantaria a 560 réis.

- Em 22 ago 1854 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] O conselho administrativo, para fornecimento do Arsenal de Guerra da Corte, faz público que em sessões abaixo declaradas comprou os objetos adiante mencionados: 7 jul - a João Carlos Palhares: 190 covados de oleado preto, covado a 590 réis; 424 borlas para bonés para o 3 Batalhão de Infantaria a 160 réis; 485 ditas para ditos para o 4 dito de Infantaria a 160; 477 ditas para ditos para o 6 dito de Infantaria a 160; 550 ditas para ditos para o 7 dito de Infantaria a 160. 

- Em 13 set 1854 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] O conselho administrativo para o fornecimento do Arsenal de Guerra da Corte faz público que em sessões abaixo declaradas comprou os objetos adiante mencionados: a João Carlos Palhares: 3 ago - 693 bonés para os 3, 4 e 6 Batalhões de Infantaria..2$800; 18 covados de oleado preto = 600; 44 pares de dragonas [peça metálica ornada com franjas de fios de seda ou ouro usada como distintivo no ombro do uniforme militar]  para artífices = 3$000, 2 divisas de galão de ouro para sargentos = 6$000; 4 ditas de dito dito para 2 ditos = 5$000; 2 ditas de dito dito para furrieis [posto nas forças armadas de vários países, correspondente a  sargento] = 4$000; 113 folhas de papelão a 240.

- 1855 [Almanak Administrativo Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro] Na lista dos Sócios Beneméritos e Benfeitores da Imperial Sociedade Amante da Instrução; como sirgueiro da Casa Imperial, na rua do Ouvidor 45; conselheiro de Mesa da Administração da Imperial Irmandade dos Passos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

- Em 19 jan 1855 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] O conselho administrativo para fornecimento do Arsenal de Guerra da Corte faz público que nas sessões abaixo mencionadas comprou os objetos seguintes: a João Carlos Palhares: 4 dez - 192 barretinas [cobertura para a cabeça, alta, de formas variadas e geralmente usada por militares] prontas para o 1 Batalhão de Infantaria a 6$500.

- Em 18 abr 1855 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] O conselho administrativo para fornecimento do Arsenal de Guerra da Corte faz público que nas sessões abaixo mencionadas comprou os objetos seguintes: a João Carlos Palhares: 1 mar - 2.400 varas de cordão de lã preta - 30; 3,080 varas de cordão de lã encarnada = 30; 1,200 boldriés [correia de couro que os militares usam a tiracolo para suspender a espada ou segurar a bandeira; cinturão, talabarte] de couro branco com cartucheira, abas e coldres de dito, abas e capeladas [peça de couro que cobre a boca dos coldres] de couro envernizado a 5$000; 1200 carteiras de sola a 1$400; 2,400 correias de couro branco com francelete a 240.

- Em 03 jul 1855 [Diário do Rio de Janeiro] Na relação das pessoas que foram contempladas com ações da Estrada de Ferro de D. Pedro II, com 10 ações.

- Em 13 set 1855 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] O conselho administrativo para fornecimento do Arsenal de Guerra da Corte faz público que nas sessões abaixo mencionadas comprou os objetos seguintes: a João Carlos Palhares: 3 pares de máscaras de espada, par 12$000; 3 pares de luvas de espada com guarda de sola a 4$000; 700 pares de luvas de camurça a $900; 400 bandas de lã para inferiores a 3$500.

- Em 16 out 1855 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] Em Santo Amaro da Glória: o lindo terreno, obras e benfeitorias em frente à chácara do Dr. João Carlos Palhares, pretende o proprietário dele ocupá-lo com pequenas casas para pequeno dinheiro, deixará porém o mesmo de as fazer ali e sim em outro igual terreno que tem se este for pretendido por alguém para nele se construírem bons prédios, mediante 20:000$, preço que ele, proprietário, julga o custo do terreno, obras, benfeitorias e juros do seu dinheiro por espaço de 3 anos. O proprietário tem feito grandes despesas em preparar os seus terrenos para neles fazer casas iguais às que tem feito, senão melhores, quando isso lhe fosse possível, aparece porém o convite no Mercantil (nota: matéria no Correio Mercantil de 2 out 1855 intitulada Casas para a Pobreza), para que se façam casas para a pobreza em lugares saudáveis, isto é, em terrenos ricos. O proprietário aceita o convite e de pronto está edificando para que entende que concilia o seu interesse com mais algum recurso para aquela classe, restando-lhe o pesar de não poder em tudo acompanhar o seu conselho, porque quanto ao modo de construção depende não só das disposições dos terrenos, como das circunstâncias dos empresários que se habituam a aventurar somente o se um satisfazendo o seu gênio.

- Em 1856 [Almanak Administrativo Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro] Relação dos peritos ou práticos do comércio para servirem de árbitro nos termos dos regulamentos n. 371 de 17 nov 1844 e n. 689 de 30 jul 1850 na Alfândega do Rio de Janeiro: undécima seção, obras de sirgueiro: entre outros, João Carlos Palhares; nesse ano seu nome aparece também como Conselheiro de Mesa da Imperial Irmandade dos Passos de Nosso Senhor Jesus Cristo; e como sirgueiro da Casa Imperial, estabelecido na rua do Ouvidor 45.

- Em 1856 [Auxiliador da Administração do Correio da Tarde] Endereço na rua do Ouvidor, 45.

- Em 25 fev 1856 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] Compra, por ordem do Sr. Paulo Joaquim Telles Junior, de Maceió, um meio bilhete  de n. 5420 da 20a. loteria, em benefício das obras da Casa de Correção da Corte, bilhete em poder do anunciante).

- Em 14 mar 1856 [Diário do Rio de Janeiro] Na lista das pessoas que subscreveram para a estátua equestre do Sr. Dom Pedro I [A estátua equestre de Dom Pedro I localiza-se na Praça Tiradentes, no centro da cidade do Rio de Janeiro, RJ. O monumento foi erguido por iniciativa de Pedro II do Brasil, em homenagem à proclamação da Independência do país, com projeto do artista brasileiro João Maximiano Mafra. As esculturas em bronze foram executadas e fundidas em Paris por Louis Rochet. A inauguração teve lugar em 30 de março de 1862, com um grande concerto público, do qual participaram 600 músicos sob a regência do maestro Francisco Manuel da Silva. Neste foi tocado o Hino da Independência do Brasil, de autoria do próprio Pedro I do Brasil. No conjunto encontram-se representadas as províncias brasileiras à época, e os quatro grandes rios nacionais - Amazonas, Madeira, São Francisco e Paraná. Nas alegorias estão figurados indígenas e diversas espécies de animais - antas, tatus, tamanduás - assim como gárgulas douradas e diversos outros motivos decorativos] João Carlos Palhares = 100$000.

- Em 13 out 1856 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] O conselho administrativo para fornecimento do Arsenal de Guerra da Corte faz público que nas sessões abaixo mencionadas comprou os objetos seguintes: a João Carlos Palhares: 20 set - 50 peças de transelim [transelim preto para obras de alfaiates; três voltas de translim com uma medalha; um transelim grosso para senhora] de seda preta, vara a $140; 113 covados de casemira branca a 1$750; 30 set - 4 pares de platinas com meia lua de metal para o batalhão de engenheiro, a 6$000; 27 pares de charlateiras [espécie de dragona de metal dourado e sem franjas de certos uniformes militares]  para músicos do 1 de Infantaria a 6$800; 2 ditos de ditas para sargento ajudante quartel mestre a 6$000; 1 alamar [peça do uniforme militar, formada por cordões entrelaçados e usada, em certas corporações, pelos oficiais de estado-maior e ajudantes-de-ordens; o substantivo comum singular "alamar" deriva do árabe al-Hamára: linha de pesca ou enfeite de vestuário] para o mestre da música; 208 pares de dragonas para artilharia a pé, a 9$000.

- Em 1857 [Almanak Administrativo Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro] Relação dos peritos ou práticos do comércio para servirem de árbitro nos termos dos regulamentos n. 371 de 17 nov 1844 e n. 689 de 30 jul 1850 na Alfândega do Rio de Janeiro: undécima seção, obras de sirgueiro: entre outros, João Carlos Palhares; nesse ano seu nome aparece também como Conselheiro de Mesa da Imperial Irmandade dos Passos de Nosso Senhor Jesus Cristo; e como sirgueiro da Casa Imperial, estabelecido na rua do Ouvidor 45.

- Em 1 fev 1857 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] Na sessão da Câmara Municipal o vereador Haddock requeriu que o procurador proceda com toda a urgência às seguintes diligências, entre outras, convidar o Sr. João Carlos Palhares para que dentro do prazo de 8 dias venha tirar o título pelas terras que comprou a Guedes Pinto.

- Em 26 fev 1857 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] Juramento de obediência e fidelidade à constituição e às leis do Império por João Carlos Palhares, em 25 fev 1857 [naturalização].

- Em 9 mar 1857 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] O conselho administrativo para fornecimento do Arsenal de Guerra da Corte faz público que nas sessões abaixo mencionadas comprou os objetos seguintes: a João Carlos Palhares: 20 fev - 1 par de dragonas para o mestre da música por 70$000; 2 pares de ditas para o sargento ajudante e quartel-mestre por 28$000; 27 pares de charlateiras para os músicos do 4 batalhão de Infantaria a 8$500.

- Em 22 abr 1857 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] O conselho administrativo para fornecimento do Arsenal de Guerra da Corte faz público que nas sessões abaixo mencionadas comprou os objetos seguintes: a João Carlos Palhares: 27 mar - 100 bandas de lã para inferiores a 4$000.

- Em 18 set 1857 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] O conselho administrativo para fornecimento do Arsenal de Guerra da Corte faz público que nas sessões abaixo mencionadas comprou os objetos seguintes: a João Carlos Palhares: 17 ago - 2 pares de dragonas de cachos de seda amarela com meia lua e chapas dourada para os sargentos ajudante e quartel-mestre, a 30$000; 1 par de dita para o mestre da música com cachos de prata, meia lua e chapas prateada, por 70$000; 1 dito de dita para o tambor-mor, por 70$000; 26 ditos de dita de franja de prata para músicos a 42$000; 1530 varas de cordão de retrós preto a 240 réis; 123 varas de galão de prata para capitão, onça 5$120; 87 1/2 covados de oleado preto a 640 réis.

- Em 19 out 1857 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] O conselho administrativo para fornecimento do Arsenal de Guerra da Corte faz público que nas sessões abaixo mencionadas comprou os objetos seguintes: a João Carlos Palhares: 16 set - 549 pares de dragonas para soldados do 1 batalhão de artilharia a pé, a 6$.

- Em 21 nov 1857 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] O conselho administrativo para fornecimento do Arsenal de Guerra da Corte faz público que nas sessões abaixo mencionadas comprou os objetos seguintes: a João Carlos Palhares: 6 out - 75 covados de oleado preto a 640 réis; 

- Em 29 nov 1857 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] Notícia do agradecimento dos moradores do morro de Paula Mattos e Neves, sobre o fato de que no próximo dia 2 dez  correrá pela primeira vez água emanada dos canos da Carioca nos morros referidos, devendo-se esse fato ao governo imperial, ao inspetor geral das obras pública e João Carlos Palhares a brevidade com que se concluiu o resto do encanamento com que muito contribuirão todos em benefício dos moradores daquelas localidades e principalmente da classe pobre.

- Em 1858 [Almanak Administrativo Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro] sirgueiro da Casa Imperial, residente na rua do Ouvidor, 45.

- Em 28 jan 1858 [Diário de Rio de Janeiro] Mapa dos estrangeiros naturalizados que no ano de 1857 fizeram declarações na ilustríssima Câmara Municipal da Corte, publicado em observância do art. 11 da carta de lei de 23 out 1832: João Carlos Palhares, natural de Portugal, 47 anos, negociante, casado.

- Em 20 fev 1858 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] O conselho administrativo para fornecimento do Arsenal de Guerra da Corte faz público que nas sessões abaixo mencionadas comprou os objetos seguintes: a João Carlos Palhares: 21 jan - a João Carlos Palhares: 114 pares de platinas para o 1 regimento de artilharia a cavalo, a 1$500.

- Em 27 jun 1858 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] A ilustríssima Câmara Municipal desta Corte nomeou aos abaixo assinados para, em comissão, encarregarem-se de pedir aos residentes e proprietários da freguesia de Nossa Senhora da Glória  o contribuírem para a demolição das casinhas térreas no largo da Glória, em frente à nova praça do mercado, o que não só serve para aformosear aquele bairro, como aumenta os seus logradouros públicos. A comissão publicando os nomes daqueles senhores e as quantias com que generosamente contribuíram, prevalece-se da ocasião para lhes dirigir os seus votos cordiais de agradecimento. Rio de Janeiro, 25 jun 1858 Dr. I B Vieira Cajueiro, Leopoldo A de Cama Lima e João Carlos Palhares

João Carlos Palhares - 100$000

José Maria Palhares - 50$000

José Borges da Costa - 25$000

- Em 2 jul 1858 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] Crônica judiciária, terceiro julgamento,  ferimento leve: No dia 8 de janeiro do ano passado, pelas 4 horas da tarde, na chácara do Sr. João Carlos Palhares, no morro de Santa Thereza, deu-se um conflito entre Nicolau Pereira Dias de Oliveira, administrador, e João de Medeiros, trabalhador da mesma chácara.

- Em 11 out 1858 [Correio Mercantil e Instrutivo, Político, Universal] O conselho administrativo para fornecimento do Arsenal de Guerra da Corte faz público que nas sessões abaixo mencionadas comprou os objetos seguintes: a João Carlos Palhares: 20 set - 846 mantas de lã a 1$800. 28 set - 60 varas de galão de ouro para alferes, onça 5$300.

- Em 21 out 1858 [Correio da Tarde] Tendo os Srs. Joaquim da Fonseca Guimarães e João Carlos Palhares contratado com a Câmara Municipal o calçamento da rua de Dona Luiza [começa na rua da Glória e vai terminar na do Aqueduto no morro de Santa Tereza. Depois rua Cândido Mendes], acabam eles de concluir esta empresa de modo mais satisfatório. No domingo próximo, a Câmara irá ali à convite dos empresários ver o estado da dita rua, cujo calçamento estende-se até o alto de Santa Teresa em uma distância de mais de 500 braças, fazendo-se cortes no morro e paredões que tem de altura mais de 70 braças; e a obra foi tão bem traçada e dirigida que pode-se subir não somente em carros, mas também em gôndolas [chamava-se gôndola a uma bizarra carimpana armada sobre um estrado de camião - carro grande em que se transportam bagagens etc nas estações de caminho de ferro - e puxada por parelhas de bestas podendo receber até nove passageiros, quatro em cada lado e um nos fundos. O centro do carro era destinado ao transporte de bagagem, de modo que frequentemente se gozava da amável companhia dos leitões, dos perus e das galinhas e frango] até o encanamento. é este um grande benefício que com o maior zelo e muito dispêncio seu fizeram os ditos Srs. no novo bairro de Santa Teresa, donde em breve se estenderá uma rua que chegará até o Catumbi e dará passagem fácil aos carros e gôndolas. As edificações por aqueles sítios vão tendo um grande incremento; e Santa Tereza que como bem dizemos vai-se tornar um novo bairro, ficará sendo uma espécie de vila cuja moradia muito saudável se tornará ainda mais aprazível do que já é.

- Em 1 dez 1858 [Diário do Rio de Janeiro] Manifestos de importação: galera francesa, Vila Rica, do Havre - 1 caixa de encerados a João Carlos Palhares.

- Em 1859 [Almanak Administrativo Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro] Tesoureiro da Imperial Irmandade de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, com endereços na rua de Santo Amaro, 4 ou rua do Ouvidor, 45; sirgueiro da Casa Imperial com endereço na rua do Ouvidor, 45.

-- Em 1860 [Almanak Administrativo Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro] Na relação dos peritos ou práticos do comércio para servirem de árbitro nos termos dos regulamentos n. 371 de 17 nov 1844 e n. 689 de 30 jul 1850 na Alfândega do Rio de Janeiro: undécima seção, obras de sirgueiro: entre outros, João Carlos Palhares; nesse ano seu nome aparece também como sirgueiro da Casa Imperial, estabelecido na rua do Ouvidor 45

- Em 21 jun 1860 [O Regenerador] Domingo, 17 do corrente, teve lugar a reunião dos principais proprietários e habitantes do morro de Santa Teresa, a fim de elegerem a mesa que tel de levar a efeito a construção de uma capela onde os moradores daquele tão populoso bairro, encontrem os socorros espirituais da nossa igreja e procedendo-se à eleição, ficou a mesa composta da seguinte maneira: entre outros, Procurador, o Sr. João Carlos Palhares.

- Em 8 out 1860 [Correio da Tarde] Por esta repartição se previne que em cumprimento do aviso do ministério do império de 10 de maio do corrente ano, se vai trancar os registros de penas d'água [a pena d'água estabelece um limite máximo de entrada de água no domicílio, e o consumidor tem que se ater a ele; para aproveitar o máximo de água, o consumidor deve ter uma caixa d'água que acumule os excessos instantâneos não gastos] concedidos aos Srs. abaixo relacionados, cujo prazo de arrendamento se acha vencido: entre outros, José Carlos Palhares -  Secretaria da inspeção geral das obras públicas, em 8 out 1860, o escrivão Bernardino Baptista Brasileiro.

- Em 1 dez 1860 [Correio Mercantil] O conselho administrativo para fornecimento do Arsenal de Guerra da Corte faz público que nas sessões abaixo mencionadas comprou os objetos seguintes: a João Carlos Palhares e Comp.: 3 nov 1860 - 18.000 varas de cadarço branco de algodão a 500 réis; 574 mantas azuis de algodão a 1$080. 13 nov 1860 - 100 braças de corda de linho para caixa de guerra a 1$920.

- Em 1861 [Almanak Administrativo Mercantil e Industrial do Rio de Janeiro] sirgueiro da Casa Imperial, estabelecido na rua do Ouvidor 45.

- Em 26 mar 1861 [Boletim do Expediente do Governo] Requerimento ao diretor do Arsenal de Guerra da Corte em que Luiz Alves Pereira Machado pede que seja aceita a porção de cadarço branco para cilhas [cinta, tira de pano ou de couro com que se aperta a sela ou a carga por baixo do ventre das cavalgaduras] mestras que João Carlos Palhares & C, hoje falidos, haviam contratado vender ao respectivo conselho administrativo, sujeitando-se o suplicante às mesmas condições a que se obrigaram os contratantes.

- Em 30 abr 1861 [Boletim do Expediente do Governo]  Notificação ao conselho administrativo do Arsenal de Guerra da Corte autorizando, em resposta ao seu ofício do dia 6 do corrente mês, a compra a Luiz Alves Pereira Machado de 18,000 varas de cadarço para cilhas ao preço de 500 réis, por que haviam sido contratadas com a casa Palhares & C, hoje falida.

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