Árvore genealógica de Zuleika Borges


avós
paternos
- + -
PAI
Eduardo Borges da Rocha
avós
maternos
- + -
MÃE
Adelaide Oliveira

IRMÃO(s)
Zuleika Borges
1890

Zuleika Borges
17-04-1890 - São Paulo (SP) (Brasil)
 † depois 1919 - Rio de Janeiro (RJ) (Brasil)
(idade: 29 anos)
 
CÔNJUGE(s)
Alberto de Queiroz
cc em 25-02-1908 - Rio de Janeiro (RJ)
sep - Rio de Janeiro (RJ)
22-11-1885 - Rio de Janeiro (RJ) (Brasil)
 †  03-10-1937 - Rio de Janeiro (RJ) (Brasil)

FILHO(s) de Zuleika Borges e Alberto de Queiroz
Zuleyde de Queiroz
12-12-1908 - Rio de Janeiro (RJ) (Brasil) . † 15-02-1928 - Rio de Janeiro (RJ) (Brasil) [idade: 20 anos]

   NOTAS


Livro: Queiroz, Borges da Costa, Machado & Palhares - Genealogia e Histórias

- Em carta de 1908 [de Laly para JJQJr] Tia Zuleyka (desculpe se estiver errado, mas não sei como se escreve) é linda e eu gostei muito dela.

- Em carta de 2 maio 1911 [de Laura para JJQJr] Fui com as duas [filhas Anna Amelia e Laly] almoçar hoje com a Zuleyka. O Alberto impagabilíssimo com a viagem e as observações de teu pai, pelas retiradas excessivas. Ele não quer compreender que essas observações são justas e só visam o seu bem futuro.

- Em carta de 22 out 1911 [JJQJr para Laura] O endereço da Zuleyka que tenho e que foi o que ultimamente me remetestes é o seguinte: 1 rue Newton - Av Marceau - Paris

- Em carta de 6 abr 1913 [Laura para JJQJr] Procura o Mon Ami Teddy, nas peças da Illustration e traz sim? Creio que temos aí a mesma peça em português publicada pela Ilustração Brasileira; se achares traz antes em português pois as manas estão me pedindo para avaliarem o sucesso da Zuleyka. Caso não aches em português, traz em francês mesmo.

- Em carta de 28 maio 1913 [JJQJr para Laura] Ao chegar aqui (Esperança) encontrei uma carta do Alberto que li de noite e queria mandar-te hoje, mas não sei onde a teria posto.  é uma carta muito interessante na qual ele me comunica que Zuleika deu para "fazer teatro"e que ia tomar parte em um espetáculo com atores da Comedie de uma peça em que ela era a protagonista feminina e Mr. qualquer coisa da Comedie, o protagonista masculino.  Essa peça ia à cena chez não sei quem!!! e em 30 maio 1913 [Laura para JJQJr] Achei também muito interessante a Zuleyka lançar-se en plein das le theatre (palavras do Alberto) e a continuação é esplêndida: o que muito lhe interessa neste momento!!!  O espetáculo não é, como julgaste ler, chez ninguém, é no Theatre de l'Athené. Imagina que sucesso!! Em fim é a vida moderna! Não achas bem melhor a nossa vida antiga?! Outra coisa curiosa que certamente notaste - ele não dá un mot sobre a filhinha! Sobra a volta em julho também não fala, com certeza tomaram de novo resolução de não efetua-la. Penso que é o melhor que eles tem a fazer.

- Em 11 fev 1914 [A Notícia] Tivemos o prazer de encontrar M. e Mme. Alberto de Queiroz. A graciosíssima senhora aproveitara-se da amenidade da temperatura, para descer da sua pitoresca e elegante residência do Cosme Velho, onde se acha desde o regresso da cura de repouso em Minas. E a cidade certamente se alegrou com a visita de uma das suas mais encantadoras habitantes do inverno.

- Em carta de 19 jun 1914 [JJQJr para Laura] Em Belo Horizonte vi, em um jornal de Mr. Gautherin, uma notícia social sobre o musicismo de Zuleika. é possível que ela ganhe dinheiro com o seu tango, principalmente se resolver dançar a sua composição. Seria qualquer coisa de "exquis" agradável ao paladar parisiense ver uma brasileirinha nos requebros voluptuosos do tango!

- Em 11 jul 1914 [A Notícia] Festival de 14 de julho - Promete revestir-se de grande brilhantismo o festival que a Liga Brasileira pelos Afiliados realiza no próximo dia 14, em honra da França. O nosso colega de imprensa Osório Duque Estrada submeteu à aprovação da Liga o seguinte programa para o festival: segunda parte - III - Victor Hugo - Hymne recitado (com acompanhamento da Marselhesa em surdina) por Mme. Alberto de Queiroz.

- Em carta de 27 set 1914 [JJQJr para Laura] Vi hoje em um telegrama que foi ferido em uma batalha de Mons, o primeiro brasileiro alistado no exército francês: Rafael Borges Rocha, pelo nome parece ser irmão de Zuleika.

- Em carta de 29 set 1914 [Laura para JJQJr] A Zuleika tem um irmão exatamente com o nome que veio no telegrama, como tendo sido ferido na batalha de Mons. Com certeza é o irmão dela, que estará naturalmente bem aflita.

Em 15 out 1914 [A Noite] Madame Alberto de Queiroz que serviu como enfermeira no Exército francês, fala a A Noite. Foi passageiro do Flandre o casal Alberto de Queiroz. O Sr. e a Sra. Queiroz serviram como enfermeiros no 23 hospital provisório de sangue na cidade de Houlgate. Madame Alberto de Queiroz nos atende cortesmente e dá a A Noite a impressão de um hospital de sangue. 

- Pulsando o meu coração de latina pelos nossos irmãos franceses e pela França querida, a minha segunda pátria, não podia deixar de prestar os meus serviços ao povo que se está sacrificando em bem da civilização universal.  Os meus serviços de enfermeira foram aceitos no 23 hospital provisório de sangue, em Houlgate.  Ali tratei de inúmeros soldados franceses os quais ao chegarem ao hospital só pensavam no momento de voltarem ao campo da luta, pois nunca segundo eles diziam, tinham presenciado um espetáculo tão atraente.  As cenas mais comoventes eu presenciei, não podendo conter as minhas lágrimas.  Era juntamente à chegada dos trens da Cruz Vermelha com feridos.  Uma multidão de gente estacionava na gare e com ânsia maternal daqueles que tem parentes na guerra, avançava para as ambulâncias com o intento de descobrir no meio dos feridos o seu ente querido. Outros perguntavam aos conhecidos pelo irmão, pelo pai, pelo esposo e esses respondiam friamente: morreram na batalha tal. - Oh! senhor, nos diz madame Alberto de Queiroz, qual o coração por mais duro que seja que presenciando cenas dessa natureza não se comova? Fatos demonstrativos do patriotismo francês eu presenciei. Vou lhe contar um pelo qual o senhor poderá avaliar o que é esse povo. Estávamos em conversa no hospital com os feridos, convalescentes, quando do meio deles surge um padre e nos diz sem a menor alteração: Estou desgostoso. - Porque? interrogamos. - Porque fui ferido sem ter disparado um tiro!  Isto da boca de um sacerdote é a prova mais segura do patriotismo e da união do povo francês.  Em meu hospital também presenciei um fato que não posso deixar de lhe contar.  A maior parte dos feridos franceses que chegavam do campo de batalha, apresentavam ferimentos de bala somente nos braços ou nas pernas. - A senhora tratou de algum ferido que fosse vítima de uma bala dum-dum? Em bem da verdade, eu lhe afirmo que no meu hospital não apareceu nenhum ferido vítima dessa desumana máquina de guerra.  Tendo o meu marido de vir ao Brasil, eu deixei com pesar o 23 hospital de Houlgate.  Em Bordeaux presenciei a chegada dos prisioneiros alemães e da multidão que estacionava nas praças, não partia um só gesto, uma só palavra contra os inimigos vencidos.  Ao concluir, diz madame Alberto de Queiroz, rogo a Deus com fervor pela vitória da minha segunda pátria, a França da liberdade, a França civilizada.

- Em 16 out 1914 [O Imparcial] O Flandre trouxe-nos entre outros viajantes madame Alberto de Queiroz que regressa da Europa em companhia de seu esposo. Madame Alberto de Queiroz alistara-se em França no corpo da Cruz Vermelha indo servir no 23 Hospital de Sangue em Houlgate.

- Em 24 dez 1914 [A Notícia] No Palácio de Botafogo onde Mme. Azeredo a ilustre sonhora e seu digno esposo Sr. Senador Antônio Azeredo recebiam as suas relações pela última vez esse ano. Mme. Azeredo dirige pessoalmente a parte literária e musical da festa. .. Notas rápidas sobre o programa. Mmes. Alberto de Queiroz e Roberto Gomes, representaram, Les petites cadeaux de Jacques NormanD. Houve um pequeno teatrinho. Como extra-número, Mme. Alberto de Queiroz recitou maravilhosos versos de Vicente de Carvalho, com a sua maravilhosa arte.

- Em 16 jan 1915  (O Imparcial, A época, O País e Gazeta de Notícias) a festa que se realizará no Palácio de Cristal de Petrópolis às 9 horas da noite de 19 do corrente, em benefício das viúvas e órfãos dos belgas vítimas da guerra, terá o gracioso concurso de mademoiselle Verney Campello, do Instituto Nacional de Música, tão admiradas pela beleza das vozes e pela arte de cantar.  Madame Alberto de Queiroz, recentemente chegada de Paris, recitará com a sua interpretação verdadeiramente teatral duas poesias francesas.

- Em 21 jan 1915 [O País] O clou da festa foi o sucesso obtido por madame Alberto de Queiroz, gentilíssima patrícia que há muitos anos vivia em Paris e que a guerra europeia restituiu à sociedade brasileira, recitando com uma arte inexcedível pela simplicidade, pela elegância e precisão do gesto e das inflexões da voz, duas poesias francesas que não seriam mais bem recitadas pela Judie.

- Em 4 fev 1915 [O País] esteve encantadora a soirée masquée realizada anteontem em Petrópolis na residência do Sr. Luiz Liberal. Entre outras fantasias foram notadas as seguintes: Sra. Alberto Queiroz, noite com nuvens; e senhores (entre outros) Alberto Queiroz, cowboy.

- Em 8 fev 1915 [Gazeta de Notícias] mais uma elegante sessão realizada ontem no Centro Católico com a presença da elite petropolitana e veranista. Madame Alberto Queiroz deu grande realce à festa dizendo belíssimos versos.

- Em 9 fev 1915 [Gazeta de Notícias] A Notícia publicou ontem a seguinte nota no Pé de coluna: Esteve lindíssima a festa de ontem no Centro Católico. Era de esperar. Cada domingo aumenta a concorrência a esses elegantíssimos chás: e ontem o salão estava verdadeiramente fulgurante. Além da sessão cinematográfica, houve três números: canto por mademoiselle Castro; canto, por mademoiselle Zevacco que o público esperava ansiosamente; recitação por madame Alberto de Queiroz, que conquistou d'emblée a sociedade petropolitana pelo seu talento excepcional e sobretudo pela sua graça simples e encantadora.  Madame Alberto de Queiroz recitou com uma dicção primorosa e com o perfeito esprit dos versos Le Vent, de Ed Harencourt e Heléne de Samin. O auditório aplaudiu com grande e justificado entusiasmo a nossa gentilíssima patrícia.

- Em 20 mar 1915 [Gazeta de Notícias] Petrópolis vai ter uma brilhante festa de caridade no domingo de Páscoa no palácio de Cristal.  Haverá um pequeno concerto para o qual já se conta com o concurso de mademoiselle Zevacco.  Além disso, madame Alberto de Queiroz gentilmente a pedido dirá versos. E não há maior garantia de sucesso de uma festa do que a certeza de que madame Alberto de Queiroz declamará.

- Em 21 mar 1915 (Gazeta de Notícias, Revista da Semana e O País) Todos quantos tem a honra das relações de madame Heitor da Silva Costa sabem o alto valor do seu temperamento artístico e dos seus preciosos dotes intelectuais.  E por isso mesmo todos quantos tiveram a felicidade de ser recebidos em seus salões anteontem, viram bem que naquela lindíssima festa, tão fina e tão original, pairava como sutil origem criadora o encanto da sua alma. Petrópolis deu com o profundo e maravilhoso azul de uma das suas noites palpitantes de estrelas, o fundo do cenário para a Nuit de Mai de Musset; apenas bastou para completar a doce face do visível do bastidor, extinguir a violência das luzes elétricas, deixando somente que uma lâmpada e esta mesma protegida pela suavidade de uma gaze verde. acariciasse de uma verde luz em desmaio, o balcão florido em que a musa surgiu aureolada por cabelos de ouro caindo em ondas sobre as dobras de uma túnica grega, como uma dessas aparições de meiguice e de candura que a delicadeza e a sensibilidade do grande lírico tanto souberam fazer viver e vibrar.  A musa, a revivescência da Musa de Musset, foi madame Alberto de Queiroz, cujo talento e cuja graça tem conquistado todos os salões que a requestam; e o poeta foi o Sr. Themistocles de Graça Aranha, que soube fazer-se senhor do seu papel de porta, o que aliás não é difícil quando se tem vinte anos, idade que por si só é uma cristalização da poesia.   O Sr. ministro Graça Aranha, melhor seria para o caso dizer o nosso eminente acadêmico Graça Aranha, conversou em seguida com o auditório sobre a essência da arte na poesia brasileira.  Conversou como ele sabe conversar: com ideias e sem pretensão, com brilho e sem ênfase, sem a preocupação dos efeitos e portanto com sinceridade.  Foi uma vitória.  Madame Alberto de Queiroz, a propósito da palestra, leu versos de Alberto de Oliveira e recitou par coeur versos de Raimundo Correa, dos quais um estudo mais demorado permitiu-lhe apropriar-se em toda a completa extensão do lavor e do sentimento.  Ainda como número literário a nossa gentilíssima patrícia receitou Infidele, a admirável poesia de Maeterlinck.

- Em 4 abr 1915 [Revista da Semana] Realiza-se amanhã em Petrópolis, no Palácio de Cristal, uma brilhante e encantadora festa de caridade. No programa que foi primorosamente organizado, toma parte madame Alberto de Queiroz que dirá, pela primeira vez, a pedido, versos em português.  Só o nome de madame Queiroz é a garantia do sucesso da festa chic de caridade.

- Em 12 abr 1915 (Gazeta de Notícias, O País e O Século) em Petrópolis, festa oferecida ao senador francês Baudin e seus companheiros de missão, na residência do Dr. Alberto Faria. (...) Madame Alberto Queiroz, diante da numerosa e seleta assistência, recitou com grande distinção o hino da Vitória, de Victor Hugo, em honra aos mortos, e combate pela pátria, enquanto em surdina a orquestra executava a Marselhesa.

- Em 17 abr 1915 [A Noite] aniversários: fazem anos hoje: madame Alberto de Queiroz.

- Em 3 jul 1915 (Revista da Semana, O País e Gazeta de Notícias) a França, a terra heroica de Bayard e de Cyrano, vai ter ainda no Brasil mais uma festa em sua homenagem.  O festival realizar-se-á no dia 14 de julho no teatro Lírico, tomando parte nele as distintas senhoras Antonieta Rudge Miller, Zilda Chiabotto e Alberto de Queiroz, que recitará uma poesia de Hugo, e mademoiselle Paulita Raineri. (...) A orquestra de 40 professores será regida pelo maestro Alberto Nepomuceno. 

- Em 10 jul 1915 (Correio da Manhã e Gazeta de Notícias) Liga Brasileira pelos Aliados, escrevem-nos da secretaria: Está já assentado o programa do festival músico literário a realizar-se na próxima quarta feira, 14 de julho, no teatro Lírico em benefício da Cruz Vermelha dos Aliados. A saudação à França será feita pelo ilustre orador Sr. Pinto da Rocha. Madame Alberto de Queiroz recitará uma ode de Victor Hugo com acompanhamento da Marselhesa em surdina. (...)

- Em 24 jul 1915 [Revista da Semana] festival organizado pela Liga pelos Aliados na data histórica de 14 de julho (...) foi brilhantíssimo  não só na concorrência, como pelos elementos  congregados para a execução de um programa esplêndido.(...) Se é possível sem injustiça particularizar de entre o conjunto do programa algum número, esse destaque seria de fervoroso louvor para madame Alberto de Queiroz, que pela primeira vez apareceu no palco a recitar.  A linha senhoril, o comunicativo sentimento, a dicção cristalina, a eurritmia das atitudes, o apurado estilo recitativo fazem de madame Alberto de Queiroz uma diseuse hors ligne.  Deslocada excepcionalmente dos salões do Rio e Petrópolis sem que é hoje um dos mais distintos ornamentos, para o palco, a arte requintada da ilustre e elegante senhora nada perdeu da sua vibratilidade contagiosa e da sua aristocrática delicadeza.

- Em carta de 9 ago 1915 [Laura para JJQJr] A Zuleyka telefonou hoje a Annie pedindo para ela ir até lá, para ver uns versos seus, se estavam bem metrificados.  Convidou para irmos almoçar na quarta-feira, mas a consulta de Annie, preferi quinta, para aproveitar a saída, pois é noite de patinação. Ela, a Mme. A de Q, aceitou a transferência.

- Em 19 ago 1915 [Gazeta de Notícias] Hora musical e literária: no salão onde se acha instalada a XXII Exposição Geral de Belas Artes, realiza-se hoje a terceira festa artística, cujo programa inclui entre outros: A. Samain Poesias (acompanhamento de piano e violino) madame Alberto de Queiroz e mademoiselle Paulina d'Ambrosio.

- Em 27 ago 1915 [A Noite] Madame Oscar Lopes recebeu ontem as pessoas de suas relações. Houve música, versos e danças. (...) mademoiselle Teixeira de Barros e madame Alberto de Queiroz recitaram em francês.

- Em 25 set 1915 [Gazeta de Notícias] O que o Rio possui de mais fino e superiormente representativo desde a elegância discreta e aprimorada de madame José Carlos de Figueiredo, à graça aérea e luminosa de madame Alberto de Queiroz, uma figura do Ghirlandajo [Domenico Ghirlandaio (1449 - 11 de Janeiro de 1494, Florença, Itália) foi um pintor renascentista italiano contemporâneo de Botticelli e Filippino Lippi. Formou toda uma geração de excelentes artistas. Michelangelo foi um dos seus aprendizes], fugida da tela para viver no Rio, reuniu-se durante duas horas de magnífico encantamento no restaurante Assírio, acedendo a um convite amável do Sr. embaixador Americano.

- Em 10 out 1915 [Gazeta de Notícias] O desfile de automóveis era inumerável. De um salta madame Alberto de Queiroz. Alguém a compara a um pássaro irreal que pisasse a terra.

- Em 23 out 1915 [Revista da Semana]  Madame Alberto de Queiroz foi a primeira a partir neste ano para as montanhas, fugindo ao calor.  A graciosíssima senhora, cuja presença deu tão grande brilho ao último inverno, foi passar um ou dois meses  no estado de Minas, numa propriedade de família.  Em dezembro ou janeiro porém, Monsieur e Madame Alberto de Queiroz já se acharão em Petrópolis. 

- Em 15 nov 1915 [Gazeta de Notícias] Madame Alberto de Queiroz, recentemente chegada da fazenda, onde foi buscar a recuperação de forças roubadas a uma saúde delicada como um cristal de Lalique, recebe cumprimentos de todo o mundo e os mais afetuosos.

- Em 22 nov 1915 [Gazeta de Notícias] Efeitos do ambiente cinzento que baixava dos céus para as águas fechando na mesma linha cinzenta o horizonte em que se confundia o mar longínquo com a longínqua abóbada celeste?  Não sabemos. Mas o certo é que madame Alberto de Queiroz, a maravilhosa artista da palavra falada, que os nossos salões tanto tem admirado, pediu à melancolia de Vicente de Carvalho, o mais bretão dos nossos poetas, pelo seu sagrado amor ao oceano, a tortura esmagadora das trovas que recitou e nas quais há toda a agonia de uma alma em convulsões de morte, da morte pelo amor, no doloroso romance que acaba ainda assim por um brado de piedade.

- Em 27 nov 1915 [Revista da Semana] Acaba de chegar do estado de Minas, onde fora fazer uma ligeira cura de repouso, madame Alberto de Queiroz.  A ilustre e graciosa senhora tem sido muito visitada e cumprimentada pelo seu regresso.

- Em 30 nov 1915 [A Noite] Está despertando o maior interesse nas nossas rodas mundanas o encerramento dos chás em benefício do Patronato dos Menores Desvalidos da Lagoa, a realizar-se no teatro Phenix na próxima sexta-feira. O programa desta linda festa que se revestirá da máxima distinção e elegância é o seguinte: 3a. parte, entre outros: Nuit de Mai de Alfred de Mussel, por madame Alberto de Queiroz e Roberto Gomes.

- Em 11 dez 1915 [Revista da Semana] Madame Alberto de Queiroz não escolheu ainda a sua cidade de verão.  é provável mesmo que a ilustre e graciosa senhora permaneça no Rio até fins de janeiro, ne sua elegante residência do Cosme Velho.

- Em 30 dez 1915 [O País] Sr. e Sra. Alberto de Queiroz subirão para Petrópolis onde vão veranear, no fim da primeira quinzena de janeiro.

- Em 24 jan 1916 [O Imparcial e Gazeta de Notícias] O distinto professor de canto, Sr. Carlos de Carvalho, está organizando para o dia 4 de fevereiro no teatro Xavier de Petrópolis uma deliciosa festa artística que constará de 2 partes, na literária tomarão parte Alberto de Queiroz e o Srs. Roberto Gomes e Barros Barreto.

- Em 17 abr 1916 [Gazeta de Notícias] Madame Alberto de Queiroz, a elegante senhora que todo o set carioca conhece, faz anos hoje. Madame de Queiroz é de uma educação aprimorada e de uma extraordinária distinção, é além disso uma diseuse admirável de atitudes requintadas, sabendo dizer  versos com primor e maestria.

- Em 22 abr 1916 [Revista da Semana] Roberto Gomes, o charmeur, concluiu uma nova peça de teatro: O sonho de uma noite de luar - que o distinto autor representará com a maravilhosa diseuse, a ilustre madame Alberto de Queiroz, em uma das tardes de festa caridosa no próximo inverno.

 - Em 13 maio de 1916 [Revista da Semana] O dia elegante: dia de pouco sol, umbroso, tristonho. Vemos algumas pessoas distintas na cidade. (...) Logo após aparece madame Alberto de Queiroz, a admirável diseuse, vestindo um caprichoso robe chez Laferrière [A famosa casa de moda de Paris, Maison Laferrière, era localizada na 28, rue Taitbout. A Maison Laferrière era frequentada por aristocratas e os de grande riqueza, que admiravam seu design requintado e fino acabamento. As criações de madame Laferrière estavam entre as mostradas pelo Collectivité de la Couture na Exposição Universal de 1900, realizada em Paris]. Chá no jardim: Está uma festa encantadora! (...) - que todos cercavam o perfil delicado da senhora Alberto de Queiroz, voz de diamante num cofre sensível de Sèvres. Estávamos no primeiro dos tea-parties da Sra. Renata Gomes.

- Em 1 jul 1916 [A Noite] Um festival de caridade no Municipal: Vai constituir um brilhante acontecimento nos nossos meio artístico a festa a realizar-se na terça-feira próxima no teatro Municipal. Serão além de muitos outros atrativos representados dois originais de escritores patrícios: A cigarra e a formiga de Coelho Netto e o noturno de Roberto  Gomes terá a interpretá-lo madame Alberto de Queiroz e o seu autor o que deve assegurar no O sonho de uma noite de luar, um magnífico desempenho.

- Em 4 jul 1916 [Gazeta de Notícias] Pela primeira vez no ano abrem-se hoje para uma representação teatral as portas do Teatro Municipal (...) Madame Alberto de Queiroz, bela artista que não tivemos ainda este ano ensejo de aplaudir, representará pela primeira vez em português. (...) Quando há tempos apareceu madame Alberto de Queiroz na nossa sociedade, despertou a distinta senhora a maior atenção que em breve se transformou em verdadeiro entusiasmo pelas suas altas qualidades e o seu admirável talento artístico.  Madame Alberto de Queiroz não é uma simples amadora. é uma verdadeira artista que não desconhece nenhum dos segredos da arte de representar. Muito aplaudida nos nossos salões mundanos, despertou a mais viva admiração em fins do ano passado quando declamou a Nuit de Mai, de Musset numa festa de caridade no teatro Fênix. A ilustre senhora vai criar o papel de Edel, escrito especialmente para ela. Será com certeza um novo triunfo para a notável artista que o Rio se orgulha de possuir.

- Em 5 jul 1916 [Gazeta de Notícias] o espetáculo terminou com o Noturno em 1 ato de Roberto Gomes, representado pela Sra. Alberto de Queiroz, Roberto Gomes e Edgard Evett. (...) Madame Alberto de Queiroz que pela primeira vez declamava em português, é sempre a mesma deliciosa diseuse, em cujos lábios as palavras tem uma aristocracia especial e sujos mínimos movimentos de cena denotam a artista fina que a elite social carioca aplaude carinhosamente.

- Em 8 jul 1916 [Revista da Semana] A récita de terça feira no Municipal em que representaram algumas senhoras e senhorinhas da melhor sociedade do Rio, constituiu um grande acontecimento mundano. (...) Mas entre todos os aplausos que com igual justiça distribuiremos a todos os intérpretes do programa seja-nos permitido antecipar os que cabem a madame Alberto de Queiroz, a magnífica declamadora de Musset que pela primeira vez representando em cena uma peça original, se revelou uma grande artística jusqu'au bout des ongles.  A sua dicção impecável servida por um órgão vocal de incomparável doçura realçou com inflexões de uma precisão inexcedível todas as belezas da prosa ritmada do Sr. Roberto Gomes. A sua esbelta e delicada figurinha, comparável a um Saxe animado, a beleza harmoniosa das suas atitudes, o seu contagioso sentimento lembram a encantadora Marie Lacomte, da Comédia Francesa, que Sarcey intitulou um dia une Sarah Bernhardt mignone.  Madame Alberto de Queiroz nasceu artista. Tem o fogo sagrado. é uma atriz na acepção mais elevada da palavra, com a capacidade artística de transmitir emoções e de vestir de beleza os sentimentos. A sua interpretação da figura de Edel é, sem favor, uma obra prima. O seu triunfo foi tão absoluto que ela não despertou invejas. Todas as invejosas se converteram em admiradoras.

- Em 5 ago 1916 [Revista da Semana] Madame Alberto de Queiroz ligeiramente enferma.

- Em 9 ago 1916 [Correio da Manhã] A exposição canina que com grande sucesso se realizou no domingo último no mesmo local onde funcionou a terceira exposição de avicultura e à qual compareceram exemplares belíssimos, desde os cães de luxo e de colo até aos legítimos Terra Nova, concluiu por um julgamento que não podemos garantir basear-se na justiça. Foram classificados hors concours, entre outros, Baby e Pehimois da Sra. Alberto Queiroz.

- Em 2 set 1916 [Revista da Semana] Eis aí, meu caro, o que me ocorre dizer a respeito da permanência de Isadora Duncan no Rio de Janeiro,... basta contar às gerações futuras que no 16 ano do 20 século cristão, por meados de agosto esteve no Rio de Janeiro interpretando Chopin e Gluck, Isadora Duncan, que achou lindíssima a terra e muito civilizada a sua gente... e na plateia o cronista e Sra. Alberto de Queiroz.

- Em 6 e 9 set 1916 [Gazeta de Notícias] e 8 set 1916 [Correio da Manhã] Lycée Français, rua do Catete 351, 2a. hora músico-literária no dia 9 do corrente às 16 horas - honrada com a participação dos deputados belgas Srs. Buysee e Melot e entre outros madame Alberto de Queiroz.

- Em 4 out 1916 [Revista da Semana] 14 out 1916 [A Noite] A grande festa: é em favor do Instituto Hanemaniano e deve definitivamente encerrar a estação. Representar-se-á Iriel, drama féerie em 3 atos de Luiz de Castro. Os principais papeis estão a cargo da Sra. Alberto de Queiroz e da Senhorinha Lilah de Barros.  A Sra. Alberto de Queiroz fará a irresistível fascinação e no último ato dançará envolta em labaredas.

- Em 21 out 1916 [Revista da Semana] 23 out 1916 [A Noite] Iriel, a peça de Luiz de Castro terá a seguinte distribuição: Lucrécia, Sra. Alberto de Queiroz, a avó, Sra. Barros Barreto, (e vários outros). A cena passa-se num país imaginário do século XV. No segundo ato além do bailado dos silfos em que tomarão parte 16 crianças, haverá passos de dança pela Sra. Alberto de Queiroz, com efeitos diversos de luz.  Regerá a orquestra o maestro Alberto Nepomuceno, autor da música.

- Em 30 out 1916 [A época] Une mervèille... O teatro Municipal au complet como nas premières das companhias francesas. Representava-se Iriel, uma fantasia au gout alemmand, pacientemente imaginada pelo crítico de música e Wagneriano de coração, Dr. Luiz de Castro. (...) No terceiro ato Madame Zuleika de Queiroz sobrepujou tudo o que de seu belo talento de artista se podia esperar na cena pagã da sedução. 

- Em 2 nov 1916 [Jornal das Moças] Madame Alberto de Queiroz no Municipal - (...) Refiro-me a madame Alberto de Queiroz. Figura pré-rafaelesca, mas do pré-rafaelismo de Dante Gabriel Rossetti, no Ecce ancilla Domini, leve, sutil, aérea, vaporosa, um misto encantador que tanto tem de sílfide como de borboleta, a própria luz auroreal feita mulher. Madame Alberto de Queiroz revelou-se-me no papel de Lucrécia, no misterioso e irresistível Iriel uma virtuose da declamação sabendo não somente dizer com uma graça própria e fascinante, rafinée por uma civilização de notáveis diseurs, mas também com uma entonação de um delicado sensualismo acentuadamente feminil. Virtudes estas realçadas por um físico nervoso e vibrátil e uma gesticulação sedutora e coleante, qualidades que são o segredo do sucesso e da fama de Duse [Eleonora Duse (Lombardia, Itália, 1858 - Pittsburgh, 1924) foi reconhecida em toda Europa como uma das principais atrizes do século XIX e início do XX], de Sahra [Sarah Bernhardt - Henriette Rosine Bernardt (Paris, 1844 - Paris, 1923), atriz e cortesã francesa, conquistou fama de atriz dramática, em papéis sérios, ganhando o epíteto de A Divina Sarah. Seu papel mais marcante foi o da peça A Dama das Camélias de Alexandre Dumas. Visitou o Brasil quatro vezes, as duas primeiras ainda durante o reinado de D. Pedro II. Na última visita, durante uma encenação, sofreu um acidente que lhe gerou sérios problemas em sua perna e que culminou, anos depois, em sua morte.], de Emma Gramatica [Emma Gramatica (1874 - 1965), atriz italiana de teatro e cinema, apareceu em 29 filmes entre 1919 e 1962].

- Em 22 mar 1917 [Gazeta de Notícias] O ano passado no teatro Municipal foi levado à cena O sonho de uma noite de luar, em que tomaram parte o próprio autor e madame Alberto de Queiroz que deu ao desempenho do seu papel um singular e brilhante relevo.

- Em 14 abr 1917 [Revista da Semana] aniversários da próxima semana: terça feira - entre outros, a distinta Sra. Alberto de Queiroz.

- Em 17 abr 1917 [O Imparcial] Faz anos hoje madame Alberto de Queiroz, uma das mais ilustres senhoras da sociedade carioca, que sabe aliar à rara e fidalga distinção os mais preciosos e esquisitos dotes artísticos; [O País] faz anos hoje D. Zuleika de Queiroz, esposa do Dr. Alberto de Queiroz.

- Em 18 abr 1917 [Correio da Manhã] Passou ontem o aniversário natalício de madame Alberto de Queiroz, um dos mais finos ornamentos da nossa elite, onde goza da maior estima e consideração.

- Em 30 jul 1917 [O Imparcial] O aspecto da sala do Municipal ontem à tarde era extraordinariamente encantador. Repleto na plateia, nas frisas, nos camarotes, por toda a casa viam-se as mais brilhantes figuras do nosso mundanismo. Reunião gloriosa.  A primeira agradável impressão para a sociedade presente foi a surpresa da reaparição da Sra. Alberto de Queiroz. A distintíssima senhora, que todos vem com satisfação e apreciam com entusiasmo, passou toda a estação passada de inverno e verão num recolhimento lamentável a que a obrigou uma enfermidade prolongada. (...) Trajando um vestido elegantíssimo e de um bom gosto admirável, sóbrio na sua cor escura e distinto no seu modelo impecável, a Sra. Alberto de Queiroz, em cada entreato de Zazá, recebia na sua frisa com o seu esposo, o brilhante e esmerado cronista mundano e crítico de arte, as homenagens de toda a sociedade carioca.

- Em 5 nov 1917 [A Noite] realiza-se amanhã no teatro Municipal um belo espetáculo cujo fim é dos mais dignos do apoio público. Trata-se de uma festa franco-brasileira organizada pelo ator André Brulé em benefício do hospital brasileiro que em Paris foi fundado pela condessa Hermann Ramos. O espetáculo está sob o patrocínio das senhoras, entre outras, Alberto de Queiroz.

- Em 10 nov 1917 [Gazeta de Notícias] Madame Alberto de Queiroz, a estimada e querida grande dame da nossa alta sociedade, onde se fez destacar pelos seus dotes de inteligência e de bondade, partiu ontem para Petrópolis onde se demorará alguns meses em convalescência da enfermidade que por muito tempo privou as nossas rodas mundanas do seu charme incomparável.

- Em 16 abr 1918 [A Noite e A Rua] fazem anos amanhã: madame Dr. Alberto de Queiroz.

- Em 17 abr 1918 [O País] Passa hoje o aniversário natalício da Sra. D. Zuleika de Queiroz, esposa do Dr. Alberto de Queiroz.

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