História de Maria Clara de Carvalho Tolentino (Bi)


1878 . 1955 [idade: 77 anos]

   NOTAS


Livro: Os Carneiro de Mendonça

Carta enviada em 3 de janeiro de 1919 por Alberto Carneiro de Mendonça, para sua sobrinha Maria Clara de Carvalho Tolentino, que havia ficado viúva de Miguel da Silva Pereira em 23 de dezembro de 1918.

 

Maria, não te escrevi, não te visitei, mas estou certo que você não me terá feito a injúria de duvidar que foi com a alma que acompanhei a longa e dolorosa execução do seu calvário. Quando não fossem os ??? da sua afetuosa amizade, bastava-me olhar para um passado que já vai bem longe para eu sofrer pelos dois. Se o desmoronamento de um lar tão absolutamente feliz como era o seu causa estupor e inspira compaixão a um qualquer, quanto mais à gente do mesmo sangue e com tanta coisa ??? no passado.  Sempre te tive como uma mulher superior, a Didi sabe bem disso e é por isso que creio que em sua desgraça e emes esmagamento moral você pode ainda achar um jeito de ser feliz. Nenhuma maior homenagem você poderá prestar à memória do Miguel do que refugiar-se no amor dos filhos dele; ele não morreu para você e não morrerá também para os filhos.  Fia também no tempo, Maria, que há de fatalmente transformar sua dor em outro sentimento mais suave, também intenso mas não lancinante - a saudade, que é amiga e sempre consoladora mesmo quando evoca tristezas. Faço os melhores votos por você e pelos filhos e se algum dia eu te puder ser útil, você poderá dispor do tio e amigo que te abraça muito afetuosamente, Alberto 

Copyrigth © 2021 . Priscilla Bueno